quinta-feira, dezembro 27, 2007
Pedra de Sal
Feita de cristais
não preciosos, banais.
Se o fosses recolher-te-ia com mestria
e com o suor do meu rosto
na salina em que estivesses.
Se fosses pedra de sal, serias filha do mar
e das suas viagens e das suas andanças.
Derreter-te-ias ao meu toque...
Não serias apenas a personificação da distância.
Não és pedra de sal,
não és cristal.
És a mais banal de todas as pedras.
Nem semi, nem preciosa.
Apenas mais uma pedra em meu caminho que hei-de afastar,
porque a levar-te comigo,
prefiro caminhar sozinho.
quarta-feira, dezembro 26, 2007
domingo, dezembro 23, 2007
Natal
incontornavelmente,
ei-lo que chega.
Vou tentar ser um pouco diferente este ano, e simplesmente não vou entrar em lamechices fúteis e banais.
eu acho que não se deve desejar um bom Natal só por desejar... é a pior coisa que me podem fazer...
Expliquem-me primeiro essas pessoas, que passam todo o ano sem se lembrar de mim, o que é para elas o Natal?
Expliquem-me as pessoas que passam horas nas filas das bancadas de embrulhos dos hipermercados com prendas todas iguais, o que é para elas o Natal?!
Expliquem quem é estúpido, mal educado, ignorante e com a mania se superior ao se dirigir aos caixas de um qualquer atendimento, o que é para eles o Natal?!
Concorda quem quiser, como em qualquer outra das minhas opiniões, mas eu acho que o Natal, o verdadeiro Natal, aquele do qual apregoamos o espírito, morreu! E fomos nós sociedade consumista, egocêntrica e com uma enorme falta de valores, que o matá-mos.
Para mim Natal é fazer sorrir a minha filha, não por o que lhe compro, mas pelo tempo que posso estar este ano com ela, depois de um ano em que fomos afastados brutalmente.
E peço um desejo, para mim um grande desejo, que no dia 25 de Dezembro, o dia em que festejamos o aniversário de um homem bom, a minha filha compreenda que não interessa o número de prendas que a mãe constantemente lhe diz ao telefone que tem lá à espera dela... peço como minha prenda de Natal, eu que ainda acredito no velho e tradicional Natal, que ela perceba que a melhor prenda que podemos receber, ninguém a pode comprar pois não tem preço...
... quem me compreender saberá do que falo, e saberá o que é o Natal!
Boas festas para todos
sábado, dezembro 22, 2007
Um Dia Aprendes
E aprendes a construir todas as tuas estradas no hoje, porque o terreno de amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair ao meio em vão. Depois de um tempo aprendes que o sol queima se ficares exposto por muito tempo. E aprendes que não importa o quanto te importes, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceitas que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai magoar-te de vez em quando e tu tens de perdoá-la por isso.
Aprendes que falar pode aliviar as dores emocionais. Descobres que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la e que tu podes fazer coisas num instante, das quais te arrependerás para o resto da vida. Aprendes que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo em longas distâncias. E que o que importa não é o que tens na vida, mas o que és na vida. E que bons amigos são a familia que nos permitiram escolher. Aprendes que não temos de mudar os amigos se compreendermos que os amigos mudam, percebes que o teu amigo e tu podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobres que as pessoas com quem mais te importas na vida são tomadas de ti muito depressa, por isso, sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vemos. Aprendes que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós próprios. Começas aprender que não te deves comparar com os outros, mas com o melhor que tu mesmo podes ser. Descobres que levas muito tempo a tornares-te na pessoa que queres e que o tempo é curto. Aprendes que não importa onde chegaste, mas onde vais. Aprendes que, ou tu controlas os teus actos ou eles te controlar-te-ão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, existem sempre dois lados.
Aprendes que heróis são aqueles que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências. Aprendes que paciência requer muita práctica. Descobres que algumas vezes a pessoa que esperas que te calque quando cais é uma das poucas que te ajuda a levantar. Aprendes que a maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que tiveste e o que aprendeste com elas do que quantos aniversários celebraste.
Aprendes que há mais dos teus pais em ti do que suponhas. Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são tolices, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprendes que quando estás com raiva tens o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de seres cruel.
Descobres que só porque alguém não te ama da maneira que queres que te ame, não significa que esse alguém não te ame, pois existem pessoas que nos amam, mas não sabem como o demonstrar.
Aprendes que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo. Aprendes que, com a mesma severidade com que julgas, serás em algum momento condenado. Aprendes que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo não pára para que o concertes. Aprendes que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma, em vez de esperares que alguém te traga flores.
E aprendes que realmente podes suportar... que realmente és forte, e que podes ir muito mais longe depois de pensares que não podes mais. E que realmente a vida tem valor e que tu tens valor diante da vida! As nossas dúvidas são traidoras e fazem-nos perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.
quarta-feira, dezembro 19, 2007
Sei
Sei que me arrasto e me deixo arrastar
ao longo das horas dos assim intermináveis dias.
