sexta-feira, janeiro 30, 2009

Born to Try

I've learned to love
Be understanding
And believe in life
But you've got to make choices
Be wrong or right
Sometimes youve got to sacrifice the things you like

Eros e Tanatos

Conhecia bem a noite. Fora nela que vivera toda a sua vida, nela aprenda a ver na escuridão, a encontrar a média, por vezes inexistente, luz, as cores do arco íris. Tinha sido feliz dessa forma.
Quando as janelas não se abrem, aprendemos a jogar com as sombras, a sorrir com os sons, a conversar com os cheiros. As frestas eram sempre a melhor altura do dia. Ansiava pela hora em que, embaladas por uma força quase divina, as partículas, pequenas, minúsculas, ínfimas, de luz o beijavam no rosto.
Então, percorria todo o pequeno espaço atrás do feixe que fazia os seus olhos brilharem. Parecia uma dança. A dança das fadas imaginava.
Nunca tinha conhecido uma fada. Nunca tinha sabido o que era querer conhecer uma.
Inesperada, pela manhã, quando se preparava para mais uma dança, veio e abriu-lhe as janelas de par em par. Escancarou a porta, fulminou o silêncio!
A vida dele mudou nesse dia.
Descobriu que afinal o seu corpo, pesado e raquítico, mirrado pela ausência de sentimentos, tinha cinco sentidos. Descobriu novos cheiros, novos aromas. Descobriu o que era tocar e ser tocado. Saborear e ser... saboreado. Abriu os olhos.
Ofuscado de início, sem saber o que fazer ou sentir, teve medo. A luz era para ele apenas uma fresta ao início da manhã. Agora, até na noite sombria o sol brilhava.
A fada, como passou a chamar-lhe sem que ela soubesse, não falava. Olhava-o, amava-o, tocava-o, sempre em silêncio. Perdera o dom da fala pensava ele. Talvez tivesse sido esse o seu sacrifício para que pudesse ter o dom de o acordar.
Quando se sentavam os dois à janela, olhando o rio, como sempre em silêncio, podiam ouvir-se um ao outro, afinal de contas, falavam a linguagem das almas.

Talvez ela sempre o tenha sabido. Ele, contudo, não o esperava.
Um dia, ao amanhecer, tudo estava escuro. A porta fechada. A janela trancada.
Pensou ser um erro, um sonho, um pesadelo.
Tentou gritar, em vão. Até a voz tinha perdido.
Dias passaram, meses, talvez até anos. O escuro em que antes se tinha habituado a viver, era agora parte dele. Apodera-se da sua alma que não mais falava, não mais ouvia.
Escuras. Cada vez mais escuras, as noites em que antes o sol brilhava, invadiram os dias e nem a lua o acompanhava já.
A pouco e pouco, cansadas de não terem com quem dançar, as frestas iluminadas partiram.
O vazio tomara conta do quarto onde antes vivera Eros e agora repousava Tanatos.

Sorrow

I should be yours
you should hold my hand
and together we'd make a stand
Sometimes
one will never be two
and the north wind
will never be a summer breeze.
Some things are just not meant to be
Green
isn't always yellow and blue.
Love
why can't you see
that our hands go together in harmony
like a waltz, a operah or a symphony.
Hold me tonight
Hold me tomorrow
Hold me tight
sweep away my sorrow.

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Rio da Lua


Este vídeo, um excerto do meu filme de eleição, tem aquilo que mais me cativa enquanto homem, poeta, sonhador, ser humano, crente por muitas vezes descrente.Um quadro com uma música, um olhar, um sorriso, e um homem, escritor, de palavras roubadas, e sentimentos à flor da pele.

Vejam e digam-me se não vos deixa a alma quente...

Cativar

"(...)se tu me cativares, a minha vida ficará como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos fazem-me esconder debaixo da terra.
O teu chamar-me-á para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
(...)
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:

- Ah! Eu vou chorar.

- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria fazer-te mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...

- Quis, disse a raposa.

- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.

- Vou, disse a raposa.

- Então, não sais lucrando nada!

- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo."


Independentemente do que se viveu, da forma como se viveu, da mágoa, da desilusão, da tristeza ou da saudade, terei sempre, eu e quem sabe amar a vida num sopro, a cor do trigo.

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Nudez

Nu
no tempo
Nu
no espaço
Nu
na vida
Nu
compasso.

Nu me visto
em ti desisto.

Nu me vejo
no monte escalado
Nu eterno
sem noite nem fado.

Nu sou eu
sorriso, madrugada
Tu és tudo
um pouco de nada.

