sábado, setembro 27, 2008

Vida

Caminhos cruzados
sonhos abraçados
braços caídos,
mundos perdidos.

Vida!
...voz que me embarga,
mão que me traga
a luz que decida.

Tu
és luz.
E a hora de vir embora,
na planície que chora a demora
da chuva
que enche o leito
do rio.
Sou leste sem ti,
deito-me na sombra desfeito
e sou américa que ninguém descobriu....

quinta-feira, setembro 25, 2008

Abraço

No meu abraço cabem todas as solidões do mundo....

segunda-feira, setembro 22, 2008

A...finaL

Afinal
há sempre um final.
Quem não procura,
quem não encontra
acaba por desistir
de bater à porta...

Afinal,
chegou
e o que passou
é apenas poeira
na berma da estrada
que te trouxe e te levou...

sexta-feira, setembro 19, 2008

Elegia a um amor distante

Vieste
no inesperado nascer dos dias.
Ficaste
porque o pôr do sol demorava.
Trouxeste
o sorriso que eu tantas vezes perdia,
na chuva
na solidão que de meus olhos derramava.
As minhas manhãs não são mais manhãs
sem o teu acordar.
Como as tardes não são mais tardes
sem que passe a desejar
a chegada da noite,
que me leve a tortura da demora,
e a minha esperança vã,
e que venha rápido rápido a hora
em que sinto o teu passar de mão pelo rosto,
o teu beijo
o teu até amanhã...

terça-feira, setembro 16, 2008

Ode a la distance....

A lua cheia
como meu peito
de esperanças.
A neblina
mistério
esconde teu sorriso
sério.
O longe em que me encontro
não me leva
tudo o que descobri em mim por ti.
As vagas de mar alto
em que navego
A rota a que me entrego
na saudade que escolhi.
O céu que cruzo
no avião
a planar
As certezas que não sentes,
as verdade que não mentes
só me deixam sonhar.
Dão-me a lenha de meu fogo
o doce de meu amargo
que aguardo
ansiosamente ansioso
sentado nesta pedra
em que descanso
à beira da estrada que me leva até ti.

segunda-feira, setembro 15, 2008

Le chevalier (pour Ana "Só")

J'étais le chevalier
Et mon cheval était ambassadeur
Je partais délivrer
Ma fiancée des griffes des chasseurs
je combattais des bataillons
D'extraterrestres et de dragons
Et mon épée barbare se changeait en guitare
Alors j'étais chanteur

j'étais le roi des rois
J'étais le juge et l'idiot de la cour
Et j'inventais des lois
pour obliger le monde à faire l'amour
tu étais la villageoise que j'ai fait couronner
Et tu étais si belle à regarder
Que toute nue tu dansais pour toujours

Non, tu t'en vas pas
si tu veux bien j'étais ton aquarelle
J'étais ton animal
Ton tapis volant voleur
Non , regarde-moi
C'était le temps où on avait des ailes
On était nés mille ans avant le temps du mal et de la peur

J'étais adulte enfin
Le temps des fiées devait bientôt finir
Les portes du jardin
S'étaient fermées juste avant de mourir
Tu as pris la clef des champs sans me dire au revoir
Et moi j'étais le fou vêtu de noir
D'un vieux royaume oublié dans la nuit.

quinta-feira, setembro 11, 2008

Chocolate

O cacau de que sou feito,
amargo,
suspeito.

O sol torra,
demora...

A terra que me fez,
a teus pés...

O açúcar,
teu todo,
aqui,
em qualquer parte,
me adoçou,
me fez chocolate.

9-11

A todas as vítimas do 11 de Setembro, iraquianos, afegãos, inocentes presos anos a fio em Guantanamo, e outros anónimos, o meu pedido de desculpa por nós, ocidentais, nos permitirmos ser fantoches do imperialismo.

"Podem matar uma, duas, três rosas, mas jamais conseguirão deter a Primavera"
Che

terça-feira, setembro 09, 2008

Szerelem Szerelem

Szerelem, szerelem,
Átkozott gyötrelem,
Mért nem virágoztál
Minden fa teteje?
Minden fa tetején,
Diófa levelén,
Hogy szakísztott volna,
Minden leány és legény.
Mert én is szakísztottam,
El is szalasztottam,
Én is szakísztottam,
És el is szalasztottam.
Ej de még szakísztanék
Ha jóra találnék,
Ha jóra, ha szépre,
A régi szeretőmre.
Mhhhhhmmmhhhh
S, a régi szeretőmért,
Mit nem cselekednék,
Tengerből a vizet,
Kanállal lemerném.
És a tenger fenekéről,
Apró gyöngyöt szednék,
És a régi szeretőmnek,
Gyöngykoszorút kötnék

segunda-feira, setembro 08, 2008

Novamente novo, de novo...

Novo, de novo
sou a questão sem razão.
Nasço criado,
vivo afogado
e na incerteza tento dar-te a mão.
Sabes-me a pouco,
que de pouco em mim,
cresço sereno,
afastado de ti.
Já nada em que me semeei nasce,
e a água com que me rego,
escorrega em mim.
Faz no meu peito
o ribeiro
que desagua ordeiro
bem perto do fim.

domingo, setembro 07, 2008

para ti..... porque agora está na hora.....

A noite não tem braços
Que te impeçam de partir,
Nas sombras do meu quarto
Há mil sonhos por cumprir.

Não sei quanto tempo fomos,
Nem sei se te trago em mim,
Sei do vento onde te invento, assim.
Não sei se é luz da manhã,
Nem sei o que resta em nós,
Sei das ruas que corremos sós,
Porque tu,

Deixas em mim
Tanto de ti,
Matam-me os dias,
As mãos vazias de ti.

A estrada ainda é longa,
Cem quilómetros de chão,
Quando a espera não tem fim,
Há distâncias sem perdão.

Não sei quanto tempo fomos,
Nem sei se te trago em mim,
Sei do vento onde te invento, assim.
Não sei se é luz da manhã,
Nem sei o que resta em nós,
Sei das ruas que corremos sós,
Porque tu,

Deixas em mim
Tanto de ti,
Matam-me os dias,
As mãos vazias de ti.

Navegas escondida,
Perdes nas mãos o meu corpo,
Beijas-me um sopro de vida,
Como um barco abraça o porto.

Porque tu,
Deixas em mim
Tanto de ti,
Matam-me os dias,
As mãos vazias de ti.

Pedro Abrunhosa