quinta-feira, abril 30, 2009

Chocolate

Hoje, enquanto andava pelo supermercado, ao fim de um dia de trabalho que até nem foi muito complicado, passei pela secção dos chocolates... não vale a pena dizer mais pois não?
Estes fins de semana prolongados, por muito bem que saibam têm um fim de boca tão amargo, por isso, venha de la o chocolate, que o mundo pode acabar amanhã e eu quero ter a boca bem docinha :)

Post bem parvo este não?!

Musica è

terça-feira, abril 28, 2009

400

Este é o post número 400 do meu blog.
Entre lágrimas e sorrisos tem sido uma caminhada sem a qual acho que não seria a mesma pessoa.
Sem as vossas palavras não o seria efectivamente, e então, em jeito de comemoração da marca, deixo-vos um desafio, que, nos comentários, deixem escrito o que acham que vão estar a fazer, como vão estar na vida, o que vão estar ou queriam estar a sentir e a viver quando eu fizer o post nº 800, que é, pelas minhas contas, daqui a cerca de 2/3 anos...

Vá, quero ver essas respostas.

O desafio é para quem me comenta assíduamente e também para quem me lê por detrás do arbusto, vá, come out come out, wherever you are... :)

Laço

O laço que ata,
os dedos nos cabelo,
as almas em novelos
imperceptíveis de saber.

O laço que faço,
com que me prendo na cama,
me ato na chama
da fogueira que me arde.

O traço rasga o céu,
o sol aquece a tarde curta,
a nuvem chove em mim e
sopra um vento do deserto ao anoitecer.
A história que se vai escrevendo,
é numa língua que só eu entendo.

domingo, abril 26, 2009

Dove c'è l'amore?


Onde?
Na chuva que cai,
na saia rasgada?
Na pele despida?
Onde?
Na vida sombria?
Na saudade abraçada?
No rio que transborda?
Onde?
Na selva sangrenta?
na cidade da luz?
Na bonança, na tormenta?
Onde?
Na cama em que me deito?
No eco que enche o meu peito?
Ou na demora, do dia, da hora,
na canção da palavra,
conjugada
num futuro mais que perfeito?

A sunday kind of love

Na parede caiada,
caem as letras de um poema
que deixei por escrever.

Na chuva que escorre,
no sol que brilha,
há um sentimento que fica.

Há, nas tintas com que me pintas,
um mar de tonalidades
de pormenores
que me apresentas.

Nas tentativas,
nas dores,
nos amores perfeitos,
do jardim onde passeamos,
um micro mundo que não conhecia.

O meu micro mundo,
a minha alma escondida,
a voz que pensava perdida,
e que por ti encontrei.

Fim de semana nas imensas....

Voltei este fim de semana a casa. Voltei às minhas imensas.
Vim de autocarro, atravessando paisagens da minha infância, recordações de outros tempos e tudo isso mexeu comigo.
Há um misto de confusão e paz dentro de mim, mas no fundo acho que o Alentejo será sempre isto para mim, um refúgio onde venho esporadicamente, onde me sinto em paz, onde venho para viajar dentro de mim, mas não farei aqui vida.
As planícies, imensas, estendem-se a minha frente e são parte de mim. Mas são sobretudo a prova e a lembrança de tudo o que ainda tenho para percorrer.

sábado, abril 25, 2009

Desafio da Chris

A Christiana borboleta desafiou, não directamente, mas eu sou um gajo que aproveita tudo o que tá à mão, por isso aqui vai...

1- Nome?
Armando
2- Porque lhe deram esse nome?
Ok, vergonha das vergonhas, era o nome de um bailarino...
3- Você faz pedidos às estrelas?
Sim
4- Quando foi a última vez que chorou?
No comments
5- Gosta da sua letra?
Adoro
6- Gosta de pão com quê?
Com tudo
7- Quantos filhos tem?
Uma filha
8- Se fosse outra pessoa seria seu amigo?
Sem dúvida
9- Saltaria de bungee-jump?
No way....
10- Desamarra os sapatos antes de tirá-los?
Quase sempre...
11- Acredita que é uma pessoa forte?
Agora sim, muito forte.
12- Gelado favorito?
Não gosto de gelado (sacrilégio!!)
13- Vermelho ou Preto?
Castanho
14- O que menos gostas em ti?
Gosto de tudo (olha o nariz a crescer....)
15- O que mais gostas em ti?
Dos sentimentos que tenho cá dentro.
16- De quem sente saudades?
Da minha filha
17- Descreve que tipo de roupa está a usar agora
Ganga as always e camisa.
18- Qual foi a última coisa que comeu hoje?
Uma fatia de bolo de algo que ainda não sei o que era.
19- O que está ouvindo agora?
La valse de amélie
20- A última pessoa com quem falou ao telefone?
Com a minha amiga Carina.
21- Bebida favorita?
Água
22- Comida?
Ui, tantas... tudo menos favas...
23- Último filme que viu no cinema e com quem?
Os estranhos, com a Carina e o Zé.
24- Dia favorito do ano?
15 de Janeiro
25- Inverno ou Verão?
Inverno
26- Beijos ou abraços?
Beijos e abraços
27- Sobremesa favorita?
Bolo de bolacha
28- Que livro está a ler?
Manual de escrita criativa
29- O que tem na parede do seu quarto?
Tinta
30- Filmes Favoritos?
Love Actually
31- Uma música?
Too much love will kill you - Queen
32- Uma frase?
No peito dos desafinados também bate um coração.