Sei que não és!
Sei que nunca serás.
Sei que já é tempo de deixar o passado,
de olhar para a frente e não para trás.
Sei que hoje tenho a vontade que não tinha
e sei,
juro que sei,
que a verdade era que não queria ter...
Mas, apesar da noite ainda repleta de sonhos em ti,
decidi o que já tantas vezes decidi....
que aquilo que, por vezes, parece ser um gigante a defrontar,
um tsunami a desafiar,
já nada vale...
Não sou David, não surfista...
Sou apenas um poeta,
um semi-poeta, como um semi-deus.
E sei
que um dia a hei-de encontrar
e ela far-me-á sorrir sem que eu saiba porquê.
E aí, aí sim, saberei o que é o amor.
quinta-feira, dezembro 13, 2007
Desafio
1 - O QUE É QUE O PAI NATAL LHE VAI TRAZER ESTE ANO?
Você vai receber Paz No Mundo:
Estamos perante uma autêntica Madre Teresa de Calcutá. Você é altruista e quer é ver os outros bem. Os bens materiais não lhe importam.
2- QUE PERSONAGEM INFANTIL É VOCÊ?
Você é o Pikachu:
Você é alguém muito doce... mas que por vezes se torna muito irritante, talvez mesmo por ser tão fofinho. Apesar da sua aparência queriducha, é forte e lutador.
3- SE FOSSE UM ONE HIT WONDER DOS ANOS 90, QUAL SERIA?
Você é "Groove Is In The Heart" dos Dee-Lite (1990):
Você gosta de se divertir e de conviver, mas mantendo-se sempre uma pose cool. Apesar de à primeira vista não parecer, é um romântico incurável e deixa-se levar pelas suas emoções mais do que pelo seu lado racional
4- Se fosse uma trilogia de cinema, qual seria?
Você é Regresso Ao Futuro::
A sua vida é uma confusão que até você tem dificuldade em compreender. Raramente sabe a quantas anda, mas é dotado por um espírito de desenrasque notável
5- Se fosse uma frase de engate, qual seria?
Você é “Estou a lutar desesperadamente contra o impulso de fazer de ti a mulher mais feliz do mundo, esta noite”:
você é aquilo que pode ser considerada uma pessoa fofinha.... A melhor técnica de engate é ser simpático para o seu “alvo” e estar disposto a conversar. Mas conversar MESMO!
6- COMO SÃO REALMENTE OS SEUS BEIJOS?
OS SEUS BEIJOS SÃO INTENSOS
Os seus beijos causam taquicardia, mas da boa. São momentos inesquecíveis e arrebatadores.
7- QUE CENA ROMÂNTICA DE UM FILME É VOCÊ ?
Você é... a cena dos cartazes em “Love Actually”:
Você é criativo até na maneira de proclamar o seu amor e está sempre a pensar em novas maneiras de surpreender. É também alguém que consegue apreciar o amor por si só e não necessariamente por ser correspondido.
Quem visita este blog e não me conhece pessoalmente, aqui fica um fiel retrato que pode ser confirmado por quem me conhece há anos. Até me arrepiei de tão certo que bate...
quarta-feira, dezembro 12, 2007
Gabardine cinza
Na solidão percorro os passeios da cidade inundada.
Movo-me na vastidão da solidão que me rodeia
e saltito de rosto em rosto, de alma em alma,
de todos os que por mim passam e deixam
um misto de saudade e leveza.
Tento descobrir o porquê
de uns rirem,
outros chorarem,
outras passarem impávidos e serenos,
alheios a tudo.
Tento descobrir o porquê
da maior parte das vezes sorrirmos,
se temos a capacidade de rir...
Rir até que nos doam as bochechas,
rir até que os braços nos tremam e as lágrimas surjam...
Porque choramos de tristeza se podemos chorar de alegria?
Atravesso na passadeira e também nos carros os rostos estão impávidos
serenos
alheios
longe, bem longe...
talvez à procura da memória,
seja ela nossa ou global,
de quando deixámos de rir,
de quando nos deixámos cair na mentira
em que nos fazem viver o dia-a-dia.
Talvez quem passar por mim também me ache assim,
alheio...
Mas eu percorro debaixo da chuva o passeio
e não me levo comigo!
Enquanto a chuva me molha, o frio me invade e os dedos dos pés se encolhem,
na minha alma está sol.
E passeio com ela num prado verde salpicado de margaridas!
É então que sorrio, mas por dentro,
cá bem no fundo destes olhos tom de ferida,
vive uma risada para a vida e choro
até que me doa eu todo!
Não sou infeliz... apenas ando pela rua de felicidade escondida...
terça-feira, dezembro 11, 2007
sexta-feira, dezembro 07, 2007
sou um farrapo de sentimentos
Uma imagem parada no tempo.
Sem resposta
para a única pergunta!