Mensagem

Recebi este texto por email hoje. Tinha que o partilhar convosco porque tantas e tantas vezes hipotecamos o futuro por viver tanto o presente pensando no passado.

O texto está em português do Brasil, optei por não alterar pois também tenho leitoras brasileiras e muitas portuguesas que vêm novelas :P

Um bom dia para todas e todos.



"Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem connosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos,
adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir
recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu génio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceites, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma
necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão!!!!!!!!"

terça-feira, janeiro 27, 2009

With Or Without You


I feel i gave myself away...

With or without you?

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Vicky Cristina Barcelona

Tive o prazer de ver um excelente filme esta noite, o mais recente do génio Woody Allen, originalmente denominado Vicky Cristina Barcelona.

Um triângulo amoroso, por vezes até um quadrado amoroso. Um filme sobre relações humanas, o amor e a paixão.

Dêem uma espreitadela ao trailer. Vale a pena.

Fez-me pensar em muita coisa este filme, mas talvez a reflexão mais importante de todas, e a de que vos quero falar aqui, é a necessidade, para mim incompreensível que muitas pessoas têm de fazer jogo duplo, e por vezes até triplo.
Há pessoas que olham a vida como um jogo de xadrez. Só fazem uma jogada, pensando já na próxima. Atacam quando sentem que têm a retaguarda protegida, e atiram ao desbarato sentimentos que não têm senão o intuito de prender pelo menos a atenção de alguém.
Eu nunca me dei bem com este jogo.

Contrariamente ao que às vezes tentam insinuar, eu não me acho nenhum santo, nenhum anjo. O que vêem aqui é simplesmente uma parte de mim. O poeta não é o A. e o A. não é só o poeta.
Se já disse coisas que não sentia? Sim, já o disse.
Se já seduzi alguém só pelo prazer da sedução? Sim, já o fiz .
Se já disse amar alguém sem o sentir? Sim, já.

Se tenho orgulho nisto? Não.

Li há uns dias um post que falava na capacidade que devemos ter de mudar. Na importância que o mudar tem na nossa vida. Na prova de inteligência e maturidade que é.
Descobri também há pouco a importância que tem perdoar-mo-nos a nós próprios.

Hoje consigo dizer, sem vergonhas, o que fiz. Consigo não ter vergonha, porque não sabia na altura não o fazer. Não sabia não o fazer, porque ainda não me conhecia o suficiente, ainda não tinha vivido o suficiente.

Isto tudo para dizer o quê? O poeta é um ser humano. Não tem carne e osso, mas tem sentimentos. Muitos. É parte de mim. Vive em mim, respira em mim, acompanha-me todo o dia. Só que ao poeta falta pragmatismo. Vê a vida em sonhos e por vezes tem dificuldade em descer a terra. Para esses momentos aparece o A.

O filme que vi é sobre as paixões da vida. Os encontros e os desencontros e as escolhas que fazemos.
O filme da minha vida tem sido sobre as escolhas que fiz e que faço todos os dias.
O meu presente é uma escolha minha.
Não me tentem arranjar outros porque é este que quero, é este que a vida me deu e é feio recusar presentes.

O que é adorar?

adorar
verbo transitivo

1. RELIGIÃO prestar culto a
2. amar apaixonadamente
3. figurado respeitar muito
4. coloquial gostar muito de; ter predilecção por

(Do lat. adoráre, «id.»)

agora escolhe... o que quero eu dizer quando digo que te adoro?

domingo, janeiro 25, 2009

Amante

Amante de quem ama
deseja
arranha, toca e beija.
Amante que te quero.
Amante
carícias
línguas
suor
desejo.

Amante
vem a mim.
Leva a noite,
varre o frio,
invade o corpo
e sê o mar deste velho navio.

Amante
desespero de mãos presas
e certezas que com a distância aquecem.
Amante
a ânsia
as palavras que estremecem
arrepiam
e prometem
dois corpos
despidos sentidos,
suados molhados,
que finalmente se merecem.

sábado, janeiro 24, 2009

La même lune que moi

Toi qui vis loin d'ici
Dis-moi si la nuit
Tu vois la même lune que moi
Une lumière dans le noir
Comme un signe, un espoir
De se revoir...

Back

Depois de três dias numa convenção no norte do país, chegar a casa e ver a minha filha a dormir, enfiada na minha cama (a avó não a conseguiu demover) porque queria esperar por mim...

há momentos que valem tudo na vida...

É em momentos assim que sinto que a minha vida faz sentido.