O príncipe e a gaivota

A Ianita fala no blog dela de que nem só de amor fala a poesia. Nem só de amor vive a poesia.
Eu, ao início, li desconfiado, mas dou-lhe razão. Há muito mais na poesia para além da dicotomia enamoramento vs desgosto. Há na poesia e nas palavras em geral uma força que move montanhas, um poder que derruba governos, destrói relacionamentos, cria sentimentos, momentos e ilusões.
As palavras devem ser bem tratadas como dizia Nietzsche, "coisa feia a palavra maltratada". Há nelas o dom de fazer sorrir e de arrancar lágrimas mas, e há sempre um mas, o que seriam essas mesmas palavras sem o seu eco?
Sim, o eco que provocam em nós e que só é possível se formos sensíveis a elas. Será que o que realmente a poesia demonstra, o verdadeiro poder das palavras não é o facto de suscitarem em nós o que mais queremos esconder? O que mais tentamos afastar no dia a dia?
Exemplificando, que valor terá para alguém ouvir um "amo-te", se não o sentir igualmente?
Na verdade, a palavra pode ser embaraçante pois pressupõe uma resposta, mesmo que não façamos uma pergunta. A poesia, também ela procura um eco, seja ela amorosa ou uma arma política. Que força teria a música de José Afonso nos dias de hoje? Que impacto tem o Grândola Vila Morena numa sociedade em que a nova geração usa e abusa da liberdade, confundindo-a muitas vezes com libertinagem?
Os sentimentos esses são eternos, e julgo ser por isso que a poesia amorosa tem sempre mais "adeptos" que qualquer outro tipo de poesia.

A minha ronda por blogues fez-me pensar nisto. Refiro o da Ianita, mas muitos foram os outros que li.
Hoje, dia 25 de Abril, mais que o significado político, acho que devia ser um dia de balanço. Um dia para pensarmos naquilo que já temos e em tudo o que de errado fazemos. Um dia para pensar que dentro de nós todos somos livres. Que podem amordaçar-nos e atar-nos as mãos e os pés, jogar-nos areia para os olhos e dizer que vivemos numa democracia, mas os nossos sentimentos são livres. Livres para amar.
Hoje, dia 25 de Abril, devíamos todos ser um misto de "Principezinho" e "Fernão Capelo Gaivota". Liberdade para sentir, liberdade para viver. Nesse sentido sim eu grito, 25 de Abril Sempre!

Miedo

Tienen miedo del amor y no saber amar
Tienem miedo de la sombra y miedo de la luz
Tienem miedo de pedir y miedo de callar
Miedo que da miedo del miedo que da

Tienem miedo de subir y miedo de bajar
Tienem miedo de la noche y miedo del azul
Tienem miedo de escupir y miedo de aguantar
Miedo que da miedo del miedo que da

El miedo es una sombra que el temor no esquiva
El miedo es una trampa que atrapó al amor
El miedo es la palanca que apagó la vida
El miedo es una grieta que agrandó el dolor

Tenho medo de gente e de solidão
Tenho medo da vida e medo de morrer
Tenho medo de ficar e medo de escapulir
Medo que dá medo do medo que dá

Tenho medo de ascender e medo de apagar
Tenho medo de esperar e medo de partir
Tenho medo de correr e medo de cair
Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como um laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar

Tienem miedo de reir y miedo de llorar
Tienem miedo de encontrarse y miedo de no ser
Tienem miedo de decir y miedo de escuchar
Miedo que da miedo del miedo que da

Tenho medo de parar e medo de avançar
Tenho medo de amarrar e medo de quebrar
Tenho medo de exigir e medo de deixar
Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma sombra que o temor não desvia
O medo é uma armadilha que pegou o amor
O medo é uma chave, que apagou a vida
O medo é uma brecha que fez crescer a dor

