terça-feira, janeiro 29, 2008
Às vezes pergunto-me...
sem esperar uma resposta,
se vês o que vejo em ti?
Sorris e todo o teu rosto brilha,
olhas-me e todo eu estremeço.
Não sei se te diga
Não sei se te chame
Não sei se te queira
Não sei...
Sei que vagueio neste mar de incertezas
De dúvidas
De desejos
De quereres e de beijos
escondidos por mim.
Assim fico cada vez que partes
e mais ainda
assim fico
sempre que não chegas!
quinta-feira, janeiro 24, 2008
Beija-flor
uma brisa fresca, que percorria a planície imensa sem destino,
beija-me o rosto.
Derramo o meu olhar por todo este verde que me envolve
salpicado de flores por um deus qualquer.
Ouço pássaros em seus cantos de amor,
ouço-me a mim, como um tic-tac de espera sem fim,
vejo-te a ti... e não sei o que és...
Fada, não... és real demais para isso
Sonho, não... quando acordei ainda cá estavas
Desejo, talvez... mas ainda agora te vi
És delicada,
suave,
doce,
um travo de mel na vida amarga.
És uma bofetada de amor,
és...
uma mensagem, um beija-flor.
quarta-feira, janeiro 23, 2008
Mostra-me
Fala-me dos nossos sonhos,
Fala-me das noites que passámos em branco a olhar o escuro estrelado.
Diz-me que te amo,
lembra o porquê desse amor...
Mostra-me porque passei tantos dias
a esperar por ti
Mostra-me como foi que me esqueci de mim.
Fala-me, Diz-me, Mostra-me
porque foram as horas dias e os dias anos?
Fala-me, Diz-me, Mostra-me
como a pensar em ti me perdi a mim.
terça-feira, janeiro 22, 2008
quarta-feira, janeiro 16, 2008
História de vida
Pai a part-time
Mais que uma história de vida, esta é uma história que estou a viver. Pensando bem, nem uma história é porque não lhe encontro qualidades para tal. Vou chamar-lhe relato.
Tenho uma filha de seis anos.
A mãe dela abandonou-nos há 3.
No dia do meu aniversário, simplesmente pegou nas malas e foi.
Eu, que nunca aceitei que um filho deva ser criado longe dos pais, quer estes vivam juntos ou separados, fui, com a minha filha, para junto dela. Levei-a a viver no dia-a-dia com a mãe e no resto do dia-a-dia comigo.
Abandonei tudo. Arranjei trabalho, depois mais outro trabalho e fui-me aguentando como podia, só para poder estar com ela.
Trabalhei 56 horas por semana, mudei de casa várias vezes, sempre tentando aumentar o conforto para ela e para mim. Passei dias seguidos sem dormir porque quando saía do trabalho, tinha que aproveitar para estar com ela... tinha que aproveitar para ser feliz.
A mãe, entretanto, arranjou estabilidade financeira, um novo companheiro, uma vida nova. Eu continuei a minha luta por essa mesma estabilidade mas um dia, como que um castelo de sonhos com alicerces de pesadelo, senti-me ruir... cairam as paredes, ficaram os alicerces.
Nunca esquecerei esse dia, aquele em que recebi uma carta do tribunal de menores.
A mãe da minha filha, aquela que nos abandonou, tinha pedido a custódia para ela e pedia para que a visitasse só de 15 em 15 dias... Eu acreditei na justiça, a dos homens, dei tudo de mim, o que tinha e o que não tinha e agora, neste preciso momento, olho o calendário e conto os dias que faltam para o dia que a justiça, a dos homens, determinou que posso ser pai.
A minha filha pede-me para ficar comigo sempre que ao Domingo à tarde a tenho que levar...
A minha filha chora ao telefone quando diz que tem saudades minhas...
A minha filha...
Não consigo mais lutar... não tenho mais armas para lutar contra uma sociedade que acha que o amor de mãe é muito maior que o amor de pai.
Restam-me os fins de semana... resta-me transformar esses quatro míseros dias no universo de um mês, em dias de sonho, de partilha, de aventuras, de cumplicidades....
A minha filha.... que saudades tenho da minha filha.terça-feira, janeiro 15, 2008
sexta-feira, janeiro 11, 2008
Pequeno girassol
és tu que o segues ou o próprio sol és tu?
Brilhas com a alma e passeias pela rua
como quem dança nua à chuva..
Toda tu és sorriso, toda tu és luz,
e tudo em ti me seduz.
Tuas pétalas de ouro, em folhas esmeralda,
deixam minha alma amarrada
ao sonho e à miragem.
Pequeno girassol,
de onde surgiste para iluminar minha alma só?
És uma fada ou apenas uma flor, que com tanta beleza
engana o maior dos sábios
e afasta a tristeza
dos olhos que teimam em regar os lábios....
quinta-feira, janeiro 10, 2008
Rosa de Inverno
indiferente ao orvalho gelado,
a rosa de Inverno parece uma promessa.
A parede
branca
a noite
escura
o céu
cinza,
tudo perde o interesse quando deitamos o olhar numa rosa de Inverno.
Vermelha, poderosa,
ela mostra que mesmo nos sítios mais adversos,
mesmo nos meses em que as almas se encolhem
e os sentimentos se escondem,
há sempre algo de belo para olhar.
E não será esta a verdadeira forma de reconhecer a beleza,
quando estamos mais fechados, mais descrentes, mais frios...?
A beleza está lá, à espera que reparemos nela
para assim nos ajudar a encontrar a nossa própria beleza.
A Anatomia de Grey
sexta-feira, janeiro 04, 2008
Encontra-me
Encontra-me onde te procuro.
Despe-te.
Deixa-me olhar-te e sentir-te sem te tocar!
Os meus olhos pousam em ti...
e arrepia-me arrepiar-te!
Os beijos que te ainda não dei ja me aquecem os lábios...
Todo eu chamo por ti... mas só com o olhar.
Prendo as mãos que te querem desbravar,
viro a cara ao desejo de te olhar mais um pouco,
recuso-me à tua sedução!
Não te quero mais anjo....
parte agora...
porque não sei quanto tempo mais te vou conseguir resistir!
quinta-feira, janeiro 03, 2008
terça-feira, janeiro 01, 2008
2008
2007, não me deixas saudades...
levaste-me demasiadas noites
demasiadas lágrimas
demasiados sorrisos.
E para 2008 apenas desejo a tua morte!
Desejo apenas apargar-te para sempre de mim
e apagar de mim os que durante o teu reinado me levaram o que sou.
Ontem enterrei-te e não vou rezar nenhuma missa por ti porque não quero nunca mais recordar-te.
Adeus ano terrível...
Benvinda nova esperança!
2008, traz-me de volta meu eu... e minha alma se a encontrares por onde anda perdida.