Bejitos e abraçitos

(estou de volta e em força, amanhã, novo capítulo no SemTi(r))

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Com calma e... alma

Vai
busca
Devora
Procura.

Demora-te em cada minuto,
faz um ano
em cada segundo.

Saboreia
Vive
Doma o vento
cavalga no momento
deixa-te envolver
num canto de sereia.

Sente a chama
que na pele se sente
Percorre o mundo
no olhar de um inocente.

Desafia o vulcão,
desliza na lava
fermenta o vinho
cresce mansinho
escorrega na vida
com calma e... alma.

terça-feira, janeiro 20, 2009

30

Hoje, a 20, faço 30.
Não vou fazer balanços, até porque se balançar muito fico tonto.
Poderia pensar, como já o fiz muito recentemente, que não tenho muito do que esperava ter quando fizesse 30 anos, poderia deixar-me levar pelo saudosismo e pela melancolia da recordação do que já perdi. No entanto, não o vou fazer, porque olho à minha volta e sinto-me orgulhoso.
Sei que não tenho estabilidade profissional, nem muitos bens materiais que a minha iludida visão de adolescente desejava, mas tenho o melhor do mundo. Uma filha que me ama e que eu amo. Tenho amigas, muitas amigas, umas de sempre, outras mais recentes, mas todas, todas para sempre. Não vou dizer nomes. Vocês sabem quem são!

Tenho, também, algo que já julgava perdido. Algo de que já não me achava merecedor. Algo que para muitos até pode parecer muito pouco, mas para mim é um mundo. Um mundo recente, decerto, efémero aos olhos pragmáticos, mas do qual eu, que amo amar, sinto a certeza que só pode continuar a crescer. Tu sabes que falo de ti. Sabes como és importante para mim, nesse teu jeito único de me fazer sorrir só porque sim.
O puzzle começa agora a fazer sentido.

Estou ao mesmo tempo, numa mudança de vida. De casa. De emprego. De hábitos. Uma mudança que há muito vinha a necessitar. Uma mudança que em breve se concretizará.

Hoje, anos depois, vou poder voltar a dizer, sim, hoje é um dia especial, é o dia do meu aniversário, é o dia em que começou a aventura.
E a cada obrigado, desta vez, vai estar implícita uma felicidade enorme, um agradecimento verdadeiro, não por fazer 30 anos, mas por tudo o que estes trinta anos fizeram de mim.

Sem passar o que passei hoje não seria quem sou e vocês, e TU em particular, não estariam aí.

Obrigado

segunda-feira, janeiro 19, 2009

O Amor, segundo um apaixonado

Fosse para mim tão fácil escrevê-lo como é, neste momento, senti-lo e não estaria a rebuscar palavras e memórias que possam demonstrar o que é o Amor.
Não é fácil descrever algo que pouco ou nunca se sentiu. Podemos ter uma ideia daquilo que gostaríamos que fosse, mas hoje sei que essa idealização estava bem aquém da realidade.

O amor é... não... o amor somos...
Nada no amor é singular, tudo é plural. Somos dois, somos felizes, somos únicos, somos os planos traçados a dois. Por isso o amor, é, para mim, acima de tudo, uma adição, de dois singulares num plural.

O amor é transformação. É a dúvida esclarecida por mais dúvidas. É o elemento que nos faz correr mais um pouco, suar mais um pouco, lutar mais um pouco. É chegar ao fim do horizonte e ter a certeza que ainda há tanto para ver.
O amor é um deserto em que nunca nos sentimos sós.
É quando não gostamos de nós próprios mas queremos ser todos os dias um pouco melhores.
O amor é sofrimento, é mágoa, é dor. Mas não conheço ninguém que um dia tenha amado e tenha dito, não valeu a pena. Porque vale sempre a pena!

Quanto tempo é preciso para saber que se ama alguém? Dias, meses, anos? O amor constrói-se ou é-nos dado com a obrigação de cuidarmos dele?

Eu acredito que o amor existe, que ele nos encontra. Que podemos passar uma vida à sua procura. Ele não se constrói. Ele existe! À primeira vista, ao primeiro toque, ao primeiro olhar, à primeira palavra, ao primeiro poema.

Amar é viver. É gostar de quem se ama. É saber de cor cada contorno do rosto, cada onda do cabelo, cada dedo, cada curva. É não querer saber se ela está maquilhada ou pronta para adormecer. É envolve-la nos braços quando ela tem frio. É ter prazer em ir ao supermercado com ela. É abrir-lhe a porta para ela passar.

