Olá.
Podes entrar, está triste e magoado,
tem ideias espalhadas pelo chão
e as paredes salpicadas de sentimento...
mas podes entrar.
Compreendo que não seja confortável,
mas é assim que ele está...
pelo menos para já.
Não te peço pequena fada, que o arrumes,
que o ponhas a teu jeito,
que encaixes os sentimentos nas prateleiras
e organizes as emoções que estão espalhadas por todo o lado,
peço-te sim, pequena fada,
que me faças companhia enquanto eu o arrumo,
o ponho como novo,
para aí,
poderes, com a tua varinha mágica,
pô-lo ao teu jeito.
Que te sintas comfortável e que eu me sinta em casa sempre que entro
neste velho e cansado coração.
Ah,
já quase me esquecia....
quando assim o tivermos, ao nosso jeito, não perfeito,
mas perfeito para nós,
que vivas nele comigo para sempre.
Obrigado, pequena fada!
quarta-feira, outubro 31, 2007
segunda-feira, outubro 29, 2007
Esta noite
Que esta noite em meu leito
actuem as forças das antigas alquimias
que se façam em mim bruxedos, magias,
que me saia do peito, que me saia eu próprio,
seja emulsão
seja emulsionante
e acabe de vez com esta sensação de viver etérea
que é não ser nada do que estava à espera.
Quero adormecer eu,
quero acordar éter...
e minh' alma abalar livre (finalmente) pelo céu,
e meu corpo abrace finalmente Demeter.
actuem as forças das antigas alquimias
que se façam em mim bruxedos, magias,
que me saia do peito, que me saia eu próprio,
seja emulsão
seja emulsionante
e acabe de vez com esta sensação de viver etérea
que é não ser nada do que estava à espera.
Quero adormecer eu,
quero acordar éter...
e minh' alma abalar livre (finalmente) pelo céu,
e meu corpo abrace finalmente Demeter.
domingo, outubro 28, 2007
vai....
Vai...
Deixa-me em paz nas noites de insónia...
Sai de vez de meu coração!
Quero sair desta tempestade de areia que me obrigas a atravessar depois de ter percorrido todo o deserto que foi amar-te...
Vai...
Deixa o sol brilhar...
Acho que mereço ao menos um regato de água, já não peço um oásis...
Vai...
Rende a guarda,
baixa a minha bandeira que em ti foi sempre a meia haste.
Muda a minha vida simplesmente indo....
Deixa-me em paz nas noites de insónia...
Sai de vez de meu coração!
Quero sair desta tempestade de areia que me obrigas a atravessar depois de ter percorrido todo o deserto que foi amar-te...
Vai...
Deixa o sol brilhar...
Acho que mereço ao menos um regato de água, já não peço um oásis...
Vai...
Rende a guarda,
baixa a minha bandeira que em ti foi sempre a meia haste.
Muda a minha vida simplesmente indo....
quarta-feira, outubro 24, 2007
Adieu
Tudo o que sempre quis foi beijar-te nos versos que escrevi....
Descobri ontem o que já há muito tinha visto e negava...
és poeticamente analfabeta.
Não deixei de te amar... mas deixei de ter medo de te perder...
Com o tempo o amor irá também e ficará a recordação de alguém que foi o motivo dos maiores versos em forma de beijo que fiz.
Amo-te ainda, mas nas te amarei para sempre... é muito tempo, tempo demais para quem não me sabe ler, adeus meu amor, minha futura memória do que um dia foste.
Descobri ontem o que já há muito tinha visto e negava...
és poeticamente analfabeta.
Não deixei de te amar... mas deixei de ter medo de te perder...
Com o tempo o amor irá também e ficará a recordação de alguém que foi o motivo dos maiores versos em forma de beijo que fiz.
Amo-te ainda, mas nas te amarei para sempre... é muito tempo, tempo demais para quem não me sabe ler, adeus meu amor, minha futura memória do que um dia foste.
quinta-feira, outubro 18, 2007
Desilusão
Por muito que passemos, há sempre outros que já passaram por mais.
O meu país hoje desiludiu-me.
E desengane-se quem pensa que me refiro ao futebol, até porque este é um blog de poesia e tento sempre não fugir a essa linha, e assim mesmo, repito o meun país desiludiu-me.
Já não há poesia em cada canto, já não há poesia em cada olhar, já se perdeu tempo para a poesia.
Dir-me-ão certamente, e baseados em dados da internet que há hoje uma maior exposição da poesia, nomeadamente por causa da blogosfera. Mas não é disse que falo, é da tristeza que nos governa, no cinzentismo que temos sempre que andamos na rua, é a desilusão que encontramos quando tentamos ver nas crianças e jovens em futuro... já não o peço promissor, apenas um futuro!