El miedo es una raya que separa el mundo
El miedo es una casa donde nadie va
El miedo es como un lazo que se aprieta en nudo
El miedo es una fuerza que me impide andar

Medo de olhar no fundo
Medo de dobrar a esquina
Medo de ficar no escuro
De passar em branco, de cruzar a linha
Medo de se achar sozinho
De perder a rédea, a pose e o prumo
Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo

Medo estampado na cara ou escondido no porão
O medo circulando nas veias
Ou em rota de colisão
O medo é do Deus ou do demo
É ordem ou é confusão
O medo é medonho, o medo domina
O medo é a medida da indecisão

Medo de fechar a cara, medo de encarar
Medo de calar a boca, medo de escutar
Medo de passar a perna, medo de cair
Medo de fazer de conta, medo de dormir
Medo de se arrepender, medo de deixar por fazer
Medo de se amargurar pelo que não se fez
Medo de perder a vez

Medo de fugir da raia na hora H
Medo de morrer na praia depois de beber o mar
Medo... que dá medo do medo que dá
Miedo... que da miedo del miedo que da

Prémio da Gata



A Gata, é uma querida. Ofereceu-me mais um prémio e só me apraz dizer que sempre gostei de gatos, mas dela gosto especialmente lollol.

Beijinhos blogamiga

sexta-feira, abril 24, 2009

Saturday and the infinite sadness

Percorro-me, internamente, em busca nem sei bem do quê. Perco o olhar na parede branca, vazia, despida de luzes e banhada apenas pela lua que se intromete a medo na sala onde me sento.
Os lábios estão secos e os olhos com um misto de alegria e tristeza.
Calaram-se as lágrimas.
Os desejos que antes me acompanhavam, são agora recordações,que de tão distantes me parecem inexistentes.
Já não tenho vontade de nada. Já não sinto nada. Já não espero nada.
Limito-me a estar aqui, à luz da Lua, ao som dos carros e de uma ou outra ambulância. Esta rua é tão movimentada. Assim era a minha vida.
Sento-me por vezes no passeio, e pego o telemóvel. Olho, vejo e volto a olhar as fotos, uma a uma. Encho o ecran vez a uma, vez a outra, como se folheasse um álbum de fotografias.
Tenho um desejo mórbido de sofrer. Sinto que o procuro quando insisto em recordar, em reviver, em voltar a querer.
O tempo não espera. O dia está a nascer.
A luz da Lua já não ilumina a sala. Os carros já não passam, os pássaros já acordaram.
Hoje é Sábado. Os silêncios são mais longos...


quinta-feira, abril 23, 2009

De volta...


Andei ocupado nos últimos dias. Sem tempo para vos escrever, sem tempo para vos ler, mas ontem, ao voltar para casa, ao fim do dia, vi algo que quero partilhar convosco.

Local: Praia de Faro

Data: Dia 22 de Abril de 2009

Estado de alma: completamente absorto

Deixo-vos a contemplar, o que de mais belo a natureza nos dá, todos os dias, e a maior parte das vezes nem paramos para ver, para admirar... deixo-vos a imaginar o que poderei ter sentido naquele momento e deixo-vos também uma música da inevitável Nina Simone, que adoro.


I Love You Porgy - Nina Simone

domingo, abril 19, 2009

Diálogos perdidos...

Ele - Vou fazer-te um barco de papel.
Ela - Para quê?
Ele - Para te levar a navegar.
Ela - Onde?
Ele - Nos meus sonhos...
Ela - (silêncio)
Ele - Amo-te.
Ela - Esse é o verdadeiro barco que construíste para mim.
Ele - Mas preciso do teu mar para navegar.
Ela - Tens o meu (a)mar.
Ele - Adoro-te sabias?
Ela - Eu também te adoro.

Há amores que fazem sentido...

Estados de alma...

Sim, estou viciado no Imeem, acho piada a pôr música a acompanhar cada post que faço, até porque sendo pedaços de mim, é no mínimo justo que sejam acompanhados por música assim como o é toda a minha vida. Há situações que vivi que relembro ao ouvir uma música na rádio ou num cd em shuffle. Há recordações que chegam com os acordes que entram em mim e muitas vezes me ecoam na alma.
O que é a alma? É a essência. É o que nos faz ser para além de estar. É a recordação, o desejo, o sonho, a felicidade e a tristeza. É o que impulsiona o coração, o corpo e a mente. É a base de tudo.
Podemos moldar-nos a tudo, mudar certas coisas, mas a alma, a essência mantêm-se.
Assim sendo, acho que não consigo descrever melhor essa minha essência do que com música.
Esta próxima ouvi uma tarde, não muito longínqua, na Antena1.
Gostei dela assim que a ouvi. Quero partilhá-la convosco, pois nenhuma outra define melhor o meu estado de espírito actual.
Um beijo, um abraço e um agradecimento sentido, a todas as pessoas que me lêem, incluindo as que o fazem em silêncio, sem comentar, apenas sentindo.