Porquê?
terça-feira, dezembro 04, 2007
Imensamente
como o céu,
como o mar,
como o frio desta pedra em que me sento,
e penso,
porque há-de ter fim?
Porque se sou eu todo o sentir
se todo ele me define?
Haja luz que me obrigue a acordar,
que me faça olhar
ao espelho e ver
que o jovem é um velho antes de tempo
que todo esse sentimento
nada vale para ti.
Hoje acordou enevoado o dia,
escondido, parece que sorria
e o desejo surgiu....
O velho que o tempo trouxe,
foi-se... levou-o a névoa.
Agora, sim... agora,
é o tempo da vitória e da glória e de uma interminável história,
porque agora amo,
sei o que amo,
e sei o que já não é amar.
Deixo para trás as derrotas,
as lágrimas,
as noites de mágoa...
os dias sombrios...
Porque o sorriso voltou
e sinto mais que nunca,
neste Inverno frio,
o calor do dia mais longo,
às quatro da tarde, na imensa planície,
em pleno estio.
sexta-feira, novembro 30, 2007
Foi quase como um ontem
que se passa a desejar o amanhã.
É quase a sorrir
que me digo adeus.
Fui como a estrada da serra que vejo todos os dias na janela.
Curvei mais que o destino me prometera
e sem travões desci,
desmandado pela vida fora.
Toquei as estrelas, mas foi tão breve o meu brilho...
Sinto que saio da vida sem palmas,
como uma peça de teatro rasca,
aliás...
Toda a vida fui um stand-up ridículo,
e os poucos aplausos que tive,
do pouco público que me veio ver nesta minha passagem,
foram de pena,
ternura,
de compaixão para com a minha miserável personagem.
Não segui o guião que deus me fez
e saltitei de poça em poça
de pedra em pedra,
de pessoa em pessoa,
e nunca me fixei... por isso me custa tão pouco ir.
E levo este sorriso
para fingir,
para que pensem,
que por aqui eu fui feliz.
quarta-feira, novembro 28, 2007
teclas de piano
como uma fotografia,
como um passado,
as teclas do piano encantam.
Os dedos com que as beijo,
soltam versos de amor.
Chamam quem passa a correr, e....
pára para escutar.
Mas breve como a sorte,
a nota já passou e levou em si
o cheiro
a surpresa
a certeza
que alguém parou quando os meus dedos
nas teclas se deitaram
e do preto e branco soltaram um arco íris de cor.
terça-feira, novembro 27, 2007
Suicídio
Na nossa sociedade parece ser tabu falar de suicídio e da morte em geral. Nunca se diz morreu, diz-se faleceu. Quando alguém se suicida, é completamente eliminada das conversas a forma como esse alguém morreu.
Pois eu acho que não existe ninguém que nunca tenha sequer pensado nessa hipótese e acho que quem não consegue falar sobre isso é que é alguém em perigo.
Da minha parte admito sem vergonhas que já o pensei muitas vezes e outras tantas percebi que era um erro muito grande, mas acima de tudo, acho que é uma injustiça enorme para quem cá fica, principalmente porque vai pensar sempre que podia ter feito algo mais!
Para quem, como eu pensa nessa hipótese, não tenham medo de aceitar esse pensamento. Aceitem-no e analisem-no... se realmente valerá a pena.
As minhas ideias suicidas sempre surgiram por desamor, e pensando pragmaticamente, vejo que é uma autentica idiotice pôr termo à vida só porque alguém não nos ama. Mas que dá vontade dá.... aquele desespero irritante de quem sempre soube dar a volta por cima e não está a conseguir.
Tenho na minha vida o contacto com o suicídio muito permanente, foram amigos e familiares que já se foram desta forma, e não os condeno, falo nisso abertamente, e se um dia essa fôr a opção de quem quer que seja, sabela-ei respeitar porque é algo que só à pessoa diz respeito.
O suicídio é uma solução, não uma doença como nos querem fazer crer. É sem dúvida uma solução algo egoista mas também corajosa.
Só cada um sabe o que sente dentro de si próprio e nunca devemos criticar decisões que se baseiam no íntimo de cada um que escapa até ao mais próximo.
segunda-feira, novembro 26, 2007
Para que não haja dúvidas
When I'm felling down
Nothing seems ok
I see her eyes and I believe I'll find a way
When I'm feeling down
Things don't go so well
I see her eyes and I forget the tears that fall
When I'm alone in the street
And I'm scared and tired
For the first time in my whole life I felt desire
When I'm far from home
And I just don't want to be found
I run into your arms and they bring my feet back to the ground!
CHORUS
'Cause to love you means so much more (2X)
When I need to cry you make me try
I want to die and ask me why
'Cause I can't fight no more
When I'm felling down
Nothing seems ok
I see her eyes and I believe..
we'll find a way
I'm alone in the street
And I'm scared and tired
For the first time in my whole life I felt desire
When I'm far from home
And I just don't want to be found
I run into your arms and they bring my feet back to the ground!
