"(...)se tu me cativares, a minha vida ficará como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos fazem-me esconder debaixo da terra.
O teu chamar-me-á para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
(...)
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria fazer-te mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo."
Independentemente do que se viveu, da forma como se viveu, da mágoa, da desilusão, da tristeza ou da saudade, terei sempre, eu e quem sabe amar a vida num sopro, a cor do trigo.
quinta-feira, janeiro 29, 2009
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6 comentários:
Simplesmente lindo... faz-me todo o sentido. Bjinho gd
Parece-me que... há uns dias atrás, eu li isso em qualquer lado... :)
Esse trecho para mim é das coisas mais lindas que já foram escritas!
"E eu amarei o barulho do vento no trigo..."
A base da vida!
Beijos
Posso ser herege... mas nca li este livro talvez pela fleuma que vejo à sua volta...
Agora... já sei onde irei...
***
Hum...
Já sabes k não comento o k é perfeito e sabes o k este livro é para mim...
Beijinho
E o sol, no seu céu ciumento, ver-nos-á caminhar em campos de ouro ...
Um outro poeta, uma voz cantando o amor na doçura dos campos dourados.
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