terça-feira, dezembro 30, 2008
Sem Ti (R) - capítulo I
- Não esperava que compreendesses, aliás, duvido que compreendas seja o que for que esteja ligado ao Romantismo.
- O que queres dizer com isso?
- Nada...
Afastei-me, reparando no olhar misto de tristeza e incompreensão que me deitava.
A Joana era assim, eu não tinha o direito de a criticar. Há mulheres românticas e há mulheres que deitam os ramos de flores para o lixo. Ela era uma das últimas.
Saí porta fora, sem destino nem rumo. Queria simplesmente ser beijado no rosto por aquele vento de Inverno, de Janeiro, que tão bem sabe.
Sempre adorei o frio. Faz-me ser eu.
As ruas estavam desertas, à excepção dos cães vadios que buscavam a sua sorte com uma cadela cujo aspecto já tinha tido melhores dias. Os cães não são esquisitos, vão com qualquer uma, fazendo lembrar certos homens. No fundo, seremos assim tão diferentes? O que nos distingue dos animais é a cultura, a capacidade de nos regermos por valores, direitos e deveres e, perdido na divagação, entro no café do costume.
- Bom dia António!
- Boa tarde senhor João, boa tarde....
- Para mim só é tarde depois de almoçar
- Pois para mim é sempre tarde senhor João... e cada vez entardece mais.
- Hummm Joana?
- Que mais?...
Afasto-me para a mesa do canto. Hoje não me apetecem perguntas. Quero estar só. Fumar o meu cigarro, beber o meu café, mergulhar no meu desespero e decidir de uma vez por todas o que fazer.
Bebo o café de um trago, acendo o cigarro, puxo uma passa. Estou absorto em tudo o que vivi com ela. Todas as noites que passámos, a olhar a tecto, simplesmente a sentir que tudo estava certo. As madrugadas em que fizemos amor e as nossas respirações compassadas se uniam numa sinfonia intemporal...
Parece que foi há tanto tempo...
Envolvido, esboçando pequenos sorrisos, nem me dou conta do vulto que se aproxima de mim.
-Olá António! És mesmo tu?
Viro-me, sabendo já quem era. Aquela voz... até no fim mundo a reconheceria... senti-me gelar ao balbuciar:
- Olá....
quinta-feira, dezembro 25, 2008
sentir em formato de texto
és itálico
em breve estarás entre "aspas".
As reticências que queres de mim, não serão mais
que três pontos FINAIS.
quarta-feira, dezembro 24, 2008
Thank God it's Christmas - QUEEN
Oh my friend we've had our hopes and fears
Oh my friends it's been a long hard year
But now it's Christmas
Yes it's Christmas
Thank God it's Christmas
The moon and stars seem awful cold and bright
Let's hope the snow will make this Christmas right
My friend the world will share this special night
Because it's Christmas
Yes it's Christmas
Thank God it's Christmas
For one night
Thank God it's Christmas yeah
Thank God it's Christmas
Thank God it's Christmas
Can it be Christmas?
Let it be Christmas
Ev'ry day
Oh my love we've lived in troubled days
Oh my friend we have the strangest ways
All my friends on this one day of days
Thank God it's Christmas
Yes it's Christmas
Thank God it's Christmas
For one day
Thank God it's Christmas
Yes it's Christmas
Thank God it's Christmas
Oooh yeah
Thank God it's Christmas
Yes yes yes yes it's Christmas
Thank God it's Christmas
For one day
A very merry Christmas to you all
segunda-feira, dezembro 22, 2008
O Natal
O mundo é, basicamente, feito por nós, por isso quando nos queixamos talvez devêssemos olhar um pouco para nós próprios, pensar no que de errado estamos a fazer, e se não faríamos exactamente o mesmo daquela pessoa que tanto criticamos.
O Natal é amor. Pois, para mim o amor é todo o ano. Tal como a solidariedade, a nobreza de espírito, a amizade, o carinho, a afeição. Não deve haver épocas para se sentir! Quando se ama, quer seja pais, tios, amigos, filhos, vizinhos, patrões, deve ser todo o ano! A caridadezinha que vejo nesta época perturba-me um bocado. Onde a sociedade vê bondade, eu vejo hipocrisia.
Eu acredito no Pai Natal! Não no velho de barbas que anda a sentar crianças no colo e a trocar boas acções por presentes, mas no Pai Natal enquanto espírito de fazer o bem, enquanto análise ao nosso comportamento durante todo o ano, enquanto introspecção.
Acredito em Cristo e na sua mensagem de dar a outra face, do amor ao próximo, do sacrifício por um bem maior. E se é necessário encher as ruas de luzes e os carros de prendas para que as pessoas num ano se lembrem, nem que seja por 10 minutos, na sua mensagem, pois, por mim, é um mal menor.
Eu tenho fé nas pessoas. Fé na Humanidade. Tenho fé que um dia vejamos que o caminho que estamos a percorrer não é o mais correcto. Não sou nem quero ser um juiz de valores, apenas queria que todos fossemos um pouco menos egoístas, um pouco mais humanos, um pouco mais amigos, um pouco mais tolerantes e compreensivos.
No fundo, se o Natal é esperança de um amanhã melhor, então eu amo o Natal, e o meu desejo para este ano, é sinceramente que o que todos, ou quase todos, sentem de humanidade por estes dias, não seja tão efémero como o papel de embrulho. Afinal de contas, ainda há quem o prefira guardar, para mais tarde voltar a oferecer.
A todos um Bom Natal, de 365 dias.
Amo ergo sum
Amo
e por tanto te amar
sou o risco que no céu se desenha.
Sou
o sol que nasce e se recusa a desaparecer.
