sexta-feira, novembro 30, 2007

Foi quase como um ontem

Foi quase como um ontem
que se passa a desejar o amanhã.
É quase a sorrir
que me digo adeus.
Fui como a estrada da serra que vejo todos os dias na janela.
Curvei mais que o destino me prometera
e sem travões desci,
desmandado pela vida fora.
Toquei as estrelas, mas foi tão breve o meu brilho...
Sinto que saio da vida sem palmas,
como uma peça de teatro rasca,
aliás...
Toda a vida fui um stand-up ridículo,
e os poucos aplausos que tive,
do pouco público que me veio ver nesta minha passagem,
foram de pena,
ternura,
de compaixão para com a minha miserável personagem.
Não segui o guião que deus me fez
e saltitei de poça em poça
de pedra em pedra,
de pessoa em pessoa,
e nunca me fixei... por isso me custa tão pouco ir.
E levo este sorriso
para fingir,
para que pensem,
que por aqui eu fui feliz.

2 comentários:

Anónimo disse...

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Ana disse...

Beeem...o poema é lindo. O que o motivou, já não sei.