CHORUS (2X)
'Cause to love you means so much more (2X)
CHORUS
'Cause to love you means so much more (2X)
When I wanted to stop
When I wanted to fail
I saw your eyes and I believed there's so much more…
So much more… so much more...
domingo, novembro 25, 2007
Porque?
Porque é que já nem o natal nos faz sorrir?
Porque é que já ninguém se suicida por amor?
Porque é que já não vivemos?
Até onde vai o esvaziamento de alma colectivo?
Quem vai parar as lágrimas do mundo?
Desisto....
esvaziei a caixa onde guardava todos os versos de esperança....
fiquei só com os da dor de já não ter mais de mais nada!
Fiquei só.
Só.
Apenas só...
não temporariamente, mas permanentemente só,
porque só isto não me chega e o que quero nunca vai chegar!
sexta-feira, novembro 23, 2007
Paredes de Pedra
mas também as pedras que se encaixam na taipa e desafiam o tempo.
Adoro a chuva que escorre por elas,
e o rasto que lhes deixa.
Adoro as covas que lhes faz.
São como rostos de vida.
A chuva são as lágrimas que como em nós cavam rugas.
E as rugas, como os rasgos de chuva nas pedras
tornam-nos mais bonitos, mais humanos, mais reais.
Queria tanto, bem no fundo, ser como elas.
Resistir a chuvas e ventos, a dores, e tremores de terra,
queria ser xisto, mármore, granito,
e não apenas esta areia que se deixa levar...
pelo mar!
E não ser mais do que uma pedra que já foi.
segunda-feira, novembro 19, 2007
o quanto eu sinto
eu sinto.
Fecho os olhos, mesmo assim,
eu sinto
o corpo estremecer.
Não consigo adormecer.
Amor, nem o tempo vai chegar
para dizer o quanto eu sinto
você longe de mim.
É uma espécie de dor...
Hoje o céu está mais azul,
eu sinto,
olho à volta, mesmo assim eu sinto
que este amor vai acabar,
e a saudade vai voltar.
Já não sei o que esperar
Desta vida fugidia.
Nem sei como explicar,
mas é mesmo assim o amor."
Rodrigo Leão
domingo, novembro 18, 2007
Gelo
Ao abrir os olhos encerrados ontem por força da necessidade de dormir para esquecer,
sinto-me morto, um peso morto...
amorfo!
Tento descobrir o porquê de ter que me levantar,
mas tudo me parece etéreo... como se não existisse!
O Ontem parece um Amanhã eterno,
e não quero ter que me forçar a dormir de novo.
Quero saber o porquê de ter nas veias lágrimas em vez de sangue.
Quero saber o porquê da tristeza em vez da alegria,
e saber porque me sinto morto e continuo a enfrentar os dias.
Como quem atravessa um deserto
e a única certeza que tem é que as noites serão sempre mais frias
que os dias.
Como a neve teima em cair mesmo sabendo que irá derreter e desaparecer pelas encostas abaixo....
assim me acho...
Neve, frio,
dias a fio com lágrimas que caem em forma de gelo
e se estilhaçam ao cair no chão
como este coração que se arrasta e arrasta e arrasta... sem saber porquê,
para quê, nem até quando....
Só com a certeza que cada vez mais as noites serão mais frias.
sexta-feira, novembro 16, 2007
Lento, bem lento, o amor virá....
bem lento o amor virá...
e com ele trará
a certeza,
aquele sorrisinho parvo,
aquele acordar bem,
e mesmo tendo de ir a correr a casa de banho,
descalço no chão gelado de Inverno,
Sorrirei,
porque cá dentro,
como uma chama que esteve demasiado tempo só.
Viverá a sua alma gémea.
E sorrirei quando ao sair da casa de banho
estiveres envolta só numa curta manta,
meio estremunhada a sorrir...
e disseres,
também preciso de ir...
Volto para a cama e pouco depois chegas tu!
Envoltos neste calor que desafia o gélido Inverno alentejano,
levantar-nos-emos juntos, e assim será...
em todas as estações do ano,
e não haverá mais estações de comboio para partires,
porque partir será apenas um prelúdio do chegar.
terça-feira, novembro 13, 2007
Alguém
as lágrimas correm sem parar.
Na cama navego,
no rio de sofrimento,
das lágrimas que correm e desaguam no mar.
Não há vento que me embale!
Não há mão, ombro ou afago...
Nem colo onde possa adormecer,
colo de alguém que me ame,
ou que apenas me dê a mão neste momento.
Hoje sou filho do Ontem!
E ontem deixei a vida que trazia nos lábios
presa num qualquer ramo deste bosque de sombras que atravesso.
Ontem perdi a bússola, hoje o mapa...
Sou ninguém que desejava alguém aqui, agora, sem dúvidas.
Alguém que me desse a ansiada mão
e me ajudasse a atravessar este ribeiro de lágrimas
da floresta negra!
Que me mostrasse que ainda posso ter o sol.
Que me fizesse sentir que posso sair de vez da sombra...
domingo, novembro 04, 2007
mais uma vez a sonhar...