A lua que cresce e no mar que nos separa
se reflecte eterna.
És
meu ar
meu lar
chama na minha lenha.
Quando um dia se findar
este misto de seres, estares, cresceres, amares
serei
o que nasceu para partir
e não encontrarei mais forma
de voltar a sentir.
quarta-feira, dezembro 17, 2008
Agradecimento
Todos, todos mesmo, sem excepção, têm sido maravilhosos. Os vossos comentários, as vossas palavras de incentivo, a forma aberta como descrevem a forma como os poemas vos tocam... têm-me deixado um pouco perplexo e muito muito agradecido.
O meu blog começou há cerca de três anos. Nele tenho espelhado os meus estados de alma. Não sou eu todo, mas é uma parte muito importante de mim que vêem aqui.
Das pessoas que conheço pessoalmente, Van, Sininho, Siuxi, O meu mundo, às pessoas que assim de repente por aqui vão aparecendo, o meu muito muito obrigado pelo vosso carinho. São mais que beijos, mais que abraços, são sorrisos que me provocam a cada letra.
Eu não tenho por hábito comentar os vossos comentários. Não por desleixo, mas simplesmente porque nunca sei bem o que dizer. Sim, vocês, roubam as palavras a um pretenso poeta :))) que querem?!
Um beijo às meninas, um abraço aos meninos, seguidores, comentadores e testemunhas em silêncio.
Aqui continuarei a escrever para vocês.
segunda-feira, dezembro 15, 2008
Auto-Retrato
e me volto a desenhar.
Sou um eterno esboço
um rascunho
a tela vazia de sentido
os rabisco na folha rasgada
uma poeira de estrada
uma obra prima por finalizar.
Paleta de cores pastel
óleos, verniz, terebentina,
sou o pincel de artista
que beija a tela infinita
num beijo longo e demorado.
Nasci na beleza renascentista,
olhar vago,
rosto clássico,
sffumatto perfeito.
Perdi-me num impressionismo
de campos de girassóis,
nas névoas dos dias, nos horizontes rarefeitos.
No surrealismo cresci.
Nos relógios que escorrem no deserto,
assim como as horas nos meus dias incertos.
As artes me fizeram, as artes me definem,
concretamente surreal,
impressionista renascente,
rascunho imperfeito,
oeste
a leste
lua cheia, sol de inverno,
um paraíso de inferno,
um poeta,
um poente.
sábado, dezembro 13, 2008
terça-feira, dezembro 09, 2008
Destino
Lu@
sexta-feira, dezembro 05, 2008
Espelho
www.espelhosentido.blogspot.com
publico o meu novo poema.
O espelho em que me vejo
não me reflecte.
Não me conhece.
Não mostra as rugas
nem as dores.
Não sou eu,
é um Gray que envelhece
um olhar que esmorece
no retrato de uma vida em fuga.
quinta-feira, dezembro 04, 2008
Amar
lutar
querer fazer
Amor
sem dor.
A teu lado
o calor
Afaga
amassa
Beija
afasta.
Entro
Recebes
Movimento contínuo...
Gemes
Sentes
Chamas
em chamas
Gritas
aflita
no suor
no ardor
escutas a música
Sinfonia
em doce húmida
Alegria.
terça-feira, dezembro 02, 2008
o porquê dos porquês.
Porque fui, porque sou, porque foste, porque não voltas.
E as voltas que daria porque decidiste voltar,
a sede que teria se escolhesses ficar.
Não és mais minha fonte,
essa secou.
Não és mais amante que distante me amou.
Não és, não serás
porque és e nunca serás.
domingo, novembro 30, 2008
Noite de frio
A chuva que cai la fora
não esmorece,
não demora.
Desliza e cai pelos beirados.
Ploc ploc ploc toca nas telhas escarlate,
mirones das noites em que me afogo na lareira que crepita em nós.
Geme baixinho...
....toca-me leve.
Sussurra-me
serena
como uma pena
que escreve em mim a sinfonia inacabada
dos sonhos que já não ousava ter.
quinta-feira, novembro 27, 2008
Desafio
2)
- ir à Nova Zelândia
- publicar alguns dos meus poemas
- ir à EuroDisney com a minha Inês
- ver um concerto de Katie Melua
- ter uma casa em Sagres com vista para o mar
- viver e amar a dois
- encontrar o meu rumo profissional
- continuar a construir o castelo da minha felicidade
3) desafio shade, grafonola, tomata
4) e 5) on my way
sexta-feira, novembro 21, 2008
Neve
já a derreti.
Andas agora nos teus dias, não é?
Esqueceste-te de ser, foi?
Sabes que mais? Não me faltas!
Nem me faz falta faltares-me...
Amor... Desamor, como hei-de chamar-te?
Já foste, mas eu...
...ainda hei-de faltar-te.
terça-feira, novembro 18, 2008
Fire in the clouds
e as nuvens que ardiam
eram os dedos que entrelaçávamos.
Parados ficámos,
admirados,
verdes amadurecidos,
envoltos... perdidos....
sábado, novembro 15, 2008
Mais um....
terça-feira, novembro 11, 2008
Feia
no entanto,entretanto,
tens tanto de belo em ti.
Não és bonita.
És aflita.
Não andas,
corres na vida bonita.
És feia
porque morres
e nem te dás ao trabalho de ver
que me matas também e que me levas contigo.
És feia,
morte,
destino,
sorte.
És.
Sou quem perdeste.
Feia morreste em quem te amou.
quinta-feira, novembro 06, 2008
Acende-me
E leva de mim a escuridão.
Abraça-te em mim,
Transpõe esta janela que se debruça
na planície sem fim.
