segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Queres?

Queres?
Sorrir a dois e matar o desejo?
Queres lamber as feridas, profundas, antigas,
e abraçar-me a alma, que de te ter se acalma?
Queres esquecer o presente?
Queres ver o porquê, de tanta saudade?
Queres que te diga ao ouvido,
que meus dedos despidos,
só encontram verdade quando, entrelaçados no teu cabelo,
te puxam para mim
e te beijo assim apaixonado.
Queres que te abrace e te faça lembrar,
que os dias não têm que ser
a prisão em que amordaçada prescindes de viver?
Queres ser minha?
Eu serei teu, como já o sou em sonhos,
em dias compridos,
semanas esquecidas,
em que vagueio.
Amante irresponsável do sentir,
sou a dança que te espera!
Quero-te hoje, aqui,
na verdade que se desprende das horas,
no beijo que tanto demora,
e se forma em meus lábios,
sempre que bebo um pouco mais de ti.

num futuro incerto,
num poema deserto,
tão longe e tão perto,
consigo tocar-te?

3 comentários:

M disse...

Hermes ou Poeta Poente, a essencia mantém-se! Tudo o que escreves é bonito!

Anónimo disse...

Quando das palavras
nasceram abraços
Quando da saudade
corações em pedaços

Quando o porquê
deixou de ser importante
saborear e sentir
apenas foi o que mais livremente acontecia...

e na liberdade do sentir
quero...
fazer do futuro o dia de hoje
do longe o perto
das palavras um abraço...

Mag disse...

Sim,
com as palavras que traçam caminhos
e sulcam vertigens
onde antes morava o nada...