terça-feira, dezembro 30, 2008

Sem Ti (R) - capítulo I

- Não compreendo essa tua obsessão por Rachmaninoff.
- Não esperava que compreendesses, aliás, duvido que compreendas seja o que for que esteja ligado ao Romantismo.
- O que queres dizer com isso?
- Nada...

Afastei-me, reparando no olhar misto de tristeza e incompreensão que me deitava.
A Joana era assim, eu não tinha o direito de a criticar. Há mulheres românticas e há mulheres que deitam os ramos de flores para o lixo. Ela era uma das últimas.
Saí porta fora, sem destino nem rumo. Queria simplesmente ser beijado no rosto por aquele vento de Inverno, de Janeiro, que tão bem sabe.
Sempre adorei o frio. Faz-me ser eu.
As ruas estavam desertas, à excepção dos cães vadios que buscavam a sua sorte com uma cadela cujo aspecto já tinha tido melhores dias. Os cães não são esquisitos, vão com qualquer uma, fazendo lembrar certos homens. No fundo, seremos assim tão diferentes? O que nos distingue dos animais é a cultura, a capacidade de nos regermos por valores, direitos e deveres e, perdido na divagação, entro no café do costume.
- Bom dia António!
- Boa tarde senhor João, boa tarde....
- Para mim só é tarde depois de almoçar
- Pois para mim é sempre tarde senhor João... e cada vez entardece mais.
- Hummm Joana?
- Que mais?...

Afasto-me para a mesa do canto. Hoje não me apetecem perguntas. Quero estar só. Fumar o meu cigarro, beber o meu café, mergulhar no meu desespero e decidir de uma vez por todas o que fazer.
Bebo o café de um trago, acendo o cigarro, puxo uma passa. Estou absorto em tudo o que vivi com ela. Todas as noites que passámos, a olhar a tecto, simplesmente a sentir que tudo estava certo. As madrugadas em que fizemos amor e as nossas respirações compassadas se uniam numa sinfonia intemporal...
Parece que foi há tanto tempo...
Envolvido, esboçando pequenos sorrisos, nem me dou conta do vulto que se aproxima de mim.
-Olá António! És mesmo tu?
Viro-me, sabendo já quem era. Aquela voz... até no fim mundo a reconheceria... senti-me gelar ao balbuciar:
- Olá....

quinta-feira, dezembro 25, 2008

sentir em formato de texto

Foste em mim BOLD

és itálico

em breve estarás entre "aspas".

As reticências que queres de mim, não serão mais

que três pontos FINAIS.

quarta-feira, dezembro 24, 2008

Thank God it's Christmas - QUEEN

Oh my love we've had our share of tears
Oh my friend we've had our hopes and fears
Oh my friends it's been a long hard year
But now it's Christmas
Yes it's Christmas
Thank God it's Christmas

The moon and stars seem awful cold and bright
Let's hope the snow will make this Christmas right
My friend the world will share this special night
Because it's Christmas
Yes it's Christmas
Thank God it's Christmas
For one night

Thank God it's Christmas yeah
Thank God it's Christmas
Thank God it's Christmas
Can it be Christmas?
Let it be Christmas
Ev'ry day

Oh my love we've lived in troubled days
Oh my friend we have the strangest ways
All my friends on this one day of days
Thank God it's Christmas
Yes it's Christmas
Thank God it's Christmas
For one day

Thank God it's Christmas
Yes it's Christmas
Thank God it's Christmas
Oooh yeah
Thank God it's Christmas
Yes yes yes yes it's Christmas
Thank God it's Christmas
For one day

A very merry Christmas to you all

segunda-feira, dezembro 22, 2008

O Natal

No Natal devemos dizer o que nos vai na alma. Abrir o nosso coração ao mundo, e esperar que o mundo o entenda, mesmo que nós não o entendamos.
O mundo é, basicamente, feito por nós, por isso quando nos queixamos talvez devêssemos olhar um pouco para nós próprios, pensar no que de errado estamos a fazer, e se não faríamos exactamente o mesmo daquela pessoa que tanto criticamos.
O Natal é amor. Pois, para mim o amor é todo o ano. Tal como a solidariedade, a nobreza de espírito, a amizade, o carinho, a afeição. Não deve haver épocas para se sentir! Quando se ama, quer seja pais, tios, amigos, filhos, vizinhos, patrões, deve ser todo o ano! A caridadezinha que vejo nesta época perturba-me um bocado. Onde a sociedade vê bondade, eu vejo hipocrisia.
Eu acredito no Pai Natal! Não no velho de barbas que anda a sentar crianças no colo e a trocar boas acções por presentes, mas no Pai Natal enquanto espírito de fazer o bem, enquanto análise ao nosso comportamento durante todo o ano, enquanto introspecção.
Acredito em Cristo e na sua mensagem de dar a outra face, do amor ao próximo, do sacrifício por um bem maior. E se é necessário encher as ruas de luzes e os carros de prendas para que as pessoas num ano se lembrem, nem que seja por 10 minutos, na sua mensagem, pois, por mim, é um mal menor.
Eu tenho fé nas pessoas. Fé na Humanidade. Tenho fé que um dia vejamos que o caminho que estamos a percorrer não é o mais correcto. Não sou nem quero ser um juiz de valores, apenas queria que todos fossemos um pouco menos egoístas, um pouco mais humanos, um pouco mais amigos, um pouco mais tolerantes e compreensivos.
No fundo, se o Natal é esperança de um amanhã melhor, então eu amo o Natal, e o meu desejo para este ano, é sinceramente que o que todos, ou quase todos, sentem de humanidade por estes dias, não seja tão efémero como o papel de embrulho. Afinal de contas, ainda há quem o prefira guardar, para mais tarde voltar a oferecer.

A todos um Bom Natal, de 365 dias.

Amo ergo sum



Amo
e por tanto te amar
sou o risco que no céu se desenha.
Sou
o sol que nasce e se recusa a desaparecer.
A lua que cresce e no mar que nos separa
se reflecte eterna.

És
meu ar
meu lar
chama na minha lenha.

Quando um dia se findar
este misto de seres, estares, cresceres, amares
serei
o que nasceu para partir
e não encontrarei mais forma
de voltar a sentir.