Faz na pele a tua estrada
e percorre-a
vagabunda errante.
Descobre o caminho de meu reino distante
assim
devagar
com as pontas dos teus dedos,
afasta meus medos.
Deixa-me ficar,
à espera,
na ânsia,
de no fim da estrada,
a tal que percorres com teus dedos,
triunfante sobre a planície,
a tal que se estende de minha janela,
esteja o lugar
a que ambos chamemos lar.
segunda-feira, novembro 03, 2008
quarta-feira, outubro 22, 2008
segunda-feira, outubro 20, 2008
Desafio
6 coisas com que me preocupo: com a minha filha, a minha família, as minhas amigas, em ser feliz, fazer os outros felizes, em estar contigo.
6 coisas com que não me preocupo: com o tempo que faz, com o que passa na tv, com a vida sexual das abelhas da patagónia, com o que pensam de mim, com o mal que me tentam fazer, com o facto de já não haver os jogos sem fronteiras.
6 coisas de que gosto: chocolate, bolas de berlim, cheiro da terra molhada, trovoadas, sorrir, espreguiçar-me.
6 coisas de que não gosto: favas, vinho ruim, acordar com o sol nos olhos, ter comichão num sitio onde não chego, estar constantemente a sonhar acordado, estar longe de ti....
6 coisas que me fazem sorrir: a minha filha, estar contigo, um final feliz, tentarem fazer-me cócegas e não conseguirem, andar de metro, fazer planos.
6 coisas que me entristecem: estar longe de ti, estar longe da minha filha, sentir-me preso, ver pessoas infelizes, a indecisão, os dias não terem 48horas.
6 coisas que me definem: sonhador, indeciso, amigo, apaixonado, romântico, poeta.
É suposto desafiar alguém, mas não o vou fazer, considerem-se desafiados, vocês sabem quem são!
segunda-feira, outubro 06, 2008
sábado, setembro 27, 2008
Vida
sonhos abraçados
braços caídos,
mundos perdidos.
Vida!
...voz que me embarga,
mão que me traga
a luz que decida.
Tu
és luz.
E a hora de vir embora,
na planície que chora a demora
da chuva
que enche o leito
do rio.
Sou leste sem ti,
deito-me na sombra desfeito
e sou américa que ninguém descobriu....
quinta-feira, setembro 25, 2008
segunda-feira, setembro 22, 2008
A...finaL
há sempre um final.
Quem não procura,
quem não encontra
acaba por desistir
de bater à porta...
Afinal,
chegou
e o que passou
é apenas poeira
na berma da estrada
que te trouxe e te levou...
sexta-feira, setembro 19, 2008
Elegia a um amor distante
no inesperado nascer dos dias.
Ficaste
porque o pôr do sol demorava.
Trouxeste
o sorriso que eu tantas vezes perdia,
na chuva
na solidão que de meus olhos derramava.
As minhas manhãs não são mais manhãs
sem o teu acordar.
Como as tardes não são mais tardes
sem que passe a desejar
a chegada da noite,
que me leve a tortura da demora,
e a minha esperança vã,
e que venha rápido rápido a hora
em que sinto o teu passar de mão pelo rosto,
o teu beijo
o teu até amanhã...
terça-feira, setembro 16, 2008
Ode a la distance....
como meu peito
de esperanças.
A neblina
mistério
esconde teu sorriso
sério.
O longe em que me encontro
não me leva
tudo o que descobri em mim por ti.
As vagas de mar alto
em que navego
A rota a que me entrego
na saudade que escolhi.
O céu que cruzo
no avião
a planar
As certezas que não sentes,
as verdade que não mentes
só me deixam sonhar.
Dão-me a lenha de meu fogo
o doce de meu amargo
que aguardo
ansiosamente ansioso
sentado nesta pedra
em que descanso
à beira da estrada que me leva até ti.
segunda-feira, setembro 15, 2008
Le chevalier (pour Ana "Só")
Et mon cheval était ambassadeur
Je partais délivrer
Ma fiancée des griffes des chasseurs
je combattais des bataillons
D'extraterrestres et de dragons
Et mon épée barbare se changeait en guitare
Alors j'étais chanteur
j'étais le roi des rois
J'étais le juge et l'idiot de la cour
Et j'inventais des lois
pour obliger le monde à faire l'amour
tu étais la villageoise que j'ai fait couronner
Et tu étais si belle à regarder
Que toute nue tu dansais pour toujours
Non, tu t'en vas pas
si tu veux bien j'étais ton aquarelle
J'étais ton animal
Ton tapis volant voleur
Non , regarde-moi
C'était le temps où on avait des ailes
On était nés mille ans avant le temps du mal et de la peur
J'étais adulte enfin
Le temps des fiées devait bientôt finir
Les portes du jardin
S'étaient fermées juste avant de mourir
Tu as pris la clef des champs sans me dire au revoir
Et moi j'étais le fou vêtu de noir
D'un vieux royaume oublié dans la nuit.
quinta-feira, setembro 11, 2008
Chocolate
amargo,
suspeito.
O sol torra,
demora...
A terra que me fez,
a teus pés...
O açúcar,
teu todo,
aqui,
em qualquer parte,
me adoçou,
me fez chocolate.
9-11
"Podem matar uma, duas, três rosas, mas jamais conseguirão deter a Primavera"
terça-feira, setembro 09, 2008
Szerelem Szerelem
Szerelem, szerelem,
Átkozott gyötrelem,
Mért nem virágoztál
Minden fa teteje?
Minden fa tetején,
Diófa levelén,
Hogy szakísztott volna,
Minden leány és legény.
