"Um dia a maioria de nós irá separar-se.
Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhamos. Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim... do companheirismo vivido.
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.
Hoje não tenho mais tanta certeza disso.
Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida.
Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe...nas cartas que trocaremos.
Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices...
Aí, os dias vão passar, meses...anos... até este contacto se tornar cada vez mais raro.
Vamo-nos perder no tempo....
Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão:
"Quem são aquelas pessoas?"
Diremos...que eram nossos amigos e...... isso vai doer tanto!
-"Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!"
A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente......
Quando o nosso grupo estiver incompleto... reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo.
E, entre lágrima abraçar-nos-emos.
Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida, isolada do passado.
E perder-nos-emos no tempo.....
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades....
Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"
Fernando Pessoa
segunda-feira, julho 24, 2006
sexta-feira, julho 14, 2006
Dejo en tu piel
Dejo en tu piel
la música caliente de mis manos
y enhebro con tus cabellos mi boca,
temblando.
De amor, de risa, de miedo, de llanto
quizá porque eres mía
en agosto, y en verano
cuando nacen gorriones tibios,
cuando brotan tulipanes blancos
cuando vuelven por la noche las estrellas,
cuando tu cuerpo se resbala lentamente, desnudo, sensual, estilizado
bebiendo el polen del amor
el zumo de la vida,
trago a trago.
Trepo a las colinas de tus pechos
por tu cintura frágil me desangro
y descubro en ti la primavera
que prometieron para mí tus ojos claros.
Si dejaras de besarme,
de besarnos
mi sombra moriría, niña,
y yo a su lado.
TEODORO FREJTMAN
la música caliente de mis manos
y enhebro con tus cabellos mi boca,
temblando.
De amor, de risa, de miedo, de llanto
quizá porque eres mía
en agosto, y en verano
cuando nacen gorriones tibios,
cuando brotan tulipanes blancos
cuando vuelven por la noche las estrellas,
cuando tu cuerpo se resbala lentamente, desnudo, sensual, estilizado
bebiendo el polen del amor
el zumo de la vida,
trago a trago.
Trepo a las colinas de tus pechos
por tu cintura frágil me desangro
y descubro en ti la primavera
que prometieron para mí tus ojos claros.
Si dejaras de besarme,
de besarnos
mi sombra moriría, niña,
y yo a su lado.
TEODORO FREJTMAN
Anjo
Uma luz,
uma voz,
teus olhos voam como anjos
e descansam em mim....
Porque sou tão fraco quando me olhas?
Sinto-me aprisionado nesse teu olhar de mel,
nesse teu canto de anunciar o dia,
na frescura da brisa quando passas por mim...
É como morrer de sede frente à imensidão do mar,
tanta água que não posso beber,
tanto sentir que não posso sentir,
tanto tocar que nao posso tocar,
tanto corpo para desvendar que não posso descobrir...
És um anjo,
uma folha de outono,
uma rosa de inverno,
um prado colorido de primavera,
sempre um pouco mais de beleza na vida,
o motivo pelo qual tudo vale a pena...
um tronco a arder na lareira do nosso lar,
onde me posso aquecer e esperar
que adormeças a meu lado.
Sem ti, nada faz sentido...
os dias passam e perdem-se na imensidão do tempo...
Olho para trás e o que podia ter sido
mais não foi que o sonho que esta noite me acompanhou.
O que desejei não foi mais que a história de reis
que me contavam em criança...
O que esperei não foram mais que loucuras de um nómada
a atravessar este deserto da vida.
Tu és o meu oásis, onde descansarei e amarei para sempre... como se ama apenas uma vez na vida!
uma voz,
teus olhos voam como anjos
e descansam em mim....
Porque sou tão fraco quando me olhas?
Sinto-me aprisionado nesse teu olhar de mel,
nesse teu canto de anunciar o dia,
na frescura da brisa quando passas por mim...
É como morrer de sede frente à imensidão do mar,
tanta água que não posso beber,
tanto sentir que não posso sentir,
tanto tocar que nao posso tocar,
tanto corpo para desvendar que não posso descobrir...
És um anjo,
uma folha de outono,
uma rosa de inverno,
um prado colorido de primavera,
sempre um pouco mais de beleza na vida,
o motivo pelo qual tudo vale a pena...
um tronco a arder na lareira do nosso lar,
onde me posso aquecer e esperar
que adormeças a meu lado.
Sem ti, nada faz sentido...
os dias passam e perdem-se na imensidão do tempo...
Olho para trás e o que podia ter sido
mais não foi que o sonho que esta noite me acompanhou.
O que desejei não foi mais que a história de reis
que me contavam em criança...
O que esperei não foram mais que loucuras de um nómada
a atravessar este deserto da vida.
Tu és o meu oásis, onde descansarei e amarei para sempre... como se ama apenas uma vez na vida!
quinta-feira, julho 06, 2006
Quimera
Os dias passam como quedas de água.
Imparáveis caem em mim e eu...
que espero não esperar nada...
dou por mim a nadar num mar sem fim
de uma cascata assim.
A água bate-me como as horas do dia ecoam na minha alma,
corre-me pelo rosto, disfarça-me as lágrimas,
arranha-me como areia
e tu sereia que espero...
enterro-te em mim,
espero por ti...
e desespero!
Badaladas no campanário
a lembrar que morri mais um pouco,
percorro este caminho como um louco
e no fim, saberei que vivi, como vivi,
saberei que cortei estas horas do dia
como um vento gelado.
Parti-as em duas, em quatro...
ao fim do dia estava de rastos
e na aurora seguinte estava de novo,
como um polvo:
com oito mãos para tudo tocar, para te abraçar...
e mesmo assim foste embora....
Esta dor de sentir por nunca ter sentido,
querer ter-te nos braços e todos os abraços
terem sido fugazes.... urgentes.... trementes de emoção...
Os beijos escondidos, repetidos...
proibidos por não me quereres amar,
ainda me povoam os lábios....
Sei que sou louco por querer o que não posso
Sei que até, talvez, sejas um sonho...
Uma quimera, uma utopia...
Mas nem por isso deixo de te querer,
De ansiar mais do que a vida,
Passar contigo um dia, debaixo de chuva,
a ver o sol morrer no horizonte!
Imparáveis caem em mim e eu...
que espero não esperar nada...
dou por mim a nadar num mar sem fim
de uma cascata assim.
A água bate-me como as horas do dia ecoam na minha alma,
corre-me pelo rosto, disfarça-me as lágrimas,
arranha-me como areia
e tu sereia que espero...
enterro-te em mim,
espero por ti...
e desespero!
Badaladas no campanário
a lembrar que morri mais um pouco,
percorro este caminho como um louco
e no fim, saberei que vivi, como vivi,
saberei que cortei estas horas do dia
como um vento gelado.
Parti-as em duas, em quatro...
ao fim do dia estava de rastos
e na aurora seguinte estava de novo,
como um polvo:
com oito mãos para tudo tocar, para te abraçar...
e mesmo assim foste embora....
Esta dor de sentir por nunca ter sentido,
querer ter-te nos braços e todos os abraços
terem sido fugazes.... urgentes.... trementes de emoção...
Os beijos escondidos, repetidos...
proibidos por não me quereres amar,
ainda me povoam os lábios....
Sei que sou louco por querer o que não posso
Sei que até, talvez, sejas um sonho...
Uma quimera, uma utopia...
Mas nem por isso deixo de te querer,
De ansiar mais do que a vida,
Passar contigo um dia, debaixo de chuva,
a ver o sol morrer no horizonte!
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