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Agradecimento

A verdade é que não tenho muito jeito para demonstrar aquilo que sinto. Talvez tenha sido isso que me fez refugiar na poesia. Mas não posso mais adiar o que sinto aqui dentro, não posso, nem quero deixar passar mais uma vez em branco aquilo que tenho lido.
Todos, todos mesmo, sem excepção, têm sido maravilhosos. Os vossos comentários, as vossas palavras de incentivo, a forma aberta como descrevem a forma como os poemas vos tocam... têm-me deixado um pouco perplexo e muito muito agradecido.
O meu blog começou há cerca de três anos. Nele tenho espelhado os meus estados de alma. Não sou eu todo, mas é uma parte muito importante de mim que vêem aqui.

Das pessoas que conheço pessoalmente, Van, Sininho, Siuxi, O meu mundo, às pessoas que assim de repente por aqui vão aparecendo, o meu muito muito obrigado pelo vosso carinho. São mais que beijos, mais que abraços, são sorrisos que me provocam a cada letra.
Eu não tenho por hábito comentar os vossos comentários. Não por desleixo, mas simplesmente porque nunca sei bem o que dizer. Sim, vocês, roubam as palavras a um pretenso poeta :))) que querem?!

Um beijo às meninas, um abraço aos meninos, seguidores, comentadores e testemunhas em silêncio.

Aqui continuarei a escrever para vocês.

segunda-feira, dezembro 15, 2008

Auto-Retrato

Todos os dias me desenho
e me volto a desenhar.
Sou um eterno esboço
um rascunho
a tela vazia de sentido
os rabisco na folha rasgada
uma poeira de estrada
uma obra prima por finalizar.

Paleta de cores pastel
óleos, verniz, terebentina,
sou o pincel de artista
que beija a tela infinita
num beijo longo e demorado.

Nasci na beleza renascentista,
olhar vago,
rosto clássico,
sffumatto perfeito.

Perdi-me num impressionismo
de campos de girassóis,
nas névoas dos dias, nos horizontes rarefeitos.

No surrealismo cresci.
Nos relógios que escorrem no deserto,
assim como as horas nos meus dias incertos.

As artes me fizeram, as artes me definem,
concretamente surreal,
impressionista renascente,
rascunho imperfeito,
oeste
a leste
lua cheia, sol de inverno,
um paraíso de inferno,
um poeta,
um poente.

sábado, dezembro 13, 2008

Hoje

Hoje, sinto uma tristeza irreprimível, incompreensível, imensamente sufocante....

terça-feira, dezembro 09, 2008

Destino

"...acredito que há um caminho pré traçado para cada um de nós, mal desenhado. Nós damos os acabamentos..."

Lu@

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Espelho

Em comunhão com o blog no qual fui convidado a participar

www.espelhosentido.blogspot.com

publico o meu novo poema.


O espelho em que me vejo
não me reflecte.
Não me conhece.
Não mostra as rugas
nem as dores.

Não sou eu,
é um Gray que envelhece
um olhar que esmorece
no retrato de uma vida em fuga.

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Amar

Amar
lutar
querer fazer
Amor
sem dor.
A teu lado
o calor
Afaga
amassa
Beija
afasta.

Entro
Recebes
Movimento contínuo...

Gemes
Sentes
Chamas
em chamas
Gritas
aflita
no suor
no ardor
escutas a música
Sinfonia
em doce húmida
Alegria.

terça-feira, dezembro 02, 2008

o porquê dos porquês.

És e serás sempre um eterno porquê...
Porque fui, porque sou, porque foste, porque não voltas.
E as voltas que daria porque decidiste voltar,
a sede que teria se escolhesses ficar.

Não és mais minha fonte,
essa secou.
Não és mais amante que distante me amou.
Não és, não serás
porque és e nunca serás.

domingo, novembro 30, 2008

Noite de frio

A chuva que cai la fora

não esmorece,

não demora.

Desliza e cai pelos beirados.

Ploc ploc ploc toca nas telhas escarlate,

mirones das noites em que me afogo na lareira que crepita em nós.

Geme baixinho...

....toca-me leve.

Sussurra-me

serena

como uma pena

que escreve em mim a sinfonia inacabada

dos sonhos que já não ousava ter.

quinta-feira, novembro 27, 2008

Desafio

Desafiado pela Yargo e pela Angel, aqui vai a resposta.

O desafio consiste no seguinte:

1º temos que mencionar as regras,

2º escrever uma lista de 8 coisas que sonhamos fazer,

3º desafiar 8 cobaias para responder ao desafio,

4º fazer um comentário no Blog que nos desafiou,

5º e último avisar os desafiados para que saibam que foram desafiados....

2)

  • ir à Nova Zelândia
  • publicar alguns dos meus poemas
  • ir à EuroDisney com a minha Inês
  • ver um concerto de Katie Melua
  • ter uma casa em Sagres com vista para o mar
  • viver e amar a dois
  • encontrar o meu rumo profissional
  • continuar a construir o castelo da minha felicidade

3) desafio shade, grafonola, tomata

4) e 5) on my way

sexta-feira, novembro 21, 2008

Neve

A neve, que leve me trouxeste
já a derreti.
Andas agora nos teus dias, não é?
Esqueceste-te de ser, foi?

Sabes que mais? Não me faltas!
Nem me faz falta faltares-me...

Amor... Desamor, como hei-de chamar-te?

Já foste, mas eu...

...ainda hei-de faltar-te.

terça-feira, novembro 18, 2008

Fire in the clouds

Davas-me a mão ao entardecer
e as nuvens que ardiam
eram os dedos que entrelaçávamos.

Parados ficámos,
admirados,
verdes amadurecidos,
envoltos... perdidos....

sábado, novembro 15, 2008

Mais um....