Mert én is szakísztottam,
El is szalasztottam,
Én is szakísztottam,
És el is szalasztottam.
Ej de még szakísztanék
Ha jóra találnék,
Ha jóra, ha szépre,
A régi szeretőmre.
Mhhhhhmmmhhhh
S, a régi szeretőmért,
Mit nem cselekednék,
Tengerből a vizet,
Kanállal lemerném.
És a tenger fenekéről,
Apró gyöngyöt szednék,
És a régi szeretőmnek,
Gyöngykoszorút kötnék
segunda-feira, setembro 08, 2008
Novamente novo, de novo...
sou a questão sem razão.
Nasço criado,
vivo afogado
e na incerteza tento dar-te a mão.
Sabes-me a pouco,
que de pouco em mim,
cresço sereno,
afastado de ti.
Já nada em que me semeei nasce,
e a água com que me rego,
escorrega em mim.
Faz no meu peito
o ribeiro
que desagua ordeiro
bem perto do fim.
domingo, setembro 07, 2008
para ti..... porque agora está na hora.....
A noite não tem braços
Que te impeçam de partir,
Nas sombras do meu quarto
Há mil sonhos por cumprir.
Não sei quanto tempo fomos,
Nem sei se te trago em mim,
Sei do vento onde te invento, assim.
Não sei se é luz da manhã,
Nem sei o que resta em nós,
Sei das ruas que corremos sós,
Porque tu,
Deixas em mim
Tanto de ti,
Matam-me os dias,
As mãos vazias de ti.
A estrada ainda é longa,
Cem quilómetros de chão,
Quando a espera não tem fim,
Há distâncias sem perdão.
Não sei quanto tempo fomos,
Nem sei se te trago em mim,
Sei do vento onde te invento, assim.
Não sei se é luz da manhã,
Nem sei o que resta em nós,
Sei das ruas que corremos sós,
Porque tu,
Deixas em mim
Tanto de ti,
Matam-me os dias,
As mãos vazias de ti.
Navegas escondida,
Perdes nas mãos o meu corpo,
Beijas-me um sopro de vida,
Como um barco abraça o porto.
Porque tu,
Deixas em mim
Tanto de ti,
Matam-me os dias,
As mãos vazias de ti.
quinta-feira, agosto 28, 2008
Água
e me foge
das mãos de dedos entrelaçados.
És água que envolve,
que fica,
que deixa segredos,
silêncios,
perdidos no tempo.
És agua ausente,
distante,
ardente,
que queima
e seca as lágrimas.
São lágrimas sedentas,
sussurradas,
latentes,
de alma desafogada
nem afogo permanente.
terça-feira, agosto 26, 2008
É tarde de tarde
e a noite espreita.
São horas, demoras,
que depressa se deitam.
São os quereres dizer
o quereres fazer
as dores, rumores,
as danças desfeitas.
Somos um par de três,
a história maldita,
a ferida que dói
na alma perdida.
Somos o que és
e não és quem somos.
O destino nos fez
vontades sem dono.
sábado, agosto 23, 2008
segunda-feira, agosto 18, 2008
quinta-feira, agosto 14, 2008
segunda-feira, agosto 11, 2008
sexta-feira, agosto 08, 2008
"CannonBall" - Brandi Carlile
Now I'm dying to forget you
And that is what I know
Though I dreamed I would fall
Like a wounded cannonball
Sinking down with my heart in two
Bright lights like white lightning
Who shot me down
Who will cut me down
I'm frozen in my bed till the day comes around
How I'm lost
How I'm found
There's a man all alone
Telling me his friends are gone
That they've died and flown away
So I told him he was wrong
That your friends are never gone
If you look to the sky and pray
Bright lights like white lightning
Who shot me down
Who will cut me down
I'm frozen in my bed till the day comes around
How I'm lost
How I'm found
Someone told me a lie
Someone looked me in the eye
And said time will ease your pain
But behold, when you fall
It's that same old cannonball
Coming back for your heart again
Bright lights like white lightning
Who shot me down
Who will cut me down
I'm frozen in my bed till the day comes around
And it may come around
Until the day comes around
How I'm lost
How I'm found
I was born when I met you
Now I'm dying to forget you
And that is what I know
domingo, julho 27, 2008
sexta-feira, julho 25, 2008
FP
Sozinho. Morri já...
Para que é preciso um nome?
Fui eu a minha sepultura.
Fernando Pessoa
segunda-feira, julho 21, 2008
e as noites se escondem,
pensas em mim?
Quando o sol te bate,
e a pele escurece,
a lua recolhe e o dia amanhece,
pensas em mim?
Quando o dia já não o é,
as folhas caem
e os invernos descem
em promessas na chaminé,
pensas em mim.
Eu penso em ti
nos dias de chuva
nas tardes à lareira.
Espero por ti,
mesmo que seja
uma vida inteira.
domingo, julho 20, 2008
Aconteceu - Ana Moura
Eu não estava à tua espera
E tu não me procuravas
Nem sabias quem eu era
Eu estava ali só porque tinha que estar
E tu chegaste porque tinhas que chegar
Olhei para ti
O mundo inteiro parou
Nesse instante a minha vida
A minha vida mudou
Tudo era para ser eterno
E tu para sempre meu
Onde foi que nos perdemos?
O que foi que aconteceu?
Tudo era para ser eterno
E tu para sempre meu
Onde foi que nos perdemos, meu amor?
O que foi que aconteceu?
Aconteceu
Chama-lhe sorte ou azar
Eu não estava à tua espera
E tu voltaste a passar
Nunca senti bater o meu coração
Como senti ao sentir a tua mão
Na tua boca o tempo voltou atrás
E se fui louca
Essa loucura
Essa loucura foi paz
Tudo era para ser eterno
E tu para sempre meu
Onde foi que nos perdemos?