Amar é ter desejo. É sentir as pernas a tremer num beijo sufocante. É desejar percorrer o corpo da mulher amada com as mãos, a os dedos, a língua, a pele contra a pele, centímetro a centímetro, demorando em cada um uma eternidade.

O amor é ter prazer em tudo o que faço, e desejar a cada dia caminhar mais um pouco ao seu lado.

Desafio pessoal

Ora bem, nos comentários do post anterior, fui desafiado pela SAYURI, vá-se lá saber porquê, a dizer o que é para mim o amor. Assim será, Sayuri, dentro de momentos terás a tua resposta.

Can you handle the truth?

:)))))

A dança

Vou ali fora dançar à chuva, e já volto Ok?

Como todos daqui para a frente....

Oh its such a perfect day,
Im glad I spent it with you.
Oh such a perfect day,
You just keep me hanging on,
You just keep me hanging on.

Just a perfect day,
Problems all left alone,
Weekenders on our own.
Its such fun.
Just a perfect day,
You made me forget myself.
I thought I was someone else,
Someone good.

domingo, janeiro 18, 2009

Sete Pecados

Desafiado já há algum tempo pela afrodite e mais recentemente pela Lita, aqui respondo a mais um desafio.

Portanto, o desafio traduz-se na confissão dos nossos 7 Pecados Mortais tendo em conta a seguinte definição dos mesmos:

Gula: Comer a toda a hora e/ou além do necessário;
Avareza: Cobiça de bens materiais e/ou dinheiro;
Inveja: Desejar atributos, status, posses e/ou habilidades de outra pessoa;
Ira: É a junção dos sentimentos de raiva, rancor e ódio. Por vezes é incontrolável;
Soberba: Falta de humildade, alguém que se acha auto suficiente:
Luxúria: Apego aos prazeres carnais;
Preguiça: Aversão a qualquer trabalho ou esforço físico.

As regras do desafio, por sua vez, são as seguintes:
Revelar a nossa relação com os pecados capitais;
Nomear outros 8 blogues para responder ao desafio.

GULA: Eu sou de ondas, ora como muito pouco ora como sem necessidade. Chocolate é que como sempre demais :)

AVAREZA: Nada, sou um esbanjador. Demais até.

INVEJA: O pior que se pode sentir por alguém. Não tem nada a ver cmg.

IRA: Nunca senti nada incontrolável, nem por quem merecia. O perdão é fundamental para a nossa saúde mental.

SOBERBA: Eu sou humilde, mas não me acho auto-suficiente. Um cadinho parvo este pecado.

LUXURIA: Sou apegado ao prazer associado ao amor. A isso sim.

PREGUIÇA: Muita. Adoro dormir. Mas não tenho aversão nenhuma ao esforço físico. Há momentos para tudo.

Não passo o desafio a ninguém... guardem os vossos pecados para vocês mesmos... Não os digam a ninguém lollol

Carta a um amor recente

Quis o destino que tivesses no corpo um mapa das estrelas todas do céu e que eu fosse o astrónomo a estudá-las.
Sigo por essas estrelas como um navegador quinhentista a rota que me leva ao novo mundo, a um novo mundo que quero descobrir contigo.
Quando o sol nasceu, longe no horizonte, pela manhã, tudo parecia normal. A excitação era muita, a ansiedade bastante, e a felicidade enorme. As horas correram e afinal, sem que eu me apercebesse, o universo conspirava a nosso favor. Nada mais será como dantes depois do dia de ontem. Eu não mais serei o mesmo!
Ontem foi o dia em que senti na pele que os sonhos, aqueles que esperamos toda a vida, se realizam. Ontem foi o meu dia, foi o nosso dia. O dia do reencontro de duas almas há muito conhecidas, há muito apaixonadas.
Quando o sol se pôs e a Lua nasceu, eu continuava lá, e tu cada vez mais em mim. A noite terminou, e no último beijo, o da despedida, percebi que não mais na vida estarei sozinho.
Os sentimentos não se agradecem, mas eu agradeço ao universo ter-nos juntado.

Cada vez mais... para sempre.

Adoro-te

Judy Garland - Over The Rainbow

"Somewhere over the rainbow,
skies are blue
and the dreams that you dare to dream
Really do come true"

Hoje descobri o mundo para lá do arco-íris.