A desafiadora continua a sua senda e eu tento acompanhar... aqui vai:

1- A última pessoa com quem falaste hoje: a minha Inês Lua
.
2- A última coisa que falou: até amanhã papá.
.
3- O último pensamento: com tanto desafio, tá daqui conhecem-me melhor que eu próprio.
.
4- A última pessoa com quem brigou: um idiota que se atravessou a minha frente na rotunda do Montenegro (Faro)
.
5- A última pessoa com que se reconciliou: com a minha Inês.
.
6- A última pessoa que falou de Deus contigo: o próprio
.
7- O último lugar que gostarias de estar: lá fora
.
8- O último filme que assistiu: um com a Monica Potter esta tarde no Hollywood, não me lembro do nome

9- O último livro que leu ou que está lendo: Estou lendo "Kafka à Beira mar" do Haruki e ao mesmo tempo "Uma casa na Irlanda" de Maeve Binchy.
.
10- O último presente que ganhou: um sorriso.
.
11- A última coisa que gostaria de estar a fazer: nada
.
12- O último telefonema feito ou atendido: a minha suxi
.
13- O último conselho que deste e para quem o deste: à minha amiga Sara, para não desistir de ser feliz
.
14- A última vez que chorou e porquê: dia 11 à noite, e simplesmente porque sim.
.
15- O que farias hoje se fosse teu último dia de vida: mudava de vida

terça-feira, novembro 11, 2008

Feia

Feia és
no entanto,entretanto,
tens tanto de belo em ti.
Não és bonita.
És aflita.
Não andas,
corres na vida bonita.
És feia
porque morres
e nem te dás ao trabalho de ver
que me matas também e que me levas contigo.
És feia,
morte,
destino,
sorte.
És.
Sou quem perdeste.
Feia morreste em quem te amou.

quinta-feira, novembro 06, 2008

Acende-me

Acende-me na noite a luz
E leva de mim a escuridão.
Abraça-te em mim,
Transpõe esta janela que se debruça
na planície sem fim.
Faz na pele a tua estrada
e percorre-a
vagabunda errante.
Descobre o caminho de meu reino distante
assim
devagar
com as pontas dos teus dedos,
afasta meus medos.
Deixa-me ficar,
à espera,
na ânsia,
de no fim da estrada,
a tal que percorres com teus dedos,
triunfante sobre a planície,
a tal que se estende de minha janela,
esteja o lugar
a que ambos chamemos lar.

segunda-feira, novembro 03, 2008

quarta-feira, outubro 22, 2008

Vale a pena?

Vale a pena?
Ser o que te quer e te vê apenas?

segunda-feira, outubro 20, 2008

Desafio

Desafiado pela grafonola, vou responder, ou pelo menos tentar....

6 coisas com que me preocupo: com a minha filha, a minha família, as minhas amigas, em ser feliz, fazer os outros felizes, em estar contigo.

6 coisas com que não me preocupo: com o tempo que faz, com o que passa na tv, com a vida sexual das abelhas da patagónia, com o que pensam de mim, com o mal que me tentam fazer, com o facto de já não haver os jogos sem fronteiras.

6 coisas de que gosto: chocolate, bolas de berlim, cheiro da terra molhada, trovoadas, sorrir, espreguiçar-me.

6 coisas de que não gosto: favas, vinho ruim, acordar com o sol nos olhos, ter comichão num sitio onde não chego, estar constantemente a sonhar acordado, estar longe de ti....

6 coisas que me fazem sorrir: a minha filha, estar contigo, um final feliz, tentarem fazer-me cócegas e não conseguirem, andar de metro, fazer planos.

6 coisas que me entristecem: estar longe de ti, estar longe da minha filha, sentir-me preso, ver pessoas infelizes, a indecisão, os dias não terem 48horas.

6 coisas que me definem: sonhador, indeciso, amigo, apaixonado, romântico, poeta.


É suposto desafiar alguém, mas não o vou fazer, considerem-se desafiados, vocês sabem quem são!

segunda-feira, outubro 06, 2008

Enfim...

A minha vida dava uma música do zé cabra....

sábado, setembro 27, 2008

Vida

Caminhos cruzados
sonhos abraçados
braços caídos,
mundos perdidos.

Vida!
...voz que me embarga,
mão que me traga
a luz que decida.

Tu
és luz.
E a hora de vir embora,
na planície que chora a demora
da chuva
que enche o leito
do rio.
Sou leste sem ti,
deito-me na sombra desfeito
e sou américa que ninguém descobriu....

quinta-feira, setembro 25, 2008

Abraço

No meu abraço cabem todas as solidões do mundo....

segunda-feira, setembro 22, 2008

A...finaL

Afinal
há sempre um final.
Quem não procura,
quem não encontra
acaba por desistir
de bater à porta...

Afinal,
chegou
e o que passou
é apenas poeira
na berma da estrada
que te trouxe e te levou...

sexta-feira, setembro 19, 2008

Elegia a um amor distante

Vieste
no inesperado nascer dos dias.
Ficaste
porque o pôr do sol demorava.
Trouxeste
o sorriso que eu tantas vezes perdia,
na chuva
na solidão que de meus olhos derramava.
As minhas manhãs não são mais manhãs
sem o teu acordar.
Como as tardes não são mais tardes
sem que passe a desejar
a chegada da noite,
que me leve a tortura da demora,
e a minha esperança vã,
e que venha rápido rápido a hora
em que sinto o teu passar de mão pelo rosto,
o teu beijo
o teu até amanhã...

terça-feira, setembro 16, 2008

Ode a la distance....

A lua cheia
como meu peito
de esperanças.
A neblina
mistério
esconde teu sorriso
sério.
O longe em que me encontro
não me leva
tudo o que descobri em mim por ti.
As vagas de mar alto
em que navego
A rota a que me entrego
na saudade que escolhi.
O céu que cruzo
no avião
a planar
As certezas que não sentes,
as verdade que não mentes
só me deixam sonhar.
Dão-me a lenha de meu fogo
o doce de meu amargo
que aguardo
ansiosamente ansioso
sentado nesta pedra
em que descanso
à beira da estrada que me leva até ti.

segunda-feira, setembro 15, 2008

Le chevalier (pour Ana "Só")

J'étais le chevalier
Et mon cheval était ambassadeur
Je partais délivrer
Ma fiancée des griffes des chasseurs
je combattais des bataillons
D'extraterrestres et de dragons
Et mon épée barbare se changeait en guitare
Alors j'étais chanteur

j'étais le roi des rois
J'étais le juge et l'idiot de la cour
Et j'inventais des lois
pour obliger le monde à faire l'amour
tu étais la villageoise que j'ai fait couronner
Et tu étais si belle à regarder
Que toute nue tu dansais pour toujours

Non, tu t'en vas pas
si tu veux bien j'étais ton aquarelle
J'étais ton animal
Ton tapis volant voleur
Non , regarde-moi
C'était le temps où on avait des ailes
On était nés mille ans avant le temps du mal et de la peur

J'étais adulte enfin
Le temps des fiées devait bientôt finir
Les portes du jardin
S'étaient fermées juste avant de mourir
Tu as pris la clef des champs sans me dire au revoir
Et moi j'étais le fou vêtu de noir
D'un vieux royaume oublié dans la nuit.

quinta-feira, setembro 11, 2008

Chocolate

O cacau de que sou feito,
amargo,
suspeito.