A sensatez do olhar
A febre da ânsia de chegar...
o amor
o amar
o corpo
a mente
tudo... num só!
Desaguo na foz do teu olhar
e deixo-me escorrer pelo teu rosto
até morrer num abraço molhado em teus lábios...
quarta-feira, outubro 31, 2007
Fada
Podes entrar, está triste e magoado,
tem ideias espalhadas pelo chão
e as paredes salpicadas de sentimento...
mas podes entrar.
Compreendo que não seja confortável,
mas é assim que ele está...
pelo menos para já.
Não te peço pequena fada, que o arrumes,
que o ponhas a teu jeito,
que encaixes os sentimentos nas prateleiras
e organizes as emoções que estão espalhadas por todo o lado,
peço-te sim, pequena fada,
que me faças companhia enquanto eu o arrumo,
o ponho como novo,
para aí,
poderes, com a tua varinha mágica,
pô-lo ao teu jeito.
Que te sintas comfortável e que eu me sinta em casa sempre que entro
neste velho e cansado coração.
Ah,
já quase me esquecia....
quando assim o tivermos, ao nosso jeito, não perfeito,
mas perfeito para nós,
que vivas nele comigo para sempre.
Obrigado, pequena fada!
segunda-feira, outubro 29, 2007
Esta noite
actuem as forças das antigas alquimias
que se façam em mim bruxedos, magias,
que me saia do peito, que me saia eu próprio,
seja emulsão
seja emulsionante
e acabe de vez com esta sensação de viver etérea
que é não ser nada do que estava à espera.
Quero adormecer eu,
quero acordar éter...
e minh' alma abalar livre (finalmente) pelo céu,
e meu corpo abrace finalmente Demeter.
domingo, outubro 28, 2007
vai....
Deixa-me em paz nas noites de insónia...
Sai de vez de meu coração!
Quero sair desta tempestade de areia que me obrigas a atravessar depois de ter percorrido todo o deserto que foi amar-te...
Vai...
Deixa o sol brilhar...
Acho que mereço ao menos um regato de água, já não peço um oásis...
Vai...
Rende a guarda,
baixa a minha bandeira que em ti foi sempre a meia haste.
Muda a minha vida simplesmente indo....
quarta-feira, outubro 24, 2007
Adieu
Descobri ontem o que já há muito tinha visto e negava...
és poeticamente analfabeta.
Não deixei de te amar... mas deixei de ter medo de te perder...
Com o tempo o amor irá também e ficará a recordação de alguém que foi o motivo dos maiores versos em forma de beijo que fiz.
Amo-te ainda, mas nas te amarei para sempre... é muito tempo, tempo demais para quem não me sabe ler, adeus meu amor, minha futura memória do que um dia foste.
quinta-feira, outubro 18, 2007
Desilusão
O meu país hoje desiludiu-me.
E desengane-se quem pensa que me refiro ao futebol, até porque este é um blog de poesia e tento sempre não fugir a essa linha, e assim mesmo, repito o meun país desiludiu-me.
Já não há poesia em cada canto, já não há poesia em cada olhar, já se perdeu tempo para a poesia.
Dir-me-ão certamente, e baseados em dados da internet que há hoje uma maior exposição da poesia, nomeadamente por causa da blogosfera. Mas não é disse que falo, é da tristeza que nos governa, no cinzentismo que temos sempre que andamos na rua, é a desilusão que encontramos quando tentamos ver nas crianças e jovens em futuro... já não o peço promissor, apenas um futuro!
Sou um desiludido porque perdemos os sentimentos... os nossos interesses são materiais: casa, carro, compras, férias.... abandonámos a alegria por um engarrafamento durante 15 dias em Quarteira.
Aos que compreendem o que sinto, peço-vos, mesmo que algumas das atitudes sejam deste tipo, e compreendo que muitas vezes é a sociedade que nos obriga, não deixem nunca de sentir que algo está mal... ao menos isso.
Não sou uma pessoa agressiva por natureza, acredito na mudança pela demonstração do melhor, pela abertura de horizontes. Gostava de ter uma mensagem messiânica para todos, mas apenas peço que não deixem de sentir este mau estar.
Esta doença grassa invisível aos mais incautos e muitos deles convivem connosco no dia a dia, e em breve seremos uma sociedade doente... e o mais triste é que estamos a seguir o caminho de países como os EUA, o Reino Unido, e outros, que já estão a sofrer bem fundo as consequencias dos seus actos e os efeitos dessa doença.
Eu acredito no poder que a poesia tem em mudar o mundo, e acredito que só por conseguiremos vencer este cinzento que ameaça todo o nosso planeta azul...
Não deixem de sentir o vazio, não o esqueçam, encham a vossa vida de poesia e verão que todos juntos ainda conseguiremos mudar algo, ou pelos menos tentaremos.
Cálice e Piano
Como se as gotas de néctar que sinto
escorrer bem dentro do peito
fossem as notas deste piano de amor desafinado.