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Minha Lua

Dia 15 de Janeiro

Minha Lua, pedaço de mim, minha verdadeira imortalidade, como cresceste...
Ainda recordo o teu primeiro dia como se tivesse sido ontem, no entanto, já tanto tempo passou.
Há sete anos atrás estava neste momento a olhar-te, tão frágil e indefesa, nessa redoma que te protegia do mundo. A dor de te imaginar a sofrer, de me imaginar a perder-te, tomava conta de mim. Acho que nunca mais fui o mesmo desde esses dias que passaram tão lentamente. Logo aí mostraste aquilo que já és hoje. Teimosa! :) Não te deixaste ir, lutaste, lutaste e venceste!
A vida nunca mais foi a mesma, o mundo mudou aos meus olhos. O que sou hoje, devo-o em grande parte ao facto de existires, e no meio de tanta tristeza que deslizou por estes sete anos, somos o que sempre quis, inseparáveis. Hoje, és a minha maior alegria.

Um beijo de parabéns, minha lua, meu amor, minha filha.

Amor, o que é? - Resposta

Estou neste momento a ler e a reler as vossas definições de amor. Entre sorrisos e acenos com a cabeça, sinto um orgulho enorme em todas. A forma como se partilharam no blog, a mim e entre vocês ao fim ao cabo, merece da minha parte um grande OBRIGADO.

Foram todas excepcionais e ficou aqui a prova provada que embora haja alguma base comum a todas, definir o amor é impossível. Cada pessoa sente-o de maneira diferente, vive-o de maneira diferente, descreve-o de maneira diferente e é essa a verdadeira beleza do amor. É como uma impressão digital, é o nosso melhor retrato. Somos, definitivamente, como amamos.

Muito obrigado a todas. Gostei da vossa resposta, que me dizem a continuar com uns posts deste tipos?

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Amor, o que é?

Um desafio a todas vós. Definam-me o que é o amor. Amizade? Companheirismo? Paixão? Borboletas no estômago? Ou algo de tão pessoal e próprio de cada um que se torna quase impossível defini-lo?
Quero ler as vossas opiniões, as vossas ideias, o vosso conceito.

Para vos inspirar, deixo uma frase de Antoine de Saint-Exupéry:

"O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem."

Leva-me

Leva-me para onde os sinos dobram,
e as horas mortas são segundos.
Leva-me para onde as árvores são sombras
e nos montes gigantes
não serpenteiam estradas.

Quero o caminho de terra
O das bermas baixas e poucos percalços.
Um que nos deixe ir de mãos dadas,
ver as flores,
e ouvir gnomos e fadas
e pedacinhos de pequenos nadas.

Quero a travessia do mar calmo,
sem as tempestades do passado,
pé ante pé,
sorriso a sorriso,
palmo a palmo
percorrendo o teu e o meu, o nosso fado.

terça-feira, janeiro 13, 2009

Better together

E quando ouvir um "até amanhã" da pessoa certa, nos deixa assim, felizes, felizes, felizes... que fazer?

We're better together, don't you think?

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Poemas

Os meus poemas não têm espartilho.
Vivem soltos no teu peito.

As palavras que te amam,
são braços que te querem,
as mãos que te descobrem
os dedos que te percorrem.

A minha poesia
que se sussurra no teu ouvido,
esconde os beijos que se encerram
nos meus lábios despidos.

Regresso



Estou de volta!!!!

sábado, janeiro 10, 2009

Tango

Tens um tanto de Tango em ti
Uma sedução, um sorriso, um olhar.
Uma possibilidade que me faz querer ficar.
O caminho que se nos apresenta,
difícil depois de tantos dias de tormenta,
é como os passos da dança.
Gestos que se pintam no ar,
dedos que percorrem a pele,
beijos simulados que te deixam louca,
corpos encostados,
e eu
a retirar a rosa da tua boca...

sexta-feira, janeiro 09, 2009

Pequeno lírio

Pequeno lírio
nascido de lágrimas de mulher.
Um poeta é um jardineiro.
Cuida das palavras e das flores,
dos adubos e dos amores,
e de tudo aquilo que fores.

Delicado anjo branco,
solitário na sua redoma,
exalas os perfumes
que a pouco e pouco me dão forma.
E neste banquete de cores
em que meus sonhos quero deitar,
ébrio de sensações e aromas,
pergunto,
porque solitária queres estar?

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Adeus



Não sei se estarei nos próximos dias por aqui. Vou até Sagres admirar o admirável, procurar inspiração para os próximos posts e tentar encontrar alguma paz interior.
Vou estar com a minha filha.
Vou estar feliz.