Este cantinho está em constante transformação, como se podem ir apercebendo. E não estou a falar de cores ou layouts. Ele muda assim como eu mudo. É a minha forma de comunicar para o exterior uma maneira de ser, pensar e sentir que normalmente não partilho. Sei que nem sempre é perceptível o que realmente quero dizer ou o que realmente estou a sentir, mas sei que há quem o perceba inteiramente.
Tenho andado angustiado. Não há forma de o esconder. O porquê esse sim, escondo-o de tudo e de todos.
Têm sido dias difíceis e não me parece que melhorem nos próximos tempos. As ausências têm destas coisas...
Enfim, comecei por referi-lo, portanto, e sem mais lamúrias vou deixar-vos o que realmente aqui vim partilhar.

Hugs and kisses
A.


Diz que fui por ai - Fernanda Takai

An afternoon in the park

Uma tarde no parque, rodeado de sorrisos,
de sol,
e de gaivotas que se aventuram terra dentro.
Uma tarde no parque,
de brisa do mar,
de horizonte no olhar,
e de desejo de partir.
Uma tarde no parque,
de amor,
de mãos dadas e erva verde,
de gelados e brincadeiras.

Hoje à tarde,
vou sentir a falta,
da tarde não acabar
e do amanhã depressa chegar.

Adoro ouvir as crianças pronunciarem o meu nome, esquecendo muitas vezes o "r", fica um admirável "Amando", lindo de ouvir não é? :)

Croissant II

E pronto, croissant já marchou. O que ia mesmo bem agora, eram uma uvinhas, ou uns frutos vermelhos.

Come on... smile!!!! It's a beautiful sunday outhere.

E para a inspiração, fica uma musiquinha daqueles que nos fazem estremecer :)


id do anything for love (but i wont do that) - meat loaf

Croissant

Se há coisa que gosto de fazer ao Domingo de manhã é comer um croissant. Seja simples, salgado ou doce, sabe sempre tããããããooo bem... por isso, e enquanto a preguiça continua a dominar a pequenina, vou sentir-me ali na varanda, com um croissant fresquinho, uma caneca de Capuccino e ver o mar. Está lindo o dia...

sábado, abril 18, 2009

Coincidência, ou talvez não...

Corria eu o youtube enquanto a pequenina fazia os TPC, eis que dou com esta música e ela me diz, pai, gosto muito desta música. Impossível deixar passar em claro. Na sua inocência, na sua simplicidade, na facilidade em dizer "gosto" como só as crianças têm, disse tudo... "Right here waiting..."




Right Here Waiting (live) - Richard Marx

Call Me


O dia amanheceu cinzento. Levantei-me cedo.
A chuva não caiu.
Saí para a rua levando apenas um casaco e a minha filha.
Levei o coração cheio de incertezas,
mas não lhe dei de comer.
As certezas que ele queria, não havia,
e não podendo ter certezas prefere não comer.
Eu
a minha filha
e o coração,
voltámos para casa pelo mesmo caminho que tinhamos levado,
mas não o dexei entrar.
Não te quero aqui coração,
vai até onde quiseres...

sexta-feira, abril 17, 2009

She

She
May be the reason I survive
The why and wherefore I'm alive
The one I'll care for through the rough in ready years
Me
I'll take her laughter and her tears
And make them all my souvenirs
For where she goes I've got to be
The meaning of my life is

quinta-feira, abril 16, 2009

O rio que corre, algures....