O que foi que aconteceu?
Tudo era para ser eterno
E tu para sempre meu
Onde foi que nos perdemos, meu amor?
O que foi que aconteceu?
A lua estava cheia no céu de Monsaraz - vila medieval.
O castelo inundado pela voz quente de Ana Moura.
Eu estive arrepiado, do princípio ao fim.
Tu, estiveste sempre comigo, não ao meu lado, mas em todo de mim.
sexta-feira, julho 18, 2008
Entrelinhas
aquece-me nas manhãs que ainda espero,
e que sei que agora encontrei.
Serve-me o pequeno almoço do teu sorriso
e embriaga-me com a uvas do teu mosto.
Beija-me a pele quente
adormecida,
perdida,
encontrada por ti.
Adormece-me no aconchego
demorado do teu peito.
Afaga-me o cabelo,
acaricia-me o rosto,
leva-me a navegar,
a dançar
nas tardes de sol posto!
sábado, julho 12, 2008
segunda-feira, julho 07, 2008
domingo, julho 06, 2008
sexta-feira, julho 04, 2008
Espiral
Subo a noite em direcção ao dia.
Corro na escada em espiral,
abraçado ao álamo que me envolve e seduz...
Amo em segredo as horas das tardes esquecidas
e as saudades
perdidas
na escada espiral.
Tonto,
chego.
Ao ponto,
do aconchego.
E dou a mão ao vazio
que,
degrau a degrau,
se apodera de mim
e da minha ânsia de partir.
quarta-feira, julho 02, 2008
Já não sei
se sou pirata
ou rei
caravela
ou traineira
Alentejo
ou Beira.
Não sei
se sou isto
ou aquilo,
ou um misto de sentimento
sem ti....
ou contigo.
Não sou
se sei
não sei
se sou
o que te ama,
o que te amou,
ou se alguma vez te amei!
Procuro
o que em mim há de procura
e o porquê de procurar.
Procuro um termo sem fim e um fim sem termo.
Já não sei se acho
ou se alguma vez achei
ou se alguma vez me acharam...
Tenho para mim que sou assim...
uma procura que não acha,
uma acha que não arde,
uma ferida que abre
sempre que te tento encontrar.
quarta-feira, junho 25, 2008
sábado, junho 21, 2008
perdido na estação
à espera do comboio também ele perdido,
mergulho nos minutos,
dos minutos de quem mais não faz que os ver passar.
E perdido neste mundo
profundamente incerto,
dou por mim, aqui sentado.
Constantemente sentado e apodrecido
em busca do comboio que nunca vem,
do destino que não chega,
da dor de ser mais além
a visão do meu cego sentimento adormecido.
terça-feira, junho 17, 2008
sábado, junho 07, 2008
why not?
Some people see things as they are and say why.
I dream things that never were and say why not?
segunda-feira, maio 26, 2008
sábado, maio 24, 2008
Esperança
Escuto a chuva
Suave que cai
Por entre vales
E planícies em que me deito.
Rio que corres em mim
Antes fosses ribeiro, soalheiro,
Na noite
Caída por entre os dedos
Antes do amanhecer.
(http://cemremos.blogspot.com/)
quarta-feira, maio 07, 2008
espreguiço-me nas horas
e esperei-me nos segundos.
fui pai,
fui filho,
fui amigo,
fui crente...
mas, como uma pérola de chuva no deserto,
estive ausente.
Fui tudo o que deveria ser,
fiz pouco do que queria fazer...
foi um dia assim normal...
a querer e a sonhar,
como os dias insistentemente longos,
como as semanas irritantemente feias!
Não vejo partidas nem chegadas,
apenas estas longas longas escadas
que subo na torre de menagem
de meus castelos no ar.
segunda-feira, maio 05, 2008
ontem
Vieste de noite e,
sem pedir licença,
invadiste minh'alma,
meu ser
minha vida.
Vai embora
agora,
porque por ti,
em mim,
só há despedida!
segunda-feira, abril 28, 2008
Ele há...
quando nas praias
se esquecem os amanheceres.
Há palavras que fogem,
amores que se perdem ao entardecer.
Há as mãos dadas que se largam
e as viagens dos que guardam os mais secretos saberes.
Nunca como em ti serei eu..
e nas nuvens que se afastam seguirei teu rasto.
Jamais o voltarei a dizer
Jamais o voltarei a fazer
Em mim se soltou o diabo interior,
e possuído pelo desejo de desejar,
corro de olhar vazio para ti
como em meu peito
desfeito
bate o sentir...
sexta-feira, abril 25, 2008
não consigo desvendar-me
Não quero descobrir-me
Não posso esquecer a brisa suave em teu olhar.
Não vou mais perder-me para me encontrar,
No fundo deste mar imenso.
Alguma vez disse que te amava?
Porque se o disse mentia,
Como um sol de Inverno e uma chuva de Verão.
Alguma vez disse que te esperava?
Que olhava por ti até onde o horizonte alcançava,
Te disse porventura ser teu este meu ser?
Não…
Nunca…
Não… não te vou mais dar o que nem eu tenho…
Porque me escorreu por entre os dedos…
E se perdeu
O maior e mais belo de meus segredos.
quarta-feira, abril 16, 2008
especiarias de sentimentos..
um chá de momentos,
uma tarde quente, de brisa fria,
embalada na falésia de uma vida vazia.
Misturo em mim todos os condimentos,
e sou canela, açafrão,
cardamomo, manjericão,
curcuma, pimenta, jasmim,
um cocktail de sonhos numa noite sem fim.