Sou um desiludido porque perdemos os sentimentos... os nossos interesses são materiais: casa, carro, compras, férias.... abandonámos a alegria por um engarrafamento durante 15 dias em Quarteira.
Aos que compreendem o que sinto, peço-vos, mesmo que algumas das atitudes sejam deste tipo, e compreendo que muitas vezes é a sociedade que nos obriga, não deixem nunca de sentir que algo está mal... ao menos isso.
Não sou uma pessoa agressiva por natureza, acredito na mudança pela demonstração do melhor, pela abertura de horizontes. Gostava de ter uma mensagem messiânica para todos, mas apenas peço que não deixem de sentir este mau estar.
Esta doença grassa invisível aos mais incautos e muitos deles convivem connosco no dia a dia, e em breve seremos uma sociedade doente... e o mais triste é que estamos a seguir o caminho de países como os EUA, o Reino Unido, e outros, que já estão a sofrer bem fundo as consequencias dos seus actos e os efeitos dessa doença.
Eu acredito no poder que a poesia tem em mudar o mundo, e acredito que só por conseguiremos vencer este cinzento que ameaça todo o nosso planeta azul...
Não deixem de sentir o vazio, não o esqueçam, encham a vossa vida de poesia e verão que todos juntos ainda conseguiremos mudar algo, ou pelos menos tentaremos.
O meu país hoje desiludiu-me.
E desengane-se quem pensa que me refiro ao futebol, até porque este é um blog de poesia e tento sempre não fugir a essa linha, e assim mesmo, repito o meun país desiludiu-me.
Já não há poesia em cada canto, já não há poesia em cada olhar, já se perdeu tempo para a poesia.
Dir-me-ão certamente, e baseados em dados da internet que há hoje uma maior exposição da poesia, nomeadamente por causa da blogosfera. Mas não é disse que falo, é da tristeza que nos governa, no cinzentismo que temos sempre que andamos na rua, é a desilusão que encontramos quando tentamos ver nas crianças e jovens em futuro... já não o peço promissor, apenas um futuro!
Sou um desiludido porque perdemos os sentimentos... os nossos interesses são materiais: casa, carro, compras, férias.... abandonámos a alegria por um engarrafamento durante 15 dias em Quarteira.
Aos que compreendem o que sinto, peço-vos, mesmo que algumas das atitudes sejam deste tipo, e compreendo que muitas vezes é a sociedade que nos obriga, não deixem nunca de sentir que algo está mal... ao menos isso.
Não sou uma pessoa agressiva por natureza, acredito na mudança pela demonstração do melhor, pela abertura de horizontes. Gostava de ter uma mensagem messiânica para todos, mas apenas peço que não deixem de sentir este mau estar.
Esta doença grassa invisível aos mais incautos e muitos deles convivem connosco no dia a dia, e em breve seremos uma sociedade doente... e o mais triste é que estamos a seguir o caminho de países como os EUA, o Reino Unido, e outros, que já estão a sofrer bem fundo as consequencias dos seus actos e os efeitos dessa doença.
Eu acredito no poder que a poesia tem em mudar o mundo, e acredito que só por conseguiremos vencer este cinzento que ameaça todo o nosso planeta azul...
Não deixem de sentir o vazio, não o esqueçam, encham a vossa vida de poesia e verão que todos juntos ainda conseguiremos mudar algo, ou pelos menos tentaremos.
Cálice e Piano
Bebo ao som deste piano magistral.
Como se as gotas de néctar que sinto
escorrer bem dentro do peito
fossem as notas deste piano de amor desafinado.
Ao compasso dos dedos do pianista mestre de sons,
escorre em mim o néctar das uvas
que amadureceram ao sol da minha paixão.
Foram sumo,
mosto,
delícia final,
como um amor que bebo ao som de Chopin,
que tão bem soube deixar em pautas a forma
para que dedos hábeis e sensíveis
saibam saciar os corações mais famintos.
Sinto-me esse teclado,
e o vinho são os dedos que suavemente me tocam
e me levam... dormente...
Agradeço a Baco.
Peço a Morfeu que me acompanhe...
que ao regressar
eu traga comigo um novo sentir.
E que o primeiro raio com que Apolo me atinja,
quando eu abrir a janela de mais um dia para a vida,
seja o catalizador da mudança
que preciso
que necessito
que anseio
que, por vezes, desespero ter,
como um Outono anseia pela chuva
para renascer em Primavera!