A noite estava quente e o baile prestes a começar. Corria o ano de 1868. Lembro-me como se fosse hoje. O salão estava repleto de duques e duquesas, condes e marqueses. Os fatos de gala faziam as delicias das senhoras de bem que caíam facilmente na vulgaridade da maledicência. Quando as portas se abriram e, ladeada pela talha dourada que brilhava à luz de milhares de velas, ofuscaste tudo e todos, o meu peito, cheio do meu orgulho vão, que roçava facilmente a prepotência, estremeceu.
O cabelo castanho, cor de árvore despida pelo Outono, casava na perfeição com o brilho dos teus olhos, também eles castanhos. O sorriso tímido com que brindavas quem se cruzava com o teu olhar, a graciosa vénia que fazias, a serenidade que os teus passos transmitiam ao passares, tornaram-me um mirone de todos os gestos com que o teu corpo emoldurado no espartilho e ocultado pela saia armada, atravessava a sala boquiaberta.
Os tons do tecido, púrpura, realçavam-te a silhueta e o tom da pele. Os teus seios espartilhados, encimados por um fio singelo de prata trabalhada com uma pérola dos mares do sul dava-te um exotismo que mais nenhuma mulher possuía, por mais jóias que carregasse.
O teu brilho vinha de dentro.
E eu senti-me atraído por ele.
Dirigi-me a ti, curvei-me numa vénia sem nunca tirar os meus olhos dos teus.
A música começara entretanto, um compositor novo, de Viena, Strauss de seu nome. A música chamara-lhe Danúbio Azul, em homenagem ao rio que atravessava grande parte do império.
Transmitias-me a calma desse rio longo, que os antigos julgavam não ter princípio nem fim. Soube imediatamente, que eras a tal, eras a alma que ansiava tocar desde todas as vidas passadas, a alma que me tinha sido retirada nos princípios dos tempos.
Nunca mais nos deixámos desde aí. Os anos passam, as vidas passam, mas tu e eu, somos um. A unidade base do amor, indivisível, indestrutível, inquebrável, independente dos corpos estarem próximos ou não.
Sempre que esta música toca, as almas dançam, e longe, algures num rio que corre, canta as nossas vozes, inseparáveis até ao fim dos tempos.



The Blue Danube Op. 314 - Strauss II

terça-feira, abril 14, 2009

Tango to Evora

O som embala a dança, assim como as palavras embalam o sentimento....

segunda-feira, abril 13, 2009

Desafio da Gata



A gata Christies é um querida e ofereceu-me este selo. Obrigado gata.
No entanto o presente vem com uma batata quente, que é enumerar as minhas 5 manias/obsessões/apegos, assim sendo, aqui vai:

1. Dormir despido
2. Beber um copo de água ao acordar
3. Escrever
4. Enviar sms
5. Anatomia de Grey

Vou atribuir este selo e o correspondente desafio a:

1. Eu mesma!
2. SRRAJ
3. Ana
4. Yiskay
5. Zabour

Quero ver essas respostas...

Donna Maria - vinho do porto


Esta "menina" canta muito. Os Donna Maria são a prova que em Portugal também se pode fazer boa música e não só aquelas porcarias que as nossas rádios nos fazem ouvir.

domingo, abril 12, 2009

'As Ilhas dos Açores' - Madredeus

A paz, tão ansiada paz numa música de imagens.
A paz aqui tão perto...
A paz em mim
nos meus olhos, na minha boca, na minha alma.

A paz que quero partilhar.

Bom resto de Domingo....

Noite



Forço-me na noite pelas ruas, pelos sons, pelas vozes. Procuro o que em mim me falta e só encontro a vazio já conhecido do poder ter e não ter por não ser o desejado.
A noite não me traz nada de novo.
As caras novas, não me trazem nada de novo.
Está escuro aqui dentro e tarda a nascer o sol, tarda o dia a chegar.
Não há mais nada que possa sentir, que possa querer, que afaste de mim esta dor do silêncio que não se quebra, e que eu não posso quebrar...

sábado, abril 11, 2009

Estrela do mar

"... só ele sabe quem sou, no princípio e no fim..."

Gaivota

Se uma gaivota viesse
Trazer-me o céu de Lisboa
No desenho que fizesse
Nesse céu onde o olhar
É uma asa que não voa
Esmorece e cai no mar

Que perfeito coração
No meu peito bateria
Meu amor na tua mão
Nessa mão onde cabia
Perfeito o meu coração

Se um português marinheiro
Dos sete mares andarilho

Fosse quem sabe o primeiro
A contar-me o que inventasse
Se esse olhar de novo brilho
Ao meu olhar se enlaçasse

Que perfeito coração
No meu peito bateria
Meu amor na tua mão
Nessa mão onde cabia
Perfeito o meu coração


Se ao dizer adeus à vida
As aves todas do céu
Me dessem na despedida
O teu olhar derradeiro
Esse olhar que era só teu
Amor que foste o primeiro

Que perfeito coração
No meu peito morreria
Meu amor na tua mão
Nessa mão onde perfeito
Bateu o meu coração

Alexandre O'Neil

Almost Unreal

Babe, come in from the cold, and put that coat to rest.
Step inside, take a deep breath, and do what you do best.
Yea, kick of those shoes, and leave those city streets.
I do believe love came our way, and fate did arrange for us to meet.