A todas um bom fim de semana e já sabem, os meios de contacto estão sempre disponíveis para dar e receber carinho :)

No blog (cliquem nos comments vá...)
No hotmail (distraídas... vejam no perfil.... :P)
Na TMN (96*******)
Na Optimus (93*******)

e

nos nossos corações, sempre sempre sempre :)

PS: Sábado vou estar perante a paisagem da foto... por isso quem quiser ajustar contas aproveite :p

Um poeta tem côr

Um poeta tem côr.
Sabe de cor as linhas do horizonte no corpo de uma mulher.
É um andarilho que beija
com as palavras que diz e as que deixa por dizer.
É fogo, arma, lodo,
crescente, poente e oriente.
Faz-se na manhã com as gotas de orvalho
desfaz-se na cama
tantas vezes desejada
de quem ama.

Um poeta tem
uma garrafa atirada ao mar
na noite mais longa e escura sem luar
cheia com os mistério do amor
o sentir e a dor.

O poeta é um crente
doente,
louco,
cheio si.
Tem de tudo um pouco,
este poeta que queres para ti.

Eu já - Desafio

Em desafio é sempre um desafio ainda que seja feito num comment de resposta. Portanto aqui vai.

Eu já fui desafiado.
Eu já me escondi da polícia.
Eu já fui pai.
Eu já esperei num aeroporto por alguém que não chegou.
Eu já dormi numa tenda em Budapeste com temperaturas negativas.
Eu já beijei uma sueca morena.
Eu já tive um acidente de automóvel.
Eu já tentei escalar o Mont Blanc.
Eu já salvei uma vida.
Eu já fui salvo.
Eu já fiz de anjo numa peça de teatro.
Eu já cantei em palco.
Eu já me perguntaram se era israelita.
Eu já vi uma amiga receber a notícia que tinha SIDA.
Eu já recebi propostas indecentes.
Eu já fiz uma passagem de modelos.
Eu já quis ser o que não sou.
Eu já vivi.
Eu já .... acabei. :)

quarta-feira, janeiro 07, 2009

Hay Amores

Ay ! mi piel, que no haría yo por tí
por tenerte un segundo, alejados del mundo
y cerquita de mí

Ay ! mi piel, como el río Magdalena
que se funde en la arena del mar,
quiero fundirme yo en tí.

Hay amores que se vuelven resistentes a los daños,
como el vino que mejora con los años,
asi crece lo que siento yo por tí.

Hay amores que se esperan al invierno y florecen
y en las noches de otoño reverdecen
tal como el amor que siento yo por ti.

Ay ! mi piel, no te olvides del mar
Que en las noches me ha visto llorar
tantos recuerdos de tí

Ay ! mi piel, no te olvides del día
que se paró en tu vida,
de la pobre vida que me tocó vivir

Hay amores que se vuelven resistentes a los años
como el vino que mejora con los años
así crece lo que siento yo por ti

Hay amores que parece que se acaban y florecen
y en las noches del otoño reverdecen
tal como el amor que siento yo por tí
yo por ti...por ti...como el amor que siento yo por tí

Shakira

Porque há amores. Os que já foram e os que ainda o serão.

Aviso

Cara(o)s seguidora(e)s:

Como a história que estou a escrever terá cerca de XXIV capítulos, acho que se perderia de certa forma a dinâmica do blog. Assim sendo, criei um novo blog só mesmo para a continuação da saga. Agradeço como sempre as vossas leituras e comentários.
Por aqui continuarei com a poesia e outros assuntos que me prendam a atenção.

Beijos a todas, segue o lin

www.semtir.blogspot.com

Obrigado

terça-feira, janeiro 06, 2009

Sem Ti (R) - capítulo V

- Estás o quê?
- Estou grávida amor... vamos ter um bebé.

Sinto o sangue a fugir-me do rosto, a garganta seca, as mãos tremem-me e as palavras não saem. Todas as certezas, todas as garantias que sentia neste relacionamento se esfumam. Como um golpe fatal sinto todas as recordações daquela tarde com a Inês a invadirem-me. O verdadeiro motivo da sua partida, o porquê de não estar preparada. Deus tem um sentido de humor sarcástico. Brinca com a minha vida, faz de mim um peão nas suas jogadas, e agora, no mesmo dia, traz-me quem me abandonou, e faz-me abandonar quem eu pensava amar-me.

- Que se passa amor? Eu sei que não foi planeado mas... é um bebé, sabes que foi algo que sempre desejei.
- Eu sei, e o que vais fazer?
- O que vou fazer?
- Sim, vais abortar ou vais continuar com a gravidez?
- Decididamente és uma besta! É claro que vou continuar!!!
- Ok, eu sinceramente só quero que arrumes as tuas coisas e te ponhas daqui para fora! Vou ao café e quando voltar quero a paz que sempre desejei e que tu nunca me conseguiste ou sequer quiseste dar.
- António, não me faças isto... eu amo-te! Eu não tenho para onde ir!! Mas porque é que estás a reagir assim??