Ao compasso dos dedos do pianista mestre de sons,
escorre em mim o néctar das uvas
que amadureceram ao sol da minha paixão.
Foram sumo,
mosto,
delícia final,
como um amor que bebo ao som de Chopin,
que tão bem soube deixar em pautas a forma
para que dedos hábeis e sensíveis
saibam saciar os corações mais famintos.
Sinto-me esse teclado,
e o vinho são os dedos que suavemente me tocam
e me levam... dormente...
Agradeço a Baco.
Peço a Morfeu que me acompanhe...
que ao regressar
eu traga comigo um novo sentir.
E que o primeiro raio com que Apolo me atinja,
quando eu abrir a janela de mais um dia para a vida,
seja o catalizador da mudança
que preciso
que necessito
que anseio
que, por vezes, desespero ter,
como um Outono anseia pela chuva
para renascer em Primavera!
quinta-feira, outubro 11, 2007
Algarve
Não resisto ao balanço que normalmente nestas alturas se faz, mas, se é certo trago em cada dedo de uma mão uma razão para cada recordação ser de carinho e saudade, também não é menos certo que, e devia ter antecipado esta percepção, que eu nunca conseguiria sobreviver por entre um povo que tem os olhos diariamente no mar e pouca ou nenhuma poesia tem no coração.
O mar para a maioria dos que conheci, é água, para mim é poesia...
E enquanto assim fôr... regressarei apenas esporadicamente.
Assim o espero!
Mesmo assim, a todos os que conheci e que não estão nesses cinco dedos, até um dia, aos outros, até já.
terça-feira, outubro 09, 2007
Olhares
sábado, outubro 06, 2007
Matemática Emoção
Algo misto de racional e de emoções,
e das razões do emocional.
Comecei por mim,
um conjunto vazio,
peguei em ti,
uma incógnita, mas da qual tinha a certeza pertencer ao mais irracional
dos conjuntos de números com que se contrói a vida.
Todo o meu sentimento por ti é um sistema irracional.
Não o sei quantificar, mas sei que tende para mais infinito!
Sei que é tridimensional, e mais...
pois tem,
profundidade,
altura,
comprimento,
cheiro,
sentimento.
É inteiro.
Oval num mundo de marchas simétricas de pinguins nos confins da Antártida!
Quero ser o Amudsen do teu coração,
repetir a minha odisseia,
mas desta vez levar, plantar e deixar bem profunda a bandeira
que se desfralda ao vento de todo este sentimento
que sinto em teu e em meu peito,
como quem lê no fim de um livro
a solução para toda esta minha matemática emoção.
terça-feira, setembro 25, 2007
Jardim
crio agora um trilho no jardim mais florido que
dessas mágoas cresceu.
Não te sei dizer adeus,
sei apenas que caminho com cuidado por entre
tantos e tantos amores, tantas e tantas cores....
Cuidado amor... se me quiseres seguir, sentar-me-ei
nesta pedra à beira do caminho e por ti esperarei.
Mas, se vieres mesmo amor,
tem cuidado.
Pois em cada cheiro, em cada pétala em cada côr,
são os meus sonhos que pisas...
pisa gentil amor, e esparerei por ti.
quarta-feira, setembro 19, 2007
só mais um pouco...
Despeço-me de mim e voo com eles
Para longe da distância que é estar contigo dentro de mim.
Espero que me levem a seus ninhos
e me ensinem a ser eu próprio um ninho que alguém queira nidificar
Espero ser os braços abertos,
e o peito onde se encostam lágrimas e se enterram suspiros.
Espero, para além de descobrir quem sou,
encontrar a pessoa que queira em mim soluçar, em mim sorrir, comigo viver…
Espero-te…
Hoje vou com os pássaros,
Talvez eles saibam onde estás!
Talvez até estejas à minha espera…
Talvez eu seja louco,
mas se o fôr,
que seja só mais um pouco,
só até ser feliz…
quinta-feira, setembro 13, 2007
olá
Obrigado por teres aparecido, mesmo que tenha sido só para me sorrires.
terça-feira, setembro 11, 2007
Amar e Amor
Acordo e, de novo, tudo é normal.
As ilusões que criei ao sonhar evaporam-se
como brumas de um qualquer regato
que corre na floresta encantada que tentei criar para a minha vida.
Lembro-me de em criança querer viver um conto de fadas,
mas um conto de fadas real.
Um conto em que o amor existisse e fosse omnipresentemente atmosférico.
Quis um conto de sorrisos, de beijos, de abraços, e de passeios à beira rio,
ou à beira mar,
um conto que pudesse recontar e recontar e se fosse a ele próprio
recriando à medida de
minutos,
segundos,
olhares breves,
intensos,
momentos de prazer.
Sonhei e contruí esse castelo de sonho em mim.
Acordei e o castelo era uma cabana...
...sorri... são só as paredes.... não importa...
avancei confiante com o cantar das ondas que me impelia.