O sol torra,
demora...

A terra que me fez,
a teus pés...

O açúcar,
teu todo,
aqui,
em qualquer parte,
me adoçou,
me fez chocolate.

9-11

A todas as vítimas do 11 de Setembro, iraquianos, afegãos, inocentes presos anos a fio em Guantanamo, e outros anónimos, o meu pedido de desculpa por nós, ocidentais, nos permitirmos ser fantoches do imperialismo.

"Podem matar uma, duas, três rosas, mas jamais conseguirão deter a Primavera"
Che

terça-feira, setembro 09, 2008

Szerelem Szerelem

Szerelem, szerelem,
Átkozott gyötrelem,
Mért nem virágoztál
Minden fa teteje?
Minden fa tetején,
Diófa levelén,
Hogy szakísztott volna,
Minden leány és legény.
Mert én is szakísztottam,
El is szalasztottam,
Én is szakísztottam,
És el is szalasztottam.
Ej de még szakísztanék
Ha jóra találnék,
Ha jóra, ha szépre,
A régi szeretőmre.
Mhhhhhmmmhhhh
S, a régi szeretőmért,
Mit nem cselekednék,
Tengerből a vizet,
Kanállal lemerném.
És a tenger fenekéről,
Apró gyöngyöt szednék,
És a régi szeretőmnek,
Gyöngykoszorút kötnék

segunda-feira, setembro 08, 2008

Novamente novo, de novo...

Novo, de novo
sou a questão sem razão.
Nasço criado,
vivo afogado
e na incerteza tento dar-te a mão.
Sabes-me a pouco,
que de pouco em mim,
cresço sereno,
afastado de ti.
Já nada em que me semeei nasce,
e a água com que me rego,
escorrega em mim.
Faz no meu peito
o ribeiro
que desagua ordeiro
bem perto do fim.

domingo, setembro 07, 2008

para ti..... porque agora está na hora.....

A noite não tem braços
Que te impeçam de partir,
Nas sombras do meu quarto
Há mil sonhos por cumprir.

Não sei quanto tempo fomos,
Nem sei se te trago em mim,
Sei do vento onde te invento, assim.
Não sei se é luz da manhã,
Nem sei o que resta em nós,
Sei das ruas que corremos sós,
Porque tu,

Deixas em mim
Tanto de ti,
Matam-me os dias,
As mãos vazias de ti.

A estrada ainda é longa,
Cem quilómetros de chão,
Quando a espera não tem fim,
Há distâncias sem perdão.

Não sei quanto tempo fomos,
Nem sei se te trago em mim,
Sei do vento onde te invento, assim.
Não sei se é luz da manhã,
Nem sei o que resta em nós,
Sei das ruas que corremos sós,
Porque tu,

Deixas em mim
Tanto de ti,
Matam-me os dias,
As mãos vazias de ti.

Navegas escondida,
Perdes nas mãos o meu corpo,
Beijas-me um sopro de vida,
Como um barco abraça o porto.

Porque tu,
Deixas em mim
Tanto de ti,
Matam-me os dias,
As mãos vazias de ti.

Pedro Abrunhosa

quinta-feira, agosto 28, 2008

Água

És água que chove
e me foge
das mãos de dedos entrelaçados.
És água que envolve,
que fica,
que deixa segredos,
silêncios,
perdidos no tempo.
És agua ausente,
distante,
ardente,
que queima
e seca as lágrimas.
São lágrimas sedentas,
sussurradas,
latentes,
de alma desafogada
nem afogo permanente.

terça-feira, agosto 26, 2008

ensueño

cada
lugar
acordado
um sonho
demorado
imensamente perdido
a teu lado

É tarde de tarde

É tarde de tarde
e a noite espreita.
São horas, demoras,
que depressa se deitam.

São os quereres dizer
o quereres fazer
as dores, rumores,
as danças desfeitas.

Somos um par de três,
a história maldita,
a ferida que dói
na alma perdida.

Somos o que és
e não és quem somos.
O destino nos fez
vontades sem dono.

sábado, agosto 23, 2008

segunda-feira, agosto 18, 2008

Coisas que se sentem

Amo o mundo que nos uniu....

quinta-feira, agosto 14, 2008

Only you...

"Eu, apenas, amo-te...
e no entanto, amo-te tanto!"

segunda-feira, agosto 11, 2008

...

Enquanto a felicidade não chega, podes dar-me a mão?

sexta-feira, agosto 08, 2008

"CannonBall" - Brandi Carlile

I was born when I met you
Now I'm dying to forget you
And that is what I know
Though I dreamed I would fall
Like a wounded cannonball
Sinking down with my heart in two

Bright lights like white lightning
Who shot me down
Who will cut me down
I'm frozen in my bed till the day comes around
How I'm lost
How I'm found

There's a man all alone
Telling me his friends are gone
That they've died and flown away
So I told him he was wrong
That your friends are never gone
If you look to the sky and pray

Bright lights like white lightning
Who shot me down
Who will cut me down
I'm frozen in my bed till the day comes around
How I'm lost
How I'm found

Someone told me a lie
Someone looked me in the eye
And said time will ease your pain
But behold, when you fall
It's that same old cannonball
Coming back for your heart again

Bright lights like white lightning
Who shot me down
Who will cut me down
I'm frozen in my bed till the day comes around
And it may come around
Until the day comes around
How I'm lost
How I'm found

I was born when I met you
Now I'm dying to forget you
And that is what I know

domingo, julho 27, 2008

Defeito

Minh'alma tem um defeito de fabrico algures entre o ser e o estar...

sexta-feira, julho 25, 2008

FP

Meu coração esteve sempre
Sozinho. Morri já...
Para que é preciso um nome?
Fui eu a minha sepultura.