Nunca suportei ver uma mulher a chorar. Suporto melhor a minha tristeza que a dos outros. Deixo Joana num pranto, pego o casaco e saio porta fora.
A Lua, minha companheira de tantas noites, espera-me.
Deambulo mais uma vez sem destino.... sem norte e no fundo, sem sorte.
Hoje foi provavelmente o pior dia da minha vida, tal como tinha sido precisamente há 7 anos atrás.
Foi o dia em que a Inês me deixou.
Foi o dia em que fiquei a saber que não posso ter filhos.

Sem Ti (R) - capítulo IV

- Amor, temos que comprar pasta de dentes!

Não respondo. Tenho perto de 30 anos e nunca foi esta a vida que desejei para mim.
Quando era adolescente tinha sonhos. Olhava o calendário e o ano de 2009 estava cheio de sorrisos, desejos concretizados, amor, muito amor, filhos, e um gato.
Não tenho nada disso. O alarme tocou e eu acordei nesta casa despida de certezas e mobilada com todas as minhas dúvidas existenciais.
Tinha acabado de fazer amor, estava a chorar e a minha companheira dizia-me que era preciso comprar pasta de dentes. Onde está tudo aquilo que ambicionei?

Levanto-me do sofá, visto-me, acendo um cigarro e vou até à varanda.
Joana segue-me, primeiro com os olhos, depois com um toque no ombro, abraça-se a mim.

- Preciso falar contigo amor.
- Fala...
- Tenho uma coisa para te contar...
- Sempre conseguiste falar com a tua mãe?
- Não, mas não é isso.
- Então estás à espera do que? Há coisas que não podemos adiar. Vai lá telefonar-lhe
- Já telefono, espera.
- Não espero nada! Vai telefonar, ou mais uma vez vou ter que ser eu a tratar do assunto??
- Vai-te à merda... és uma besta!
- Desculpa... Desculpa... não ligues, ando com umas cenas na cabeça.
- Oh amor, fala comigo.

Puxo uma passa, afasto o olhar e as mãos dela. Olho a lua cheia... como explicar a esta pessoa que sempre me apoiou em tudo, que sempre esteve do meu lado e me deu a mão quando eu estava de rastos, que o meu coração nunca tinha sido nem nunca seria dela? E mais, que a sua verdadeira dona estava ali bem perto, no T1 do número 34...

- Deixa... o que me querias contar?
- Estou grávida....

Sem Ti (R) - capítulo III

Levanto-me sem lhe dar tempo de esboçar mais uma palavra sequer ou de me voltar a cativar com aqueles verdes longos olhos e saio porta fora.
O que parecia, ao acordar, o dia como todos os outros, estava a tornar-se no meu maior pesadelo. Não sei o que sentir! A raiva, a dor e o ressentimento, travam uma batalha sangrenta com o amor, o verdadeiro amor, a saudade, a paixão e a vontade. Neste momento não me sinto, não me encontro, não sei onde ir.
O céu chora comigo. A noite já caiu e a chuva gelada invade as ruas da cidade dormente como eu. Quem comigo se cruza nas ruas não imagina a chacina que vai dentro de mim, a batalha infindável desta guerra que eu julgava já terminada.
A paz não quer nada comigo.
Chego a casa.
Enrolada na toalha do banho, com o cabelo ainda molhado, a Joana parece-me perfeita. Aquela perfeição que julgamos ver em quem, apesar de não amarmos, já nos habituámos.
Aproximo-me dela, abraço-a, beijo-a, arranco-lhe a toalha do corpo.... os nossos cabelos molhados, os dela pela água que liberta e lava, os meus pela água que recorda, emaranham-se.
Dispo-me e deito-a na cama... agarro-lhe as coxas, beijo-lhe o peito... fazemos amor, sexo, paixão, instinto animal, seja o que for, nesse momento somos um só, e tudo parece fazer sentido. Nunca uma pessoa com quem já trocámos fluidos nos poderá ser indiferente. Fica sempre parte dela em nós e parte de nós nela.
Ofegantes, sorrimos, voltámos a ter um orgasmo em simultâneo, tantos meses depois...

- Venho já!
- Eu vou para a sala.