Abri a porta de sorriso rasgado,
gritei por ti com a voz mais doce, a voz que tinha guardado durante anos e anos para esse momento.
Mas a barraca, que para mim continuava a ser um castelo de sonhos, estava vazia...
Esvaziei-me nesse momento, pois percebi, que só lá estarias se o tivesses sonhado comigo!
domingo, setembro 09, 2007
sonhos nublados
Tenho um dedo que dói,
uma espada que fere
alojada algures entre o que sinto e o que sou!
Quero sarar esta ferida que já não corre,
esta ferida aberta por onde se escapam sonhos.
Sonhos de ontem,
nublados como a manhã de hoje.
Quero o amanhã de céu azul turquesa,
de sonhos verdadeiros,
de beijos cruzados em olhares calados.
Quero entre este nevoeiro encontrar meu reino,
meu reino de desventuras,
que busco e o tenho acreditado ter encontrado em cada paragem que tenho tido.
Mas...
Nenhuma delas se assemelhava com um reino...
nenhuma delas se regia pelo iluminismo amoroso que busco.
Enfim... tenho feito de minhas relações
caminhos livres a déspotas cruéis.
Quero encontrar finalmente, o meu reino!
De iluminismo amoroso,
de dias a sorrir,
de sonhos fortes o suficiente para furar esta neblina que cada vez mais se adensa.
Alguém me traga o boletim metereológico sentimental para hoje!
quinta-feira, setembro 06, 2007
Obrigado
Obrigado Cata, por ti, por esta frase, por esta fraternidade tão sentida entre dois bocejos e um café horrível, vou continuar em frente, com o blog e com a vida.
quarta-feira, setembro 05, 2007
Fim
Acordei e tive o que pedi.
Sou uma pedra de sentimentos de hoje em diante.
A todos os que me visitaram agradeço.
Mas declaro o fim deste canto,
o canto do cisne.
Um dia teria que acontecer...
o poeta poente, pôs-se finalmente,
e as trevas da noite esperam-no.
Não sei se serei nascente algum dia,
mas ficam os meus beijos e abraços (que são beijos com todo o corpo)
a todos os que me leram e me compreenderam.
Só se diz adeus quando é para sempre!
E o meu último sentimento é de agradecimento.
Espero que compreendam que mais não tentei do que tocar almas,
uma em particular... mas não consegui.
Olhem o horizonte laranja...
o céu perdeu-se na sua própria imensidão azul,
e deu-se finalmente o meu ocaso.
Adeus!
terça-feira, setembro 04, 2007
Perdido
abri os olhos e senti-me perdido.
Não tenho recordações do ontem
nem desejos para amanhã!
Sinto-me amnésico para a vida,
destinado a sofrer sem saber os quês nem os porquês,
nem sequer sentir a vontade de o saber.
Estou perdido numa imensidão de dor,
numa salada de frutas de desamor, sonho, saudade...
salpicada com canela da verdade.
O tempero da minha vida será sempre este...
a canela da verdade...
Maravilhosa em quantidade,
mas de uma amargura total em demasia...
Acordei assim há 28 anos....
quero fechar os olhos e continuar amnésico,
mas para alem disso,
quero acordar insensível, morto para os sentimentos.
Se viver é a maior dádiva que Deus nos dá.
o que fiz eu para O enfurecer?
domingo, agosto 26, 2007
"Saudade"
é quando o amor ainda não foi embora,
mas a amada já...
Saudade é amar um passado
que ainda não passou,
é recusar um presente que nos magoa,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe
o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudade,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
Pablo Neruda
sábado, agosto 18, 2007
filha
absorves tudo o que te rodeia...
levantaste-te, corres na minha direcção de sorriso rasgado...
és um pouco de mim,
és aquilo que tenho para deixar à eternidade.
Amo-te filha!
quarta-feira, agosto 15, 2007
Frasco de guloseimas
de madeira usada pelo tempo
e pelo uso de gentes
e clientes do fundo do templo das memórias,
Esquecido lá estou... frasco de boca larga, cheio de guloseimas!
Todos os que entram esperam que os trocos
inexistentes nestes tempos loucos,
lhes permitam levar um pouco de que tenho dentro de mim....
Levei assim a vida naquela prateleira,
estendi-me nela, inteira, e foi toda minha.... para me admirarem....
O tempo mudou
e cada pessoa começou a levar....
todas as pessoas que passaram pelo meu toque levaram
um pouco da minha guloseima, do meu doce, do meu ser....
amor....
o tempo passou, rápido como o ontem....
e não sei...
se quando chegares ao balcão, amado e alisado pelo tempo,
e pedires.... cinco tostões de rebuçados...
haverá sequer um bocado
do meu doce para ti!
sábado, agosto 11, 2007
Hoje, poente.....
...poeta...
Hoje ponho-me me a oriente
e sonho que sou séculos de especiarias.
Sou um pouco de canela das índias,
açafrão, original....
