sábado, março 28, 2009

Eternamente

Ardem-me os olhos da noite que se despede
dos sonhos que ficam, sensações à flor da pele
dias a fio pintados a tons pastel
e estremece-me o corpo no abraço que te prende.

Há na dor um desejo, uma fonte, uma sede
um cama vazia à espera, numa espera cruel,
um doce carinho, dois braços de mel,
uma vida, partilha, um olhar que entende.

Quero tocar teu corpo, sentir a paixão,
conhecer teu cheiro, arrepiar-me sem fim,
ser a tarde mais longa, eterno Verão.

Saborear, amar, sentir-te em mim
ser o teu soldado na luta, na imensidão,
a teu lado afastar quem nunca te soube assim.

sexta-feira, março 27, 2009

Aconteceu

Aconteceu
Eu não estava à tua espera
E tu não me procuravas
Nem sabias quem eu era
Eu estava ali só porque tinha que estar
E tu chegaste porque tinhas que chegar
Olhei para ti
O mundo inteiro parou
Nesse instante a minha vida
A minha vida mudou
Tudo era para ser eterno
E tu para sempre meu
Onde foi que nos perdemos?
O que foi que aconteceu?
Tudo era para ser eterno
E tu para sempre meu
Onde foi que nos perdemos, meu amor?
O que foi que aconteceu?
Aconteceu
Chama-lhe sorte ou azar
Eu não estava à tua espera
E tu voltaste a passar
Nunca senti bater o meu coração
Como senti ao sentir a tua mão
Na tua boca o tempo voltou atrás
E se fui louca
Essa loucura
Essa loucura foi paz
Tudo era para ser eterno
E tu para sempre meu
Onde foi que nos perdemos?
O que foi que aconteceu?
Tudo era para ser eterno
E tu para sempre meu
Onde foi que nos perdemos, meu amor?
O que foi que aconteceu?

quinta-feira, março 26, 2009

To really love a woman


Musica e desejo do dia... "to really love a woman to understand her, you got to know her deep inside"

quarta-feira, março 25, 2009

O meu reino por um pouco de paz

Dava o meu reino hoje por um pouco de paz. Daquela boa, que traz quentinho no peito e brilhozinho aos olhos...
Mas não... o dia ainda dói, e hoje é noite de Rachmaninoff a tocar incessantemente...

Um beijo a todas as que me seguem e me lêem. Sei que raramente respondo a comentários, mas é sempre bom sentir-vos aí.

Desculpem as nuvens, mas há dias assim... melhores virão, a começar por amanhã.

terça-feira, março 24, 2009

Sorrisos, abraços, beijos e amassos

Gosto de sorrir, gosto de brincar, gosto de ouvir os gatos a miarem. Gosto de me sentar num jardim a ver o buliço das gentes.
Gosto da chuva. Adoro o vento. Adoro a Lua.
Gosto de andar descalço na areia, não na quente, mas sim naquela junto à rebentação, fria e que dança com os dedos, embalada pela água salgada.
Gosto de beijos e de abraços. E de amassos também :)
Gosto da latitude e da longitude e de como elas me dizem onde estou.
Gosto de estar, de ser e de ficar.
Gosto de cortinados, da forma como deixam a luz entrar, entrecortada.
Gosto de ler o horóscopo do dia e sorrir com tanto disparate. Leio o meu e depois o teu. Sempre, todos os dias de manhã.
Gosto da primeira bica do dia, do amargo do café que me fica na boca.
Gosto de ficar sem fôlego com um pensamento. Uma saudade, um momento, uma palavra. Gosto de brincar com as palavras.
Gosto de estar deitado, de lado, a olhar...
Gosto de adormecer com duas almofadas. De acordar e antes de abrir os olhos ter esperança, levantar-me, olhar o espelho e dizer, é hoje!
Gosto das pequenas coisas, dos pequenos pormenores de que a Lita, tão bem fala.
Gosto das surpresas boas.
Gosto tanto de tanto, que sinceramente, o que mais gosto é mesmo de gostar de tanta coisa :)

segunda-feira, março 23, 2009

Fogueira

Danço na fogueira.
Danço na chama que me consome,
nos dedos que, enormes, tentam chegar-te.
Queimo-me na tua pele,
no teu rosto.
Beijo os lábios
doces de sol posto.
Sou tinta bamboleante,
de pincel errante, que na tela tenta desenhar-te.
Sou o verniz nas tuas unhas,
o reflexo em teus olhos.
Sou amar-te, sou ter-te,
sou um verbo que se conjuga na tua boca.
Sou a água de outrora,
o vento de leste, amargo, agreste,
o sonho que te ama na aurora.