Fernando Pessoa

Suicídio

Conhecer-te é o meu suicídio....

segunda-feira, julho 21, 2008

Quando as tardes se calam
e as noites se escondem,
pensas em mim?

Quando o sol te bate,
e a pele escurece,
a lua recolhe e o dia amanhece,
pensas em mim?

Quando o dia já não o é,
as folhas caem
e os invernos descem
em promessas na chaminé,
pensas em mim.

Eu penso em ti
nos dias de chuva
nas tardes à lareira.
Espero por ti,
mesmo que seja
uma vida inteira.

domingo, julho 20, 2008

A love stroke romeo....

Aconteceu - Ana Moura

Aconteceu
Eu não estava à tua espera
E tu não me procuravas
Nem sabias quem eu era
Eu estava ali só porque tinha que estar
E tu chegaste porque tinhas que chegar
Olhei para ti
O mundo inteiro parou
Nesse instante a minha vida
A minha vida mudou
Tudo era para ser eterno
E tu para sempre meu
Onde foi que nos perdemos?
O que foi que aconteceu?
Tudo era para ser eterno
E tu para sempre meu
Onde foi que nos perdemos, meu amor?
O que foi que aconteceu?
Aconteceu
Chama-lhe sorte ou azar
Eu não estava à tua espera
E tu voltaste a passar
Nunca senti bater o meu coração
Como senti ao sentir a tua mão
Na tua boca o tempo voltou atrás
E se fui louca
Essa loucura
Essa loucura foi paz
Tudo era para ser eterno
E tu para sempre meu
Onde foi que nos perdemos?
O que foi que aconteceu?
Tudo era para ser eterno
E tu para sempre meu
Onde foi que nos perdemos, meu amor?
O que foi que aconteceu?


A lua estava cheia no céu de Monsaraz - vila medieval.
O castelo inundado pela voz quente de Ana Moura.
Eu estive arrepiado, do princípio ao fim.
Tu, estiveste sempre comigo, não ao meu lado, mas em todo de mim.

sexta-feira, julho 18, 2008

Entrelinhas

ama-me nas entrelinhas dos dias sós.
aquece-me nas manhãs que ainda espero,
e que sei que agora encontrei.

Serve-me o pequeno almoço do teu sorriso
e embriaga-me com a uvas do teu mosto.

Beija-me a pele quente
adormecida,
perdida,
encontrada por ti.

Adormece-me no aconchego
demorado do teu peito.

Afaga-me o cabelo,
acaricia-me o rosto,
leva-me a navegar,
a dançar
nas tardes de sol posto!

sábado, julho 12, 2008

Verdades que se sentem

Penso muitas vezes nos analfabetos do sentir...

segunda-feira, julho 07, 2008

domingo, julho 06, 2008

Verdades que se sentem

Quero ter assento em além....

Verdades que se sentem

Só posso entrar em certos sítios com a minha maneira de ser...

sexta-feira, julho 04, 2008

Espiral

Subo a escada em espiral
Subo a noite em direcção ao dia.
Corro na escada em espiral,
abraçado ao álamo que me envolve e seduz...
Amo em segredo as horas das tardes esquecidas
e as saudades
perdidas
na escada espiral.
Tonto,
chego.
Ao ponto,
do aconchego.
E dou a mão ao vazio
que,
degrau a degrau,
se apodera de mim
e da minha ânsia de partir.

quarta-feira, julho 02, 2008

Já não sei

Já não sei
se sou pirata
ou rei
caravela
ou traineira
Alentejo
ou Beira.
Não sei
se sou isto
ou aquilo,
ou um misto de sentimento
sem ti....
ou contigo.
Não sou
se sei
não sei
se sou
o que te ama,
o que te amou,
ou se alguma vez te amei!

Procuro

Procuro o que em mim há de ti,
o que em mim há de procura
e o porquê de procurar.
Procuro um termo sem fim e um fim sem termo.
Já não sei se acho
ou se alguma vez achei
ou se alguma vez me acharam...
Tenho para mim que sou assim...
uma procura que não acha,
uma acha que não arde,
uma ferida que abre
sempre que te tento encontrar.

quarta-feira, junho 25, 2008

...

Mesmo coberto de ouro, sempre me fizeste sentir o maior dos mendigos....

sábado, junho 21, 2008

perdido na estação

Perdido na estação,
à espera do comboio também ele perdido,
mergulho nos minutos,
dos minutos de quem mais não faz que os ver passar.
E perdido neste mundo
profundamente incerto,
dou por mim, aqui sentado.
Constantemente sentado e apodrecido
em busca do comboio que nunca vem,
do destino que não chega,
da dor de ser mais além
a visão do meu cego sentimento adormecido.

terça-feira, junho 17, 2008

sábado, junho 07, 2008

why not?

Some people see things as they are and say why.
I dream things that never were and say why not?

George Bernard Shaw

segunda-feira, maio 26, 2008

sábado, maio 24, 2008

Esperança

Inspirado numa travessia CemRemos,

E
scuto a chuva
Suave que cai
Por entre vales
E planícies em que me deito.
Rio que corres em mim
Antes fosses ribeiro, soalheiro,
Na noite
Caída por entre os dedos
Antes do amanhecer.

(http://cemremos.blogspot.com/)

quarta-feira, maio 07, 2008

espreguiço-me nas horas

espreguicei-me nas horas deste dia
e esperei-me nos segundos.
fui pai,
fui filho,
fui amigo,
fui crente...
mas, como uma pérola de chuva no deserto,
estive ausente.
Fui tudo o que deveria ser,
fiz pouco do que queria fazer...
foi um dia assim normal...
a querer e a sonhar,
como os dias insistentemente longos,
como as semanas irritantemente feias!
Não vejo partidas nem chegadas,
apenas estas longas longas escadas
que subo na torre de menagem
de meus castelos no ar.

segunda-feira, maio 05, 2008

ontem

Ontem deitei-me só, mas acordei a teu lado.
Vieste de noite e,
sem pedir licença,
invadiste minh'alma,
meu ser
minha vida.

Vai embora
agora,
porque por ti,
em mim,
só há despedida!

segunda-feira, abril 28, 2008

Ele há...

Ele há eufemismo que desvanecem
quando nas praias
se esquecem os amanheceres.

Há palavras que fogem,
amores que se perdem ao entardecer.

Há as mãos dadas que se largam
e as viagens dos que guardam os mais secretos saberes.