I love when you do that hocus pocus to me.
The way that you touch, youve got the power to heal.
You give me that look, its almost unreal, its almost unreal.

Hey, we cant stop the rain, lets find a place, by the fire.
Sometimes I feel, strange as it seams, youve been in my dreams all my life.

I love when you do that hocus pocus to me.
The way that you touch, youve got the power to heal.
You give me that look, its almost unreal, its almost unreal.

Its a crazy world out there. lets hope our prayers are in good hands tonight.

sexta-feira, abril 10, 2009

Ocupação mental



Programa para esta noite:
cinema, filme de terror, para me esquecer do terror da ausência...

Novo capítulo.

Dois meses depois, voltei ao conto que tinha começado em Janeiro. Peço mais uma vez desculpa pela demora, mas como bem sabem não tenho tido tempo para desenvolver algo tão intricado como uma história que pretende manter o suspense até ao final.
Para quem já seguia, sabem onde ir, para quem está cá de novo, convido a ler:

Sem Ti (r)

(cliquem para aceder)

The blue lovers



Azul
amante
céu e mar.
Azul tão quente,
errante
presente.
Azul tristeza,
amor
beleza.
Azul fraterno,
abraço eterno.
Azul
que ficas
gravado na pele
deitado na cama
em cada palavra
que em meus lábios te chama.
Azul
Adeus sentido,
do amor perdido.

Pintura: Marc Chagall

Intensidade

Há nos nossos dias uma intensidade em tudo o que fazemos. Temos pressa para tudo. Para fazer, para ver, para sentir, para comer, para tudo. Não nos demoramos um pouco que seja para verdadeiramente apreciar o que está à nossa volta.
Eu, por mim falo. Quando chega um dia assim, feriado, sinto-me a olhar as coisas de maneira diferente. Com mais atenção, mais carinho, mais no seu todo, porque a pressa dos outros dias leva-nos, invariavelmente, a percepcionar apenas a parte.
Por exemplo, comer. Uma refeição saborosa, como a que tive o prazer de ter esta semana, arroz de lingueirão, num restaurante que à primeira vista não nos oferece grande confiança, não teve o impacto em mim que teria se a tivesse tido hoje, com tempo, com companhia, com a partilha do momento, e talvez até com a uma garrafinha de vinho... mais, a vista que me acompanhou, a praia, o mar, o som das ondas e a brisa, tudo isto, naquele dia me pareceu normal, quotidianamente normal, mas se o fizesse hoje, amanhã, ou Domingo, com uma companhia especial, a cada saborear daqueles bocadinhos de mar temperados com sabores e aromas da mãe terra, saber-me-iam bem melhor.
Isto tudo para dizer que, os feriados, os momentos, as refeições, as vistas dos mares, das terras, dos ares, sabem melhor quando partilhados, quando partilhados com alguém especial, seja amigo, familiar, namorado ou amante.
A vida é para ser partilhada, e eu, quero partilhá-la, acima de qualquer outro sentimento, é a partilha que me move e me faz desejar sentir a dois.

Boa sexta feira a todos e, boas partilhas.

quinta-feira, abril 09, 2009

FLASHDANCE!

Quem não se lembra disto?
Rever este clip transporta-me para a altura em que percebia muito pouco de quase tudo.
Era inocente, ingénuo, sonhador, como qualquer criança.
Olho agora para trás e vejo que este video é uma excelente analogia para as nossas vidas. O esforço constante, a crença de que vamos ser capazes, a alegria de fazermos o que gostamos devem ser constantes no nosso dia.
E, seja ao acordar ou ao adormecer, sabe bem dizer, estou vivo, WHAT A FEELING.....

Trouble Is A Friend

quarta-feira, abril 08, 2009

Os laços

"the ties that bind us are sometimes impossible to explain. they connect us even after it seems like the ties should be broken. some bonds defy distance... and time... and logic...because some ties are simply... meant to be..."

Tradução livre:

"Os laços que nos ligam são por vezes difíceis de explicar. Ligam-nos mesmo quando parece já terem sido quebrados. Desafiam a distância, o tempo e a lógica porque simplesmente estão destinados a existir."


Grey's Anatomy S5 E8

A ilha

Há numa ilha a magia,
as cores saltitantes de flores
e os ventos calmos do mar
que nos fazem querer ficar sempre mais um pouco
depois do sol se pôr.
Há na ilha uma certeza
que os trilhos da serra se completam
e as escarpas profundas
são as defesas da Terra,
o teste para amantes e loucos
que a pouco e pouco se aventuram.
Há na ilha o doce,
a ternura,
a vida breve de um amor perfeito,
um amor eterno à espera,
do encontro de dois lábios suspeitos.
Há no mar que a envolve
o calor de sorrisos rasgados em tardes suspeitas
e de certezas nascidas
do sopro da vida.
Na ilha em que me demoro,
me encontro
me sei
não há regra nem lei.
É a anarquia de sentimentos,
num corpo arrepiado
em que se espelha a verdade nua.