domingo, março 22, 2009

I had a farm in Africa

Começa assim o filme que vi, não sei já há quantos anos, e que mais me marcou até hoje. Acho que me defini amorosamente por ele, e mais tarde pela história da K e do Count Laszlo Almasy.
Sempre tive uma tendência incrível para relações amorosas com propensão para o fatalismo. Acho que só se ama, quando se ama intensamente. E sim, o amor vem no primeiro olhar, no primeiro toque, na primeira palavra, na primeira imagem que se constrói dentro de nós.
Um dia, vou escrever um livro. Uma história de amor, desse amor que falo, o amor paixão, o amor arrebatador. Esse amor, não vem com os anos, aliás, com os anos, muitas vezes, esfuma-se, dando lugar ao amor amizade, amor carinho, amor hábito. É amor na mesma, mas... saudade, saudade, sentimos daquele primeiro, que nos fez ver o céu mais azul e uma oitava cor no arco-íris.
No entanto, ninguém consegue viver assim continuamente, e por isso mesmo, os filmes de que falei, retratam histórias fatais, amores de uma vida, que ficam eternamente vivos na memória até que os dias se esvaiam completamente das vidas de quem pode dizer que viveu!
As pegadas impressas na alma são indestrutíveis, li uma vez, e concordo.
Quando se ama assim, acabamos por ser injustos para quem vem a seguir. Porque sentimos sempre que esse sentimento nunca estará à altura daquele outro. Nunca voltaremos a sentir na pele o arrepio do olhar, a voz embargada por um silêncio, por uma cumplicidade. E sim, aí somos injustos connosco próprios porque não nos damos uma oportunidade.
Mas, já estou a divagar, e, o que quero dizer, é muito simples, amem! Intensamente! Repito-me de quando me intitulava de poeta, mas não me canso, amem! Sem olhar a mais nada. Sejam inconscientes! Dêem-se completamente. Vivam o amor paixão. Os outros amores, têm tempo de chegar. Não partam para a vida a dois sem o sôfrego amor.
Não quero dar lições de moral, mas sinto cada vez mais que as pessoas não se entregam, que se juntam por convenções, tradições ou, a pior de todas para mim, por questões económicas, do tipo, viver a dois permite um maior desafogo que viver sozinho. São tudo razões respeitáveis, no sentido que cada um faz as curvas como quer, mas, pensem daqui a uns anos, quando já tiverem a barriguinha crescida, ou as meninas, um peito mais flácido e as rugas a ameaçarem, acham que vão olhar para trás e sentir-se felizes? Alguns sim, sem dúvida, mas a maioria de nós, o que não daria para poder recordar, e dizer, todas as manhãs ao espelho, "eu já sei o que é o amor, a paixão".
Por isso, lutemos para sermos felizes. Ele chega sempre, se tivermos paciência para esperar por ele. Perseverança para lutar por ele. Desejo que ele venha ter connosco.
Há tantas pessoas lindas no mundo, por dentro e por fora, mas só uma encaixa na perfeição em nós. Eu quero essa perfeição, e vou lutar por ela, e vocês?

Angústia

Será que ainda me resta tempo contigo,
ou já te levam balas de um qualquer inimigo.
Será que soube dar-te tudo o que querias,
ou deixei-me morrer lento, no lento morrer dos dias.
Será que fiz tudo que podia fazer,
ou fui mais um cobarde, não quis ver sofrer.
Será que lá longe ainda o céu é azul,
ou já o negro cinzento confunde Norte com Sul.
Será que a tua pele ainda é macia,
ou é a mão que me treme, sem ardor nem magia.
Será que ainda te posso valer,
ou já a noite descobre a dor que encobre o prazer.
Será que é de febre este fogo,
este grito cruel que da lebre faz lobo.
Será que amanhã ainda existe para ti,
ou ao ver-te nos olhos te beijei e morri.
Será que lá fora os carros passam ainda,
ou estrelas caíram e qualquer sorte é benvinda.
Será que a cidade ainda está como dantes
ou cantam fantasmas e bailam gigantes.
Será que o sol se põe do lado do mar,
ou a luz que me agarra é sombra de luar.
Será que as casas cantam e as pedras do chão,
ou calou-se a montanha, rendeu-se o vulcão.