Nunca como em ti serei eu..
e nas nuvens que se afastam seguirei teu rasto.

Jamais o voltarei a dizer
Jamais o voltarei a fazer

Em mim se soltou o diabo interior,
e possuído pelo desejo de desejar,
corro de olhar vazio para ti
como em meu peito
desfeito
bate o sentir...

sexta-feira, abril 25, 2008

não consigo desvendar-me

Não consigo desvendar-me
Não quero descobrir-me
Não posso esquecer a brisa suave em teu olhar.

Não vou mais perder-me para me encontrar,
No fundo deste mar imenso.

Alguma vez disse que te amava?
Porque se o disse mentia,
Como um sol de Inverno e uma chuva de Verão.

Alguma vez disse que te esperava?
Que olhava por ti até onde o horizonte alcançava,
Te disse porventura ser teu este meu ser?

Não…
Nunca…
Não… não te vou mais dar o que nem eu tenho…
Porque me escorreu por entre os dedos…
E se perdeu
O maior e mais belo de meus segredos.

quarta-feira, abril 16, 2008

especiarias de sentimentos..

Minha vida é um caril de sentimentos
um chá de momentos,
uma tarde quente, de brisa fria,
embalada na falésia de uma vida vazia.

Misturo em mim todos os condimentos,
e sou canela, açafrão,
cardamomo, manjericão,
curcuma, pimenta, jasmim,
um cocktail de sonhos numa noite sem fim.

Sou as especiaria de tempos idos,
sulco as ondas como uma caravela no Índico,
e as esperanças que trago comigo,
são o ouro dos amantes,
as noites regadas de suor,
os instantes breves de amor,
as memórias de tempos antigos.

Sou tudo isto por ti, amor que desconheço,
e estou assim aqui
à espero do teu regresso.

segunda-feira, abril 07, 2008

terça-feira, março 25, 2008

Amar-te como o mar

Amar-te como o mar ama.
Mergulhar
na vida sem sentido
e nadar como um perdido
na chama de teu olhar.

Demorei-me na areia
como as ondas de um mar remoto.
Olhei-me na lua
e tua voz, crua, cruel,
acorda-me para uma realidade que não queria.

Acorda, insano romântico!
Não vez que não há ouvidos
para teu cântico?!

Não sentes que tua voz se perdeu
e o que ouves é eco
de um amor que morreu?!

Chuva que choves

Chuva que choves e envolves.
Cais bruta, brutalmente
E despes a terra como me despes a alma.
Debaixo de ti,
nú,
consumo-me em chamas
e dilacero-me nas feridas que teimam
em não cicatrizar.

Olho-me ao espelho
e não me reconheço.
Quero sarar em minh'alma
todos os dós que fui coleccionando.
Quero deitar
na minha cama
todas as horas que desejei estar contigo.
Quero não querer...
Mas sempre que o quero sei que me vou perder,
e não trouxe o mapa
deste meu sinuoso fado
deste meu fardo
que é viver para esquecer...

terça-feira, março 04, 2008

Este vento...

Dizem que o amor é como o vento,
não se vê... sente-se!

Pois hoje amor, sopra de todas as direcções o meu amor por ti
Desinquieta e desperta.
Uiva.
Mostra-se a todos e amedronta com a sua força.

Hoje amor, este vento que sopra de ti para mim
tem a força de gigante
que me faz, sem ver, sentir que aqui, ali
antes ou depois,
sempre haverá vento e meu amor por ti.

Dores de Parto

Sinto dores de parto
deste amor teima em nascer e renascer.
Sinto dores de partida
sempre que ao fim do dia adormeço sem saber se sonharei contigo.

Sinto as dores da saudade
da minha verdade ser a tua ausência.

Sinto que já não sinto o que queria sentir...
e não sentir é sentir o desejo de só mais um beijo.

Parto sempre que acordo, nesta busca
pela tua, que é também minha, presença.

Meu ser divide-se entre o que sinto
e o que sei que sinto.

E não minto se te disser, amor meu
que perto de ti sou mais do que eu
sou um deus,
um desejo tornado verdade,
uma saudade morta num abraço,
um acordar lento... demorado em teu regaço!

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Impressionante

Meus pés não tocam mais o chão
Meus olhos não vêem a minha direção
Da minha boca saem coisas sem sentido
Você era meu farol e hoje estou perdido

O sofrimento vem à noite sem pudor
Somente o sono ameniza a minha dor
Mas e depois? E quando o dia clarear?
Quero viver do teu sorriso, teu olhar

Eu corro pro mar pra não lembrar você
E o vento me traz o que eu quero esquecer
Entre os soluços do meu choro eu tento te explicar
Nos teus braços é o meu lugar
Contemplando as estrelas, minha solidão
Aperta forte o peito, é mais que uma emoção
Esqueci do meu orgulho pra você voltar
Permaneço sem amor, sem luz, sem ar

Perdi o jogo, e tive que te ver partir
E a minha alma, sem motivo pra existir
Já não suporto esse vazio quero me entregar
Ter você pra nunca mais nos separar
Você é o encaixe perfeito do meu coração
O teu sorriso é chama da minha paixão
Mas é fria a madrugada sem você aqui,
Só com você no pensamento

Eu corro pro mar pra não lembrar você
E o vento me traz o que eu quero esquecer
Entre os soluços do meu choro eu tento te explicar
Nos teus braços é o meu lugar
Contemplando as estrelas, minha solidão
Aperta forte o peito, é mais que uma emoção
Esqueci do meu orgulho pra você voltar
Permaneço sem amor, sem luz

Meu ar, meu chão é você
Mesmo quando fecho os olhos:
Posso te ver

Eu corro pro mar pra não lembrar você
E o vento me traz o que eu quero esquecer
Entre os soluços do meu choro eu tento te explicar
Nos teus braços é o meu lugar
Contemplando as estrelas, minha solidão
Aperta forte o peito é mais que uma emoção
Esqueci do meu orgulho pra você voltar
Permaneço sem amor, sem luz, sem ar

sábado, fevereiro 23, 2008

Às escuras

Escrevo às escuras
com medo do que a luz me traz.

Envolvo-me na escuridão,
assim sou feliz.
Posso ser quem quero,
sentir quem quero,
sonhar distante...
voar para bem longe.