Ela dirige-se para a casa de banho e eu sento-me no sofá da sala. As lágrimas começam a cair e eu, não as consigo conter. Talvez não queira. Talvez não mereça. Neste momento todo eu sou Inês, pois foi com ela que a minha imaginação fez amor...

domingo, janeiro 04, 2009

I wish i could see that

Este filme chegou até mim pela minha amiga Ianita. Esta é uma das partes que mais gostei.

Atentem na frase que aparece no final do vídeo e digam-me o que acham.

Beijos, bom Domingo.

sábado, janeiro 03, 2009

Desafio - prémio para Sayuri

Devido a polémicas entre as premiadas, que pretendiam todas o prémio da Sayuri, o júri decidiu por unanimidade alterar a distinção.
Assim sendo, segue o croquis do seu novo prémio




Sayuri, não te sintas injustiçada, eu prometo compensar da próxima vez :))))

Beijos a todas e obrigado por participarem nesta brincadeirinha de Ano Novo, afinal o Carnaval é quando um Homem quiser não?!

Insónia

Em busca do sono que não vem
tropeço em memórias que não vão.

Pois que fiquem que já não incomodam,
vivo com elas,
não as afasto.
Fazem-me companhia até que tu,

sim tu, decidas não te esconder mais!

Por que esperas? Tens medo?

Também eu!

Desafio - resposta




Muito bem! Gostei das respostas e embora no post não o tenha referido, tenho prémio para a vencedora! Bem, pensando melhor, as vencedoras! Ganharam todas, até mesmo quem não acertou.
Assim sendo aqui vão os prémios:

Ianita - Um bilhete de expresso para Tavira.

Manzas - Uma caracolada com imperiais numa esplanada à escolha.

Yargo - o livro O Segredo.

Sayuri - Um guarda-chuva dos chineses.

Zabour - Uma semente de embondeiro.

Lita - Um voucher para um banho de lama num Spa. (For old times sake)

Sininho - Uma imagem de Nossa Senhora de Fátima

SRRAJ - Um kilo de bacalhau da Noruega

Lize - Um cd do Graciano Saga com a canção "Vem devagar emigrante"

Sunshine - Uma caixa de ferrero rocher vazia, mas com as pratas dos bombons.

Ana Campoz - Um exemplar do Fernão Capelo Gaivota.

Kaila - Um voucher para o Spa também, e umas luvas cor de rosa com pompons.

sexta-feira, janeiro 02, 2009

Desafio

Desafio os meus leitores e leitores a dizerem o que vêm nesta imagem...


quinta-feira, janeiro 01, 2009

Sem Ti (R) - capítulo II

- Dás-me um cigarro? Posso sentar-me?
- Senta-te...
- António Duarte... há quantos anos?
- Não sei, talvez anos demais.

Sentia-me morrer a cada palavra que pronunciava. Não me conseguia desviar daqueles olhos verde mar que tanto ansiara rever. Tinha feito telefonemas a amigos comuns, pesquisado na net em sites de dating e comunidades virtuais, e nada, tinha desaparecido sem rasto. Preparara vezes sem conta o discurso que queria ter quando a encontrasse, e agora, agora tinha-a aqui à minha frente e eu não sabia o que lhe dizer...
- Não me estás a conhecer? Não acredito.... não passaram assim tantos anos!
- Claro que te estou a conhecer. Não passaram anos, mas passaram muitas lágrimas. Como estás Inês?
- Estou bem, acabei de comprar casa. Aqui mesmo. Comprei o T1 do número 34.
- Procurei-te tanto...
- Eu tinha de ir António. Não me sentia minimamente preparada. Sei que errei e que te magoei muito. Mas... perdoas-me?

A sua expressão tornou-se mais meiga. A surpresa inicial tinha passado e olhava-me agora com aquele ar receoso de quem teme a resposta a um desejo.
Acho que foi pelos seus olhos que me apaixonei quando a vi pela primeira vez no metro. Recordo-me como se fosse hoje. A estação estava quase deserta e tínhamos ambos falhado o metro por segundos... O sinal sonoro das portas fora o nosso último passo. Lembro que ela me olhou, sorriu e disse, este já era. São só cinco minutos, respondi, e, no momento em que os nossos olhares se cruzaram, os cinco, passaram a dez, quinze, vinte, uma eternidade. E, de facto, assim foi....

- Já te perdoei há muito tempo Inês. Perdoamos sempre quem amamos. O mais difícil é perdoarmos-nos a nós próprios.
- Já li O Principezinho.
- E então?
- Já sei o porquê de me chamares raposinha.
- "Tornas-te eternamente responsável por aqueles que cativas"
- Sim...