Sou as especiaria de tempos idos,
sulco as ondas como uma caravela no Índico,
e as esperanças que trago comigo,
são o ouro dos amantes,
as noites regadas de suor,
os instantes breves de amor,
as memórias de tempos antigos.
Sou tudo isto por ti, amor que desconheço,
e estou assim aqui
à espero do teu regresso.
segunda-feira, abril 07, 2008
terça-feira, março 25, 2008
Amar-te como o mar
Mergulhar
na vida sem sentido
e nadar como um perdido
na chama de teu olhar.
Demorei-me na areia
como as ondas de um mar remoto.
Olhei-me na lua
e tua voz, crua, cruel,
acorda-me para uma realidade que não queria.
Acorda, insano romântico!
Não vez que não há ouvidos
para teu cântico?!
Não sentes que tua voz se perdeu
e o que ouves é eco
de um amor que morreu?!
Chuva que choves
Cais bruta, brutalmente
E despes a terra como me despes a alma.
Debaixo de ti,
nú,
consumo-me em chamas
e dilacero-me nas feridas que teimam
em não cicatrizar.
Olho-me ao espelho
e não me reconheço.
Quero sarar em minh'alma
todos os dós que fui coleccionando.
Quero deitar
na minha cama
todas as horas que desejei estar contigo.
Quero não querer...
Mas sempre que o quero sei que me vou perder,
e não trouxe o mapa
deste meu sinuoso fado
deste meu fardo
que é viver para esquecer...
terça-feira, março 04, 2008
Este vento...
não se vê... sente-se!
Pois hoje amor, sopra de todas as direcções o meu amor por ti
Desinquieta e desperta.
Uiva.
Mostra-se a todos e amedronta com a sua força.
Hoje amor, este vento que sopra de ti para mim
tem a força de gigante
que me faz, sem ver, sentir que aqui, ali
antes ou depois,
sempre haverá vento e meu amor por ti.
Dores de Parto
deste amor teima em nascer e renascer.
Sinto dores de partida
sempre que ao fim do dia adormeço sem saber se sonharei contigo.
Sinto as dores da saudade
da minha verdade ser a tua ausência.
Sinto que já não sinto o que queria sentir...
e não sentir é sentir o desejo de só mais um beijo.
Parto sempre que acordo, nesta busca
pela tua, que é também minha, presença.
Meu ser divide-se entre o que sinto
e o que sei que sinto.
E não minto se te disser, amor meu
que perto de ti sou mais do que eu
sou um deus,
um desejo tornado verdade,
uma saudade morta num abraço,
um acordar lento... demorado em teu regaço!
terça-feira, fevereiro 26, 2008
Impressionante
Meus olhos não vêem a minha direção
Da minha boca saem coisas sem sentido
Você era meu farol e hoje estou perdido
O sofrimento vem à noite sem pudor
Somente o sono ameniza a minha dor
Mas e depois? E quando o dia clarear?
Quero viver do teu sorriso, teu olhar
Eu corro pro mar pra não lembrar você
E o vento me traz o que eu quero esquecer
Entre os soluços do meu choro eu tento te explicar
Nos teus braços é o meu lugar
Contemplando as estrelas, minha solidão
Aperta forte o peito, é mais que uma emoção
Esqueci do meu orgulho pra você voltar
Permaneço sem amor, sem luz, sem ar
Perdi o jogo, e tive que te ver partir
E a minha alma, sem motivo pra existir
Já não suporto esse vazio quero me entregar
Ter você pra nunca mais nos separar
Você é o encaixe perfeito do meu coração
O teu sorriso é chama da minha paixão
Mas é fria a madrugada sem você aqui,
Só com você no pensamento
Eu corro pro mar pra não lembrar você
E o vento me traz o que eu quero esquecer
Entre os soluços do meu choro eu tento te explicar
Nos teus braços é o meu lugar
Contemplando as estrelas, minha solidão
Aperta forte o peito, é mais que uma emoção
Esqueci do meu orgulho pra você voltar
Permaneço sem amor, sem luz
Meu ar, meu chão é você
Mesmo quando fecho os olhos:
Posso te ver
Eu corro pro mar pra não lembrar você
E o vento me traz o que eu quero esquecer
Entre os soluços do meu choro eu tento te explicar
Nos teus braços é o meu lugar
Contemplando as estrelas, minha solidão
Aperta forte o peito é mais que uma emoção
Esqueci do meu orgulho pra você voltar
Permaneço sem amor, sem luz, sem ar
sábado, fevereiro 23, 2008
Às escuras
com medo do que a luz me traz.
Envolvo-me na escuridão,
assim sou feliz.
Posso ser quem quero,
sentir quem quero,
sonhar distante...
voar para bem longe.
Há na escuridão a beleza a descobrir.
Percorro com a ponta dos dedos
a cama que te espera
e encontro-te de regresso à minha solidão.
Fecho os olhos.
Está escuro.
Encontro-te
e assim quero ficar.
segunda-feira, fevereiro 18, 2008
pingas de chuva
saí pela tempestade.
Deixei o trono de contos de fadas,
e das almofadas que me punham confortável
e parti.
Fui apanhar gotas de chuva para ti amor.
Olhei o céu
e esquecendo tudo o que sou eu
deixei que essas pingas frias,
molhadas
regadas de verdades
e saudades distantes
me escorressem pelo rosto.
Fechei os olhos e, num misto de lágrimas e chuva,
chorei pelo que nunca tive.
Abri os olhos...
e as nuvens que choravam sobre mim
tinham o teu olhar...
Será que também choras assim?