Há na escuridão a beleza a descobrir.
Percorro com a ponta dos dedos
a cama que te espera
e encontro-te de regresso à minha solidão.

Fecho os olhos.
Está escuro.
Encontro-te
e assim quero ficar.

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

pingas de chuva

Hoje amor,
saí pela tempestade.
Deixei o trono de contos de fadas,
e das almofadas que me punham confortável
e parti.
Fui apanhar gotas de chuva para ti amor.
Olhei o céu
e esquecendo tudo o que sou eu
deixei que essas pingas frias,
molhadas
regadas de verdades
e saudades distantes
me escorressem pelo rosto.
Fechei os olhos e, num misto de lágrimas e chuva,
chorei pelo que nunca tive.

Abri os olhos...
e as nuvens que choravam sobre mim
tinham o teu olhar...

Será que também choras assim?
Será que é por mim?

domingo, fevereiro 17, 2008

domingo, fevereiro 10, 2008

Beijo

Não há desejo que não passe
Não há morte que não chegue.

Não há nada mais em mim que veja em ti.

Perdi a conta às vezes que te disse adeus,
perdi e voltei a perder
tudo o que pedi
tudo o que fiz
para que teus beijos fossem só meus.

Na verdade... nem te consigo já dizer adeus.
Meu coração gelado está de tanto amor perdido.
Minha alma vagueia algures neste vale de sombras
em que não me encontro
porque também não me procuro.


Não, este não é apenas mais um adeus,
é uma morte... uma lenta morte
que se veio a apoderar aos poucos de mim
e da qual não posso nem quero fugir.

Mas,
antes de partir,
quero deixar-te algo,
que, como tantas outras coisas, não vais ler,
e mesmo se o lesses não compreenderias.
Porque mesmo sendo eu um livro aberto
para ti
nunca me soubeste ler. Também nem tentaste...

O que te quero deixar é um beijo...
Estranho... podes pensar,
mas este beijo que te deixo
nada tem a ver com os que sonhei e realizei outrora contigo.

É um beijo frio
morto
sem sentimento
sem alma
sem chama.
Um beijo de quem um dia amou o verão
e agora se perdeu no inverno.


Um beijo gelado em forma de neve
como a que cai em meu coração!

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Para que tú me oigas

Para que tú me oigas,
mis palabras
se adelgazan a veces
como las huellas de las gaviotas en las playas.

Collar, cascabel ebrio
para tus manos suaves como las uvas.

Y las miro lejanas mis palabras.
Más que mías son tuyas.
Van trepando en mi viejo dolor como las yedras.

Ellas trepan así por las paredes húmedas.
Eres tú la culpable de este juego sangriento.

Ellas están huyendo de mi guarida oscura.
Todo lo llenas tú, todo lo llenas.

Antes que tú poblaron la soledad que ocupas,
y están acostumbradas más que tú a mi tristeza.

Ahora quiero que digan lo que quiero decirte
para que tú me oigas como, quiero que me oigas.

El viento de la angustia aún las suele arrastrar.
Huracanes de sueños aún a veces las tumban.
Escuchas otras voces en mi voz dolorida.
Llanto de viejas bocas, sangre de viejos súplicas.
Ámame, compañera. No me abandones. Sígueme.
Sígueme, compañera, en esa ola de angustia.

Pero se van tiñendo con tu amor mis palabras.
Todo lo ocupas tú, todo lo ocupas.
Voy haciendo de todas un collar infinito
para tus blancas manos, suaves como las uvas.

Pablo Neruda

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

True, very very true

"Some pain is still too deep to be seen by human eyes. But in time, has we replant ourselves, we will be thankfull because like the roots of a tree is what lies beneath that allows us to grow... together... or apart!"

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Dedicatória

Dedicado a Sónia

Delicada como a chuva

que cai de mansinho

Delicada como a lua

que mostra caminhos

Delicada como as pétalas

de uma rosa sem espinhos.


Encontrei o teu sorriso quente

numa tarde fria.


Agarrei-te a mão... gostava de percorrer esta estrada contigo.


Sei que a teu lado, o caminho será mais fácil.

Que terás sempre esse sorriso em resposta

às minhas lágrimas.


Da minha parte sempre aqui estarei

para te dar a mão...

Sempre estarei para afastar as nuvens negras

as noites inquietas

e os dias cinzentos.

Estarei na soma dos momentos

das nossas vidas incertas.


Gosto do que a vida me traz, assim,

sem eu estar a espera...

uma irmã que levou o Inverno e me deixou a Primavera.

domingo, fevereiro 03, 2008

o fim...

Sinto cada vez mais, como uma presença que anda sempre comigo, o fim...
não sei do que ou de quem...
mas sinto que em breve tomará conta de mim.

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Se fosses Janeiro

Se fosses Janeiro
abrigar-me-ia em ti
Se fosses Fevereiro
esperaria em teu abraço
Se fosses Março
aquecer-me-ia em teu sol e esperaria por mais
Se fosses Maio
seria prado de flores só para te ver sorrir
Se fosses Junho
queimar-me-ia em teu sol
Se fosses Julho
deitar-nos-iamos numa sombra de amor
Se fosses Agosto
amar-te-ia por me afagares o rosto
Se fosses Setembro
partiríamos sem rumo
Se fosses Outubro
correrias como chuva dos meus olhos
Se fosses Novembro
seriamos lareira de braços
Se fosses Dezembro
recomeçarias com um olhar tudo o que sinto

o porque?

já não me lembro...
sinto...
apenas sinto

terça-feira, janeiro 29, 2008

Às vezes pergunto-me...

Às vezes pergunto-me,
sem esperar uma resposta,
se vês o que vejo em ti?

Sorris e todo o teu rosto brilha,
olhas-me e todo eu estremeço.

Não sei se te diga
Não sei se te chame
Não sei se te queira
Não sei...

Sei que vagueio neste mar de incertezas
De dúvidas
De desejos
De quereres e de beijos
escondidos por mim.

Assim fico cada vez que partes
e mais ainda
assim fico
sempre que não chegas!

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Beija-flor

Abri a janela da minha alma,
uma brisa fresca, que percorria a planície imensa sem destino,
beija-me o rosto.

Derramo o meu olhar por todo este verde que me envolve
salpicado de flores por um deus qualquer.