Será que sabes que hoje é domingo,
ou os dias não passam, são anjos caindo.
Será que me consegues ouvir
ou é tempo que pedes quando tentas sorrir.
Será que sabes que te trago na voz,
que o teu mundo é o meu mundo e foi
feito por nós
.
Será que te lembras da côr do olhar
quando juntos a noite não quer acabar.
Será que sentes esta mão que te agarra
que te prende com a força do mar
contra a barra.
Será que consegues ouvir-me dizer
que te amo tanto quanto noutro dia qualquer.

Eu sei que tu estarás sempre por mim
não há noite sem dia, nem dia sem fim.
Eu sei que me queres, e me amas também
me desejas agora como nunca ninguém.
Não partas então, não me deixes sozinho
Vou beijar o teu chão e chorar o caminho.

Pedro Abrunhosa

Saudade

Tenho a saudade presa nos lábios.
Sinto a tua falta.
De te ler.
De te abraçar, nos pequenos momentos,
pequenos instantes,
nos enormes sorrisos cúmplices de amantes.
Sinto a falta de me encontrar em cada verso teu
e de me deitar na certeza que o universo estava do nosso lado.
De encontrar na almofada
os sonhos que já não desejava.
Sinto a falta do teu toque,
da tua voz.
Sinto a falta do sol, em dias que, agora, amanhecem cinzentos,
sempre...
Sinto falta de ti
Sinto falta de mim
Sinto falta de nós...

sábado, março 21, 2009

Dia Mundial da Poesia

Poesia que corre em mim
rio desordenado,
restolho quente, desejo queimado.
Poesia que se encontrou em ti,
lua amada,
vento sul, deserto que sente.
Poesia que te quero,
porta entreaberta
desespero.
Poesia meu mundo,
meu caminho até ti,
desejo consumado,
pele, toque, cheiro e fado,
canção, sinfonia,
teu corpo, alegria.

Mistéééééério

Ia eu e a princesa sair de casa hoje de manhã, felizes e contentes, quando chegamos ao carro e damos com uma situação bizarra. Porta destrancada, ignição na posição 2, sem chave.... mau... pior, não só nada tinha sido roubado, como o alguém ainda deixou um escopo (utensílio de pedreiro para picar paredes) no banco de trás. Tenho cá para mim que o meu carro serviu de dormida... e esta hein?! Ah, e a bateria completamente descarregada.

Tinha lá o meu swatch, um blusão da levi's, e alguns brinquedos da pequenina, tudo intocado. Há coisas inexplicáveis. Ou sou sonâmbulo, ou há um ladrão muito simpático aqui a rondar.
Aceitam-se sugestões para explicar o sucedido.

Os teus pés

Quando não posso contemplar teu rosto,
contemplo os teus pés.

Teus pés de osso arqueado,
teus pequenos pés duros.

Eu sei que te sustentam
e que teu doce peso
sobre eles se ergue.

Tua cintura e teus seios,
a duplicada púrpura
dos teus mamilos,
a caixa dos teus olhos
que há pouco levantaram vôo,
a larga boca de fruta,
tua rubra cabeleira,
pequena torre minha.

Mas se amo os teus pés
é só porque andaram
sobre a terra e sobre
o vento e sobre a água,
até me encontrarem.

Pablo Neruda

sexta-feira, março 20, 2009

Vazio

Hoje, acordei, a cama estava vazia.
Fiz a barba, ouvi Nina Simone.
Tomei banho ao som de Nina Simone.
A cozinha estava vazia.
A sala estava vazia.
O telemóvel... silêncio.
Saí para o trabalho de alma vazia.
Voltarei, ou não...

o vazio permanece.

quinta-feira, março 19, 2009

Tenho um poema que não sai.
Um verso que não se mostra.
Uma dor que corrói, mata, destrói.
Uma alma que não encontra.
Tenho a distância a doer
e um vazio que me preenche.
Um corpo que estremece, na voz que não ouve,
na saudade que não vai,
na ausência que,
lágrima a lágrima, cai...