Será que é por mim?
domingo, fevereiro 17, 2008
domingo, fevereiro 10, 2008
Beijo
Não há morte que não chegue.
Não há nada mais em mim que veja em ti.
Perdi a conta às vezes que te disse adeus,
perdi e voltei a perder
tudo o que pedi
tudo o que fiz
para que teus beijos fossem só meus.
Na verdade... nem te consigo já dizer adeus.
Meu coração gelado está de tanto amor perdido.
Minha alma vagueia algures neste vale de sombras
em que não me encontro
porque também não me procuro.
Não, este não é apenas mais um adeus,
é uma morte... uma lenta morte
que se veio a apoderar aos poucos de mim
e da qual não posso nem quero fugir.
Mas,
antes de partir,
quero deixar-te algo,
que, como tantas outras coisas, não vais ler,
e mesmo se o lesses não compreenderias.
Porque mesmo sendo eu um livro aberto
para ti
nunca me soubeste ler. Também nem tentaste...
O que te quero deixar é um beijo...
Estranho... podes pensar,
mas este beijo que te deixo
nada tem a ver com os que sonhei e realizei outrora contigo.
É um beijo frio
morto
sem sentimento
sem alma
sem chama.
Um beijo de quem um dia amou o verão
e agora se perdeu no inverno.
Um beijo gelado em forma de neve
como a que cai em meu coração!
sexta-feira, fevereiro 08, 2008
Para que tú me oigas
mis palabras
se adelgazan a veces
como las huellas de las gaviotas en las playas.
Collar, cascabel ebrio
para tus manos suaves como las uvas.
Y las miro lejanas mis palabras.
Más que mías son tuyas.
Van trepando en mi viejo dolor como las yedras.
Ellas trepan así por las paredes húmedas.
Eres tú la culpable de este juego sangriento.
Ellas están huyendo de mi guarida oscura.
Todo lo llenas tú, todo lo llenas.
Antes que tú poblaron la soledad que ocupas,
y están acostumbradas más que tú a mi tristeza.
Ahora quiero que digan lo que quiero decirte
para que tú me oigas como, quiero que me oigas.
El viento de la angustia aún las suele arrastrar.
Huracanes de sueños aún a veces las tumban.
Escuchas otras voces en mi voz dolorida.
Llanto de viejas bocas, sangre de viejos súplicas.
Ámame, compañera. No me abandones. Sígueme.
Sígueme, compañera, en esa ola de angustia.
Pero se van tiñendo con tu amor mis palabras.
Todo lo ocupas tú, todo lo ocupas.
Voy haciendo de todas un collar infinito
para tus blancas manos, suaves como las uvas.
Pablo Neruda
quarta-feira, fevereiro 06, 2008
True, very very true
segunda-feira, fevereiro 04, 2008
Dedicatória
Delicada como a chuva
que cai de mansinho
Delicada como a lua
que mostra caminhos
Delicada como as pétalas
de uma rosa sem espinhos.
Encontrei o teu sorriso quente
numa tarde fria.
Agarrei-te a mão... gostava de percorrer esta estrada contigo.
Sei que a teu lado, o caminho será mais fácil.
Que terás sempre esse sorriso em resposta
às minhas lágrimas.
Da minha parte sempre aqui estarei
para te dar a mão...
Sempre estarei para afastar as nuvens negras
as noites inquietas
e os dias cinzentos.
Estarei na soma dos momentos
das nossas vidas incertas.
Gosto do que a vida me traz, assim,
sem eu estar a espera...
uma irmã que levou o Inverno e me deixou a Primavera.
domingo, fevereiro 03, 2008
o fim...
não sei do que ou de quem...
mas sinto que em breve tomará conta de mim.
sexta-feira, fevereiro 01, 2008
Se fosses Janeiro
abrigar-me-ia em ti
Se fosses Fevereiro
esperaria em teu abraço
Se fosses Março
aquecer-me-ia em teu sol e esperaria por mais
Se fosses Maio
seria prado de flores só para te ver sorrir
Se fosses Junho
queimar-me-ia em teu sol
Se fosses Julho
deitar-nos-iamos numa sombra de amor
Se fosses Agosto
amar-te-ia por me afagares o rosto
Se fosses Setembro
partiríamos sem rumo
Se fosses Outubro
correrias como chuva dos meus olhos
Se fosses Novembro
seriamos lareira de braços
Se fosses Dezembro
recomeçarias com um olhar tudo o que sinto
o porque?
já não me lembro...
sinto...
apenas sinto
terça-feira, janeiro 29, 2008
Às vezes pergunto-me...
sem esperar uma resposta,
se vês o que vejo em ti?
Sorris e todo o teu rosto brilha,
olhas-me e todo eu estremeço.
Não sei se te diga
Não sei se te chame
Não sei se te queira
Não sei...
Sei que vagueio neste mar de incertezas
De dúvidas
De desejos
De quereres e de beijos
escondidos por mim.
Assim fico cada vez que partes
e mais ainda
assim fico
sempre que não chegas!
quinta-feira, janeiro 24, 2008
Beija-flor
uma brisa fresca, que percorria a planície imensa sem destino,
beija-me o rosto.
Derramo o meu olhar por todo este verde que me envolve
salpicado de flores por um deus qualquer.
Ouço pássaros em seus cantos de amor,
ouço-me a mim, como um tic-tac de espera sem fim,
vejo-te a ti... e não sei o que és...
Fada, não... és real demais para isso
Sonho, não... quando acordei ainda cá estavas
Desejo, talvez... mas ainda agora te vi
És delicada,
suave,
doce,
um travo de mel na vida amarga.