Ouço pássaros em seus cantos de amor,
ouço-me a mim, como um tic-tac de espera sem fim,
vejo-te a ti... e não sei o que és...

Fada, não... és real demais para isso
Sonho, não... quando acordei ainda cá estavas
Desejo, talvez... mas ainda agora te vi

És delicada,
suave,
doce,
um travo de mel na vida amarga.

És uma bofetada de amor,
és...
uma mensagem, um beija-flor.

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Mostra-me

Fala-me do que sinto por ti...
Fala-me dos nossos sonhos,
Fala-me das noites que passámos em branco a olhar o escuro estrelado.

Diz-me que te amo,
lembra o porquê desse amor...

Mostra-me porque passei tantos dias
a esperar por ti

Mostra-me como foi que me esqueci de mim.

Fala-me, Diz-me, Mostra-me
porque foram as horas dias e os dias anos?

Fala-me, Diz-me, Mostra-me
como a pensar em ti me perdi a mim.

terça-feira, janeiro 22, 2008

?

O que reserva o futuro a quem nada dele espera?

Into the Great Wide Open

quarta-feira, janeiro 16, 2008

História de vida

Pai a part-time


Mais que uma história de vida, esta é uma história que estou a viver. Pensando bem, nem uma história é porque não lhe encontro qualidades para tal. Vou chamar-lhe relato.

Tenho uma filha de seis anos.

A mãe dela abandonou-nos há 3.

No dia do meu aniversário, simplesmente pegou nas malas e foi.

Eu, que nunca aceitei que um filho deva ser criado longe dos pais, quer estes vivam juntos ou separados, fui, com a minha filha, para junto dela. Levei-a a viver no dia-a-dia com a mãe e no resto do dia-a-dia comigo.

Abandonei tudo. Arranjei trabalho, depois mais outro trabalho e fui-me aguentando como podia, só para poder estar com ela.

Trabalhei 56 horas por semana, mudei de casa várias vezes, sempre tentando aumentar o conforto para ela e para mim. Passei dias seguidos sem dormir porque quando saía do trabalho, tinha que aproveitar para estar com ela... tinha que aproveitar para ser feliz.

A mãe, entretanto, arranjou estabilidade financeira, um novo companheiro, uma vida nova. Eu continuei a minha luta por essa mesma estabilidade mas um dia, como que um castelo de sonhos com alicerces de pesadelo, senti-me ruir... cairam as paredes, ficaram os alicerces.

Nunca esquecerei esse dia, aquele em que recebi uma carta do tribunal de menores.

A mãe da minha filha, aquela que nos abandonou, tinha pedido a custódia para ela e pedia para que a visitasse só de 15 em 15 dias... Eu acreditei na justiça, a dos homens, dei tudo de mim, o que tinha e o que não tinha e agora, neste preciso momento, olho o calendário e conto os dias que faltam para o dia que a justiça, a dos homens, determinou que posso ser pai.

A minha filha pede-me para ficar comigo sempre que ao Domingo à tarde a tenho que levar...

A minha filha chora ao telefone quando diz que tem saudades minhas...

A minha filha...

Não consigo mais lutar... não tenho mais armas para lutar contra uma sociedade que acha que o amor de mãe é muito maior que o amor de pai.

Restam-me os fins de semana... resta-me transformar esses quatro míseros dias no universo de um mês, em dias de sonho, de partilha, de aventuras, de cumplicidades....

A minha filha.... que saudades tenho da minha filha.

terça-feira, janeiro 15, 2008

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Pequeno girassol

Pequeno girassol,
és tu que o segues ou o próprio sol és tu?
Brilhas com a alma e passeias pela rua
como quem dança nua à chuva..
Toda tu és sorriso, toda tu és luz,
e tudo em ti me seduz.
Tuas pétalas de ouro, em folhas esmeralda,
deixam minha alma amarrada
ao sonho e à miragem.
Pequeno girassol,
de onde surgiste para iluminar minha alma só?
És uma fada ou apenas uma flor, que com tanta beleza
engana o maior dos sábios
e afasta a tristeza
dos olhos que teimam em regar os lábios....

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Enigma - Return to innocence

Rosa de Inverno

Encostada à parede de frio,
indiferente ao orvalho gelado,
a rosa de Inverno parece uma promessa.

A parede
branca
a noite
escura
o céu
cinza,
tudo perde o interesse quando deitamos o olhar numa rosa de Inverno.

Vermelha, poderosa,
ela mostra que mesmo nos sítios mais adversos,
mesmo nos meses em que as almas se encolhem
e os sentimentos se escondem,
há sempre algo de belo para olhar.

E não será esta a verdadeira forma de reconhecer a beleza,
quando estamos mais fechados, mais descrentes, mais frios...?

A beleza está lá, à espera que reparemos nela
para assim nos ajudar a encontrar a nossa própria beleza.

A Anatomia de Grey

But as tough as wanting something can be... the people who suffer the most... are those who don't know what they want.

in Grey's anatomy

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Encontra-me


Encontra-me onde te procuro.
Despe-te.
Deixa-me olhar-te e sentir-te sem te tocar!

Os meus olhos pousam em ti...
e arrepia-me arrepiar-te!

Os beijos que te ainda não dei ja me aquecem os lábios...

Todo eu chamo por ti... mas só com o olhar.

Prendo as mãos que te querem desbravar,
viro a cara ao desejo de te olhar mais um pouco,
recuso-me à tua sedução!

Não te quero mais anjo....
parte agora...
porque não sei quanto tempo mais te vou conseguir resistir!

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Pensamentos soltos...

se eu fosse mulher e tu homem, amar-me-ias com a mesma intensidade?

terça-feira, janeiro 01, 2008

2008

Que este novo ano seja a pazada de terra que faltava para a morte certa do que passou.

2007, não me deixas saudades...
levaste-me demasiadas noites
demasiadas lágrimas
demasiados sorrisos.

E para 2008 apenas desejo a tua morte!
Desejo apenas apargar-te para sempre de mim
e apagar de mim os que durante o teu reinado me levaram o que sou.

Ontem enterrei-te e não vou rezar nenhuma missa por ti porque não quero nunca mais recordar-te.

Adeus ano terrível...

Benvinda nova esperança!

2008, traz-me de volta meu eu... e minha alma se a encontrares por onde anda perdida.