The closest thing to crazy



"I was never crazy on my own...
And now I know that there's a link between the two,
Being close to craziness and being close to you. "

quarta-feira, março 18, 2009

Os dias que me doem....

"Multipliquei-me, para me sentir,
Para me sentir, precisei sentir tudo,
Transbordei, não fiz senão extravasar-me,
Despi-me, entreguei-me,
E há em cada canto da minha alma um altar a um deus diferente."

Fernando Pessoa

terça-feira, março 17, 2009

segunda-feira, março 16, 2009

Eu sei que vou te amar

Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
A cada despedida eu vou te amar
desesperadamente vou te amar
E cada verso meu será
Pra te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida
Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que essa tua ausência me causou
Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida

domingo, março 15, 2009

Excertos...


Faço-te deslizar sobre a cama, sobre os lençóis ainda amarrotados pelo ímpeto da paixão e deixo-te nua a olhares-me. Pego no pincel chinês, de pêlo de marta, e na tinta sépia e, dirigindo-me a ti, digo para te virares. Olhas-me carente e apaixonada e obedeces-me deixando a planície das tuas costas completamente a minha mercê. Sento-me junto a ti e começo a escrever, suavemente, arrepiando a pele ao toque do pincel e da tinta fria. Oiço-te gemer baixinho, na antecipação do prazer, e contrais-te quando, para escrever mais um verso, te toco a pele com a mão.
Escrevo sem parar e, a palavra sinto-te cada vez mais excitada. Perguntas-me, o que estás a escrever? Respondo-te, estou a escrever-me a mim, em ti.
Não me deixando continuar, viras-me e beijas-me, e entre tintas e pincéis, versos, poesia e palavras desgarradas, voltamos a fazer amor sob um sol que entardecia.

- Não me deixes nunca!
- Como te posso deixar, se já és parte de mim?
- Amo-te tanto...
- Sou-me em ti.

sábado, março 14, 2009

Life

it's not the meaning, it's the feeling of life that matters.

À tarde com saudade

Voa nas asas livres da gaivota
todo o meu ser revolto de saudade
voam os beijos que te dou na eternidade
os sorrisos quentes nos teus lábios, na tua boca.

Vive na noite, nas sombras da Lua,
os prazeres, desejos, que te não dei.
A terra selvagem, sem ordem nem lei,
que conquisto ofegante na pele nua.

Na certeza de te vir um dia a amar,
deixo-me ir, embalado na tarde calma,
sentimentos ao leme, sonhos no olhar.

Envoltos em calor, desejo, brisas do mar,
deitados na cama, fazendo amor com a alma,
corpos despidos, um desejo... ficar...

sexta-feira, março 13, 2009

Ne Me Quitte Pas - Nina Simone

Misterious ways

The universe has its own misterious ways...

O ano começou e trouxe um ímpeto de Primavera.
Como uma semente adormecida, irrompeu pela vida fora e nada será como dantes. Esqueceu-se do Inverno, e trouxe-nos a todos novos sentires, novos olhares, novos fazeres.
O que começou como um caminho de esperança, revelou-se apenas um meio para atingir um fim. Sem esse "pequeno" acontecimento, não se teriam desencadeado tantos outros que vieram ligar, quem sabe para sempre, almas que andavam desavindas. O universo conjugou-se numa simples pergunta, num simples pedido, numa simples ajuda de uma amiga. Sem isso, nada tinha acontecido, e as almas não se tinham encontrado.
Há no entanto almas que não se compatibilizaram e se afastaram, talvez mais por questões pragmáticas que sentimentais ou espirituais, mas a verdade é que mesmo esse afastamento foi necessário para chegarmos ao caminho em que estamos.
A água turva da agitação inicial, começa a dar lugar a uma água límpida, em que a verdade vai vir ao de cima, em que só o essencial vai ficar e tudo se definirá.
Para tudo há um razão, e tu, tu, tu e tu, vieram por uma razão. Ela revelar-se-á em breve.
Eu já encontrei a minha chave, e o portão já abriu. Falta descobrir a vossa e o papel que cada um vai representar nessa abertura.
Uma coisa é certa, os sentimentos à flor da pele, já ninguém nos tira, e caminho com a certeza que quando pensei que não podia nunca encontrar mais romantismo num momento, numa situação, a vida vem com todo o seu vigor, e mostra-me que, afinal, os dias ainda podiam ser mais quentes em pleno Inverno.