És uma bofetada de amor,
és...
uma mensagem, um beija-flor.
quarta-feira, janeiro 23, 2008
Mostra-me
Fala-me dos nossos sonhos,
Fala-me das noites que passámos em branco a olhar o escuro estrelado.
Diz-me que te amo,
lembra o porquê desse amor...
Mostra-me porque passei tantos dias
a esperar por ti
Mostra-me como foi que me esqueci de mim.
Fala-me, Diz-me, Mostra-me
porque foram as horas dias e os dias anos?
Fala-me, Diz-me, Mostra-me
como a pensar em ti me perdi a mim.
terça-feira, janeiro 22, 2008
quarta-feira, janeiro 16, 2008
História de vida
Pai a part-time
Mais que uma história de vida, esta é uma história que estou a viver. Pensando bem, nem uma história é porque não lhe encontro qualidades para tal. Vou chamar-lhe relato.
Tenho uma filha de seis anos.
A mãe dela abandonou-nos há 3.
No dia do meu aniversário, simplesmente pegou nas malas e foi.
Eu, que nunca aceitei que um filho deva ser criado longe dos pais, quer estes vivam juntos ou separados, fui, com a minha filha, para junto dela. Levei-a a viver no dia-a-dia com a mãe e no resto do dia-a-dia comigo.
Abandonei tudo. Arranjei trabalho, depois mais outro trabalho e fui-me aguentando como podia, só para poder estar com ela.
Trabalhei 56 horas por semana, mudei de casa várias vezes, sempre tentando aumentar o conforto para ela e para mim. Passei dias seguidos sem dormir porque quando saía do trabalho, tinha que aproveitar para estar com ela... tinha que aproveitar para ser feliz.
A mãe, entretanto, arranjou estabilidade financeira, um novo companheiro, uma vida nova. Eu continuei a minha luta por essa mesma estabilidade mas um dia, como que um castelo de sonhos com alicerces de pesadelo, senti-me ruir... cairam as paredes, ficaram os alicerces.
Nunca esquecerei esse dia, aquele em que recebi uma carta do tribunal de menores.
A mãe da minha filha, aquela que nos abandonou, tinha pedido a custódia para ela e pedia para que a visitasse só de 15 em 15 dias... Eu acreditei na justiça, a dos homens, dei tudo de mim, o que tinha e o que não tinha e agora, neste preciso momento, olho o calendário e conto os dias que faltam para o dia que a justiça, a dos homens, determinou que posso ser pai.
A minha filha pede-me para ficar comigo sempre que ao Domingo à tarde a tenho que levar...
A minha filha chora ao telefone quando diz que tem saudades minhas...
A minha filha...
Não consigo mais lutar... não tenho mais armas para lutar contra uma sociedade que acha que o amor de mãe é muito maior que o amor de pai.
Restam-me os fins de semana... resta-me transformar esses quatro míseros dias no universo de um mês, em dias de sonho, de partilha, de aventuras, de cumplicidades....
A minha filha.... que saudades tenho da minha filha.terça-feira, janeiro 15, 2008
sexta-feira, janeiro 11, 2008
Pequeno girassol
és tu que o segues ou o próprio sol és tu?
Brilhas com a alma e passeias pela rua
como quem dança nua à chuva..
Toda tu és sorriso, toda tu és luz,
e tudo em ti me seduz.
Tuas pétalas de ouro, em folhas esmeralda,
deixam minha alma amarrada
ao sonho e à miragem.
Pequeno girassol,
de onde surgiste para iluminar minha alma só?
És uma fada ou apenas uma flor, que com tanta beleza
engana o maior dos sábios
e afasta a tristeza
dos olhos que teimam em regar os lábios....
quinta-feira, janeiro 10, 2008
Rosa de Inverno
indiferente ao orvalho gelado,
a rosa de Inverno parece uma promessa.
A parede
branca
a noite
escura
o céu
cinza,
tudo perde o interesse quando deitamos o olhar numa rosa de Inverno.
Vermelha, poderosa,
ela mostra que mesmo nos sítios mais adversos,
mesmo nos meses em que as almas se encolhem
e os sentimentos se escondem,
há sempre algo de belo para olhar.
E não será esta a verdadeira forma de reconhecer a beleza,
quando estamos mais fechados, mais descrentes, mais frios...?
A beleza está lá, à espera que reparemos nela
para assim nos ajudar a encontrar a nossa própria beleza.
A Anatomia de Grey
sexta-feira, janeiro 04, 2008
Encontra-me
Encontra-me onde te procuro.
Despe-te.
Deixa-me olhar-te e sentir-te sem te tocar!
Os meus olhos pousam em ti...
e arrepia-me arrepiar-te!
Os beijos que te ainda não dei ja me aquecem os lábios...
Todo eu chamo por ti... mas só com o olhar.
Prendo as mãos que te querem desbravar,
viro a cara ao desejo de te olhar mais um pouco,
recuso-me à tua sedução!
Não te quero mais anjo....
parte agora...
porque não sei quanto tempo mais te vou conseguir resistir!
quinta-feira, janeiro 03, 2008
terça-feira, janeiro 01, 2008
2008
2007, não me deixas saudades...
levaste-me demasiadas noites
demasiadas lágrimas
demasiados sorrisos.
E para 2008 apenas desejo a tua morte!
Desejo apenas apargar-te para sempre de mim
e apagar de mim os que durante o teu reinado me levaram o que sou.
Ontem enterrei-te e não vou rezar nenhuma missa por ti porque não quero nunca mais recordar-te.
Adeus ano terrível...
Benvinda nova esperança!
2008, traz-me de volta meu eu... e minha alma se a encontrares por onde anda perdida.