Anoitecer




Sobra-me em sentir o que me falta em palavras. Deixo Florbela para vos fazer companhia...

Anoitecer

A luz desmaia num fulgor d'aurora,
Diz-nos adeus religiosamente...
E eu que não creio em nada, sou mais crente
Do que em menina, um dia, o fui... outrora...

Não sei o que em mim ri, o que em mim chora,
Tenho bênçãos de amor pra toda a gente!
E a minha alma, sombria e penitente,
Soluça no infinito desta hora...

Horas tristes que vão ao meu rosário...
Ó minha cruz de tão pesado lenho!
Ó meu áspero intérmino Calvário!

E a esta hora tudo em mim revive:
Saudades de saudades que não tenho...
Sonhos que são os sonhos dos que eu tive....

Florbela Espanca

segunda-feira, abril 06, 2009

Post para desanuviar

A fada desafiou... aqui vai....


Quatro trabalhos que tive na minha vida:
1 - Chega uma, só sei ser vendedor
Até a mim me vendia mas ninguém me compra.

Quatro lugares onde vivi:
1 - Beja
2 - Faro
3 - Moncarapacho
4 - Albufeira

Quatro lembranças boas:
1 - O nascimento da minha filha
2 - O primeiro festival do Sudoeste
3 - O meu primeiro beijo
4 - O momento em que soube o que era o amor

Programas de TV que assistia quando era criança:
1 - Dartacão
2 - Willy Fog
3 - Tom Sawyer
4 - Mofli

Programas de TV que assisto:
1 - Anatomia de Grey (amoooooooooooo)
2 - BBC vida selvagem

Quatro lugares que estive e que quero voltar:
1. Praga
2. Budapeste
3. Madrid
4. Pirinéus

Quatro formas diferentes que me chamam:
1. Poeta
2. Parvo
3. Cromo
4. Tótó

Quatro pessoas que me mandam emails quase todos os dias:
1. Não ligo a mails em cadeia...

Quatro comidas favoritas:
1. Queijo
2. Pão
3. Vinho (pode ser? posso mastigar...lol)
4. Chocolate

Quatro lugares onde desejaria estar agora:

1. Lisboa
2. Lisboa
3. Lisboa
4. Já disse Lisboa?

Amigos que creio que me responderão:

Os que tiverem mais paciencia que eu, que me limitei a copiar o da fada e fazer algumas alterações lol

Espero que neste ano de 2009 eu possa:

1. Encontrar
2. Ter
3. Esperar
4. Viver

The End of The World

Porque há momentos em que é preciso saber dizer adeus, mesmo que tudo deixe de fazer sentido...

domingo, abril 05, 2009

Pele

Roço-me na tua pele quente, nua, como se de uma camisola me tratasse. Envolvo-te e toco-te os seios que endurecem na minha passagem. Arrepiada aceitas o meu toque e deliras aos poucos com a minha respiração que te desbrava o ventre, a nuca, os braços e os dedos que beijo e faço dançar com a minha língua.
Percorro-te com as mãos, fortes, que te agarram e te largam, em movimentos contínuos e simulações de prazer.
Tua pele é morena, como uma paisagem de Verão no Alentejo, e o calor que me dás, é o sol que te doirou.
O teu sorriso faz-me avançar pois é o teu gesto de querer. Eu, não me faço rogado e deslumbro-me em ti, com palavras ao ouvido, dentadas sensuais nas orelhas escondidas pelo cabelo. Invado o teu reino, deliciosamente fecho os olhos, e todo eu estremeço.
Reclamo para mim todo o território do teu reino escondido. A gruta que escondes na nuca, um pouco acima do pescoço que enquanto amo, beijo.
Reclamo-te a ti, porque és minha. Porque sou teu. Porque juntos seremos um. Como o somos agora, neste momento em que gritamos em uníssono o prazer. Neste momento em que fixamos o olhar bem fundo um no outro e, ruborizados, sorrimos...

Se te amo

Se te amo,
os pés vagueiam na areia da praia
e as ondas brilham-me os olhos.

sábado, abril 04, 2009

Humanidade a quanto obrigas...