Peço desculpa a quem não vai perceber o que escrevi, mas este é, decididamente, um post com destinatários. :)

quinta-feira, março 12, 2009

Ata-me

Ata-me em teu peito,
como a amarra de um navio
presa ao cais.
De rosto na pele,
olhos fechados,
lábios húmidos,
em teus seios desejados.

Agarra-me agora,
sem pudores,
sem demora.
Despe-te nos olhos,
que de tanto te amarem,
se deleitam a ver-te.

Encontra em meu corpo,
o caminho para ti,
encontra em meu ser,
o mapa do mundo,
que escondido na noite,
no poço mais fundo,
se revela agora,
teu cada segundo.

Deixas Em Mim Tanto De Ti

A noite não tem braços
Que te impeçam de partir,
Nas sombras do meu quarto
Há mil sonhos por cumprir.

Não sei quanto tempo fomos,
Nem sei se te trago em mim,
Sei do vento onde te invento, assim.
Não sei se é luz da manhã,
Nem sei o que resta em nós,
Sei das ruas que corremos sós,
Porque tu,

Deixas em mim
Tanto de ti,
Matam-me os dias,
As mãos vazias de ti.

A estrada ainda é longa,
Cem quilómetros de chão,
Quando a espera não tem fim,
Há distâncias sem perdão.

Não sei quanto tempo fomos,
Nem sei se te trago em mim,
Sei do vento onde te invento, assim.
Não sei se é luz da manhã,
Nem sei o que resta em nós,
Sei das ruas que corremos sós,
Porque tu,

Deixas em mim
Tanto de ti,
Matam-me os dias,
As mãos vazias de ti.

Navegas escondida,
Perdes nas mãos o meu corpo,
Beijas-me um sopro de vida,
Como um barco abraça o porto.

Pedro Abrunhosa

terça-feira, março 10, 2009

Excertos...

"Eu sei do que falas. Queres saber se o meu cheiro é o perfume com que sempre ansiaste, se o meu corpo encaixa perfeitamente no teu, se o meu rosto tem a perfeição a teus olhos de um quadro pintado por uma alma anónima. Queres saber se te prolongas em mim e se depois de me tocares nada mais vai ser como dantes e tuas mãos não serão mais as mesmas se não tiverem em si a minha pele. Eu sei do que falas, também o sinto..."

segunda-feira, março 09, 2009

domingo, março 08, 2009

Loucura

São sempre poucas as palavras
sempre poucos os minutos
sempre poucas as promessas...

És-te em mim... sou-me em ti...

o destino seremos.

sábado, março 07, 2009

A mulher

Cada mulher um mundo
um desejo
um querer.
Cada mulher um segundo,
uma flor,
um beijo
um aceitar para além do entender.

Que neste 8 de Março não escorra uma única lágrima no rosto de qualquer mulher.

Excomunguemos a Igreja

Que a Igreja Católica Apostólica Romana está cheia de parolos, já todos sabemos. Muitos de nós já o sentimos de perto. Mas acho que se foi longe demais. No Primeiro Jornal da SIC, hoje, dia 7 de Março de 2009, em pleno século XXI, foi noticiado o seguinte, uma criança de 9 anos, grávida por violação do padrasto, foi excomungada, bem como os seus pais, por ter efectuado um aborto. Mais, a equipa médica, levou pela mesma medida e também foi excomungada. Para os mais leigos passo a explicar com um exemplo prático, esta criança, um dia mais tarde, não poderá vir a casar, por igreja, por ter interrompido uma gravidez fruto de uma violação.
Relembro a idade, 9 anos...
O violador, esse, não foi excomungado...

Eu, acredito em Deus, acredito na mensagem de Jesus Cristo. Acredito no amor, no perdão, no dar a outra face. Acredito que podemos ser sempre melhores e que assim influenciamos quem nos rodeia. Mas, recuso-me a ser considerado parte desta Igreja.