Como se as gotas de néctar que sinto
escorrer bem dentro do peito
fossem as notas deste piano de amor desafinado.
Ao compasso dos dedos do pianista mestre de sons,
escorre em mim o néctar das uvas
que amadureceram ao sol da minha paixão.
Foram sumo,
mosto,
delícia final,
como um amor que bebo ao som de Chopin,
que tão bem soube deixar em pautas a forma
para que dedos hábeis e sensíveis
saibam saciar os corações mais famintos.
Sinto-me esse teclado,
e o vinho são os dedos que suavemente me tocam
e me levam... dormente...
Agradeço a Baco.
Peço a Morfeu que me acompanhe...
que ao regressar
eu traga comigo um novo sentir.
E que o primeiro raio com que Apolo me atinja,
quando eu abrir a janela de mais um dia para a vida,
seja o catalizador da mudança
que preciso
que necessito
que anseio
que, por vezes, desespero ter,
como um Outono anseia pela chuva
para renascer em Primavera!
quinta-feira, outubro 11, 2007
Algarve
Acho que posso de facto, e consciente da inconstância do futuro e do presente, e que estes a maior parte das vezes se confundem, dizer que me vim embora do Algarve por tempo indefinido, que será, no meu julgamento actual, longo!
Não resisto ao balanço que normalmente nestas alturas se faz, mas, se é certo trago em cada dedo de uma mão uma razão para cada recordação ser de carinho e saudade, também não é menos certo que, e devia ter antecipado esta percepção, que eu nunca conseguiria sobreviver por entre um povo que tem os olhos diariamente no mar e pouca ou nenhuma poesia tem no coração.
O mar para a maioria dos que conheci, é água, para mim é poesia...
E enquanto assim fôr... regressarei apenas esporadicamente.
Assim o espero!
Mesmo assim, a todos os que conheci e que não estão nesses cinco dedos, até um dia, aos outros, até já.
Não resisto ao balanço que normalmente nestas alturas se faz, mas, se é certo trago em cada dedo de uma mão uma razão para cada recordação ser de carinho e saudade, também não é menos certo que, e devia ter antecipado esta percepção, que eu nunca conseguiria sobreviver por entre um povo que tem os olhos diariamente no mar e pouca ou nenhuma poesia tem no coração.
O mar para a maioria dos que conheci, é água, para mim é poesia...
E enquanto assim fôr... regressarei apenas esporadicamente.
Assim o espero!
Mesmo assim, a todos os que conheci e que não estão nesses cinco dedos, até um dia, aos outros, até já.
terça-feira, outubro 09, 2007
Olhares
sábado, outubro 06, 2007
Matemática Emoção
Tentei fazer contigo um sistema de equações.
Algo misto de racional e de emoções,
e das razões do emocional.
Comecei por mim,
um conjunto vazio,
peguei em ti,
uma incógnita, mas da qual tinha a certeza pertencer ao mais irracional
dos conjuntos de números com que se contrói a vida.
Todo o meu sentimento por ti é um sistema irracional.
Não o sei quantificar, mas sei que tende para mais infinito!
Sei que é tridimensional, e mais...
pois tem,
profundidade,
altura,
comprimento,
cheiro,
sentimento.
É inteiro.
Oval num mundo de marchas simétricas de pinguins nos confins da Antártida!
Quero ser o Amudsen do teu coração,
repetir a minha odisseia,
mas desta vez levar, plantar e deixar bem profunda a bandeira
que se desfralda ao vento de todo este sentimento
que sinto em teu e em meu peito,
como quem lê no fim de um livro
a solução para toda esta minha matemática emoção.
Algo misto de racional e de emoções,
e das razões do emocional.
Comecei por mim,
um conjunto vazio,
peguei em ti,
uma incógnita, mas da qual tinha a certeza pertencer ao mais irracional
dos conjuntos de números com que se contrói a vida.
Todo o meu sentimento por ti é um sistema irracional.
Não o sei quantificar, mas sei que tende para mais infinito!
Sei que é tridimensional, e mais...
pois tem,
profundidade,
altura,
comprimento,
cheiro,
sentimento.
É inteiro.
Oval num mundo de marchas simétricas de pinguins nos confins da Antártida!
Quero ser o Amudsen do teu coração,
repetir a minha odisseia,
mas desta vez levar, plantar e deixar bem profunda a bandeira
que se desfralda ao vento de todo este sentimento
que sinto em teu e em meu peito,
como quem lê no fim de um livro
a solução para toda esta minha matemática emoção.
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