Sou humano, repito, sou humano. Erro. Muitas vezes.
Não espero a perfeição dos outros porque sei que também eu não a tenho.
Dou-me muito, é verdade, vocês sabem disso. Mas eu não consigo ser igual a toda a hora. Há dias em que não tenho tempo, dias em que não tenho estado de espírito, dias em que não me suporto nem a mim. Há dias em que não me consigo dar...
Mas, acho que isso não faz de mim má pessoa. Não deixo de pensar em todas as pessoas que me querem bem, todas as pessoas que estão na minha vida.
Não dizer, não significa não pensar.
Há alturas na vida em que somos confrontados com situações tão... tão... overwhelming, que não sabemos para que lado nos virar e, muitas vezes, são os amigos que sofrem. E sofrem das mais variadas maneiras, pela ausência, pela impossibilidade de nos ajudarem, pela nossa revolta, pela nossa mágoa. Eu tento não os incomodar quando estou perante algo assim. Tento manter tudo como dantes, mas às vezes é impossível.
Estou numa dessas fases. Quando ela me atingiu, fechei-me, afastei-me, rejeitei todo o tipo de ombro que me ofereceram. Sei que magoei certas pessoas e sei que houve quem soubesse esperar.
Começo agora a saber lidar com a situação, por isso quero pedir desculpa a quem magoei e a quem atingi com a minha falta de rumo. Quero pedir desculpa por planos alterados que qualquer atitude minha possa ter provocado.

Errare humanum est

A meio da tarde

A meio da tarde,
eis que o sorriso volta e a a alma fica quente.

Obrigado vida, obrigado sol, obrigado.... :)

Fever!

Lua na Ponte - Susana Félix

Será que me reconheces
De frente para o rio,
De cara lavada
Tão cheia de frio

Era doce a solidão
Se vivida só por nós
Mais um pouco dizes: não!
Quem dera estármos a sós...

Só a lua que acordou
Em dia fogo,
Rasga a ponte sem pedir

Não, não corras tanto
Porque morro
No momento de partir

Por mim eu não complico
Que forma de estar perfeita...
Pára a lua num instante
Que é só ela que me deita.

O silêncio não é justo,
Não se ouve o coração.
Por palavras soa torto
Mais vale dizer que não!

Só a lua que acordou
Em dia fogo,
Rasga a ponte sem pedir

Não, não corras tanto
Porque morro
No momento de partir

Susana Félix

sexta-feira, abril 03, 2009

Death is not the end

Tenho muitas vezes atitudes que podem não fazer sentido à maioria das pessoas que comigo lida tanto na vida real como nesta vida mais virtual.
Parafraseando o recentemente falecido João Aguardela, mas adaptando-o à minha realidade, esta vida de blogger está a dar cabo de mim!
Não vou entrar em pormenores, nem pequenos, nem grandes, vou apenas dizer que tive a real ideia de acabar com este espaço, até porque quando o fiz não sabia da existência da ferramenta de recuperação.
Sei que muitos ficaram surpreendidos, sei que desiludi alguns também e sei que houve quem tenha ficado muito feliz.
Mas, principalmente, sei agora que nada disto fazia sentido.
A ideia esboçada de criar outro cantinho pareceu-me o melhor caminho. Um espaço impessoal, onde pudesse ir satisfazendo o gosto pelas letras, mas que mostrasse pouco de mim. Esse era o meu plano e, no final de uma semana em que o tempo foi apenas uma miragem, sento-me neste sofá para o construir e penso, não, esse não sou eu. Não me posso forçar a ser fútil, banal e a falar só do quotidiano. As letras que fluem de mim acabam invariavelmente em sentimento e isso não é só uma imagem de marca, é um estado de espírito.
Por isso, vou continuar este espaço que em Novembro faz 4 anos.
Vou continuar a escrever poesia, a amar em verso, a deixar aqui a prova que está à vista de todos, mas ninguém consegue ver.
Vou ser eu, mais que nunca, o homem que pensam esconder-se por detrás das letras, mas que sente na realidade tudo o que escreve. O homem com defeitos, o poeta que por vezes lhe apetece falar de futebol. O homem que vive num mundo de sonho, num mundo em que anseia constantemente que algo aconteça. Que algo mude naquilo que o envolve e não parece ter fim à vista.

Não escrevo para o engate.
Não escrevo para que me elogiem.
Não escrevo para fazer festinhas a egos mais sedentos.
Não escrevo para fazer seja o que for.
Escrevo porque necessito de o fazer. Escrevo que me é natural. Escrevo porque preciso desta janela para chegar a quem não tem outra forma de me saber.

Por isso, as Planícies estão de volta, e eu, aqui estarei a cantar, até que a voz me doa, aos quatro ventos, tudo aquilo que amo, quem amo e como sei amar.