The kingdom of god is within you and not around you... e cada vez tenho mais a certeza disso.

sexta-feira, março 06, 2009

Only when I sleep - The Corrs

You're only just a dreamboat
Sailing in my head
You swim my secret oceans
Of coral blue and red
Your smell is incense burning
Your touch is silken yet
It reaches through my skin
And moving from within
It clutches at my breast

But it's only when I sleep
See you in my dreams
You got me spinning round and round
Turning upside-down
But I only hear you breathe

Somewhere in my sleep
Got me spinning round and round
Turning upside-down
But its only when I sleep

And when I wake from slumber
Your shadow's disappear
Your breath is just a sea mist
Surrounding my body
I'm workin' through the daytime
But when it's time to rest
I'm lying in my bed
Listening to my breath
Falling from the edge
But it's only when I sleep

Um sexto sentido...

Há em mim um sexto sentido que agrupa todos os outros e se revela em ti. Um sentido em que és cheiro, olhar, toque, sabor e suave melodia. Em que despertas todos os pontos mais sensíveis do corpo que reage invariavelmente a ti.
Um sexto sentido, um novo sentir...
Quero escrever a palavra que o defina e ela não me sai. Percorro o dicionário e nenhum termo é suficiente para descrever o que sinto, o que sentimos. Não é só amor, não é só paixão, não é só encantamento, não é só desejo. É tudo isso, mas é muito mais. Tem corpo. Tem gosto. Tem forma e poderes escondidos. Tem alma porque anseia e dedos que se formam nos desejos. Tem a saudade do que ainda não veio e a verdade do invisível essencial.
É a palavra, o sentir, o sentido mais completo. É a verdade, a certeza, a busca e o encontro.

O sexto sentido, o nosso sexto sentido, é isto e tanto mais....

quarta-feira, março 04, 2009

Filho do vento

Na bruma da manhã, depois da noite em que sempre me encontro, sou um ser renovado. Dia após dia o encantamento repete-se. Sou o filho do vento e da lua, nascido numa noite de Inverno. Herdei de meu pai, o vento, a inconstância, a semente errante, o improviso e os beijos roubados de lábios distraídos. A força da tempestade e a doçura da brisa, é-me genético como a cor dos olhos que o destino quis verdes.
Minha mãe, a lua, deu-me a subtileza de uma noite de lua cheia. A beleza do luar de Janeiro, frio, distante, mas surpreendentemente aconchegante. Sou as suas fases, os seus opostos. Sou cheio, sou novo, e sou quartos. Sou um constante nascer depois de um poente, a saudade que fica dos dias de sol, do quente na pele. Sou o mistério e as sombras da noite que ocultam sempre algo desconhecido. Um mistério constante, uma névoa que esconde, um cantar de coruja na escuridão.
Sozinho, na noite do luar mais longo do ano, nu, no precipício sobre o mar revolto, abro os braços, e deixo o vento embalar-me e levar-me para longe, a voar, para junto do sonho, para junto de ti.

segunda-feira, março 02, 2009

Eu...

eu...

sou muito mais do que aquilo que escrevo
sou olhos
voz
corpo
e cheiro.
Sou Deus e pecado,
sonhos desfeitos,
amores perfeitos,
eternamente tido e abandonado.

domingo, março 01, 2009

Não chores...

Sentada na areia, de frente para o mar, choras quase sem esforço. As lágrimas que tantas vezes deambulam pela alma, encontram finalmente os olhos e cavam rios no teu rosto. As ondas batem nas rochas, deitam-se na areia e tu, já sem forças, deixas-te tombar, sentindo o frio dos milhões de partículas que o mar levou anos e anos a separar.
Não chores, digo-te eu. Pego a tua mão, puxo-te para mim e abraço-te.
Não chores e encho-te de beijos e de sorrisos.
Não chores e pego-te ao colo e levo-te dessa praia de tristezas.
Não chores e em silêncio, olho-te, beijo-te e repito, não chores...

Túnel secreto

Há, da minha alma para a tua,
um túnel secreto.
Sem mapas, sem caminhos.
Só existe à luz da Lua,
no amor sentido e concreto,
nas tardes quentes
de poemas sem ninho.

De noite,
nas sombras do luar,
o túnel é o nosso refúgio,
o nosso encontro,
o nosso porto de abrigo,
e carentes, despidos,
em amantes vagas se entregam as almas.

És a lua
que em meus olhos se pinta nua.
Sou o sol
que quente te invade.
Somos astros celestes,
altivos ciprestes,
que no dia se encontram
e de noite se amam.