Curcuma, cardamomo, cravinho,
hoje vulgar!
Sou uma viagem que se fez de ocidente para oriente e se perdeu na boa esperança...
Sou a eterna boa esperança
a eterna esperança....
Consigo descobrir em mim séculos de essências remotas,
viagens ao desconhecido,
anos, anos e anos de de esperanças...
hoje
mortas....
Amanhã serei de novo herói
e enfrentarei de novo o adamastor que vive em meu pensamento,
lutarei contra esse monstro imaginário que sou eu mesmo,
e serei frase de filósofo, louco.... porque
o que não me destrói....
só me põe mais forte.
segunda-feira, julho 30, 2007
Vida
com que te quero embalar
Desenho no pó a esperança
de te voltar a abraçar.
Desenho no papel, de rascunho,
os próprios rascunhos que a vida fez de mim.
Nunca fui mais que uma prova inacabada,
um papel amarrotado
num qualquer cesto de papéis de um Deus qualquer.
Qualquer que tenha sido a ideia original de mim,
não saiu bem, nem mal, saiu... assim-assim.
Sou um assim-assim da Vida.
Brinco com ela e ela comigo.
Como duas crianças atravessamos,
inconscientes do perigo,
a estrada do destino sem olhar nem para um lado, nem para o outro.
Rebolámos juntos pelos campos, pelas searas....
Corremos pelos montes e gritámos aos combóios que atravessavam a planície, indiferentes ao ser e ao estar!
Tive na Vida a minha melhor amiga.
Ela,
cruel,
abandonou-me! (ou terei sido eu a abandoná-la?)
Só sei que nunca mais me ligou.
Sem ela,
não sou todo,
não sou nada,
sou assim-assim.
sexta-feira, julho 27, 2007
quinta-feira, julho 26, 2007
Chagas
não por imodéstia,
ou soberba...
mas por sentir na pele, como na alma,
a cruel vida de areia vadia mundo fora....
Trago a coroa de espinhos como os pensamentos em ti me dilaceram
Sinto o chicotear da alma com os teus frequentes, frequentes, frequent...es desprezos
Tenho minhas mãos pregadas a jorrar sangue, presas por não mais te abaraçarem
e tenho o aguilhão férreo em meus pés de preso que estou para ir a teu encontro...
estou moribundo
a chaga das chagas, a seta que me atravessará o coração, me trespassará a alma.... será a tua eterna ausência...
Escolhi, como Cristo, o sofrimento como vida
Ele por algo maior....
eu, por amor...
terça-feira, julho 24, 2007
Recordação
sentei-me à sombra da tua memória.
Lembrei-me e arrepiei-me
de como amo os espinhos de tuas rosas.
Recordei todos os arrepios que me provocas.
Todas as vezes,
loucas, que a minha pele explodiu em erupções de prazer.
Recordo todas as gotas de suor que há tanto tempo amor
transpirei por ti....
Todas as brisas na praia têm o teu sabor.
Já me envolvi na areia até deixar de saber quem sou,
já me tentei entregar ao mar, para ele,
compreensivo,
me levar até à foz do teu rio...
Espero que ele me leve a montante desse rio de meus sonhos
e me entregue, são e salvo, junto a um castanheiro...
junto ao desabrigo de um castanheiro,
no qual me possa abrigar em ti.
domingo, julho 22, 2007
Viagem
Sonha o nosso sonho
que por esta noite peço interminável....
As estrelas já se foram
mas ainda anseio por teu beijo
ainda me arrefeço no lençol já frio da partida.
Sonha amor e aquece com o luar
do que ainda há-de vir.
Do que ainda espero
em noites de estrelas
em dias de luas omissas
em céus de memórias.
Faz a mala amor,
e não te esqueças do teu sorrir.
Traz a pessoa que eu era quando estava contigo.
Entra no primeiro comboio,
vai à janela... eu sorrio-te numa nuvem.
Vem amor, sai na paragem da felicidade,
estarei lá para te abraçar.
Seja ela onde for,
esteja a chover ou apenas um amanhecer frio.
Vem amor,
tu
a tua mala,
e quem eu sou contigo.
sexta-feira, julho 20, 2007
Alma
fecho os olhos e sinto-me a vaguear...
Minha alma desprende-se
e eu fico a vê-la ir-se.
Vai alma,
Nunca pares até encontrares!
Vai alma, deixa-me neste corpo inerte
onde os dias se esquecem de mim.
No teu caminho alma, lembra-te que fiquei aqui
que parei o tempo e sou agora um espectador de tudo.
Vai alma, percorre o mundo e,
quando encontrares a tua gémea,
não a largues nunca, e volta....
Volta para me soltares desta armadura de ferro em que me quis enclausurar.
Volta
tu e tua gémea, e partamos de mãos dadas
rumo ao pôr do sol
em busca do luar.
quinta-feira, julho 19, 2007
A minha inspiração
É realmente por vocês que continuo e tornam-se assim as minhas musas.
No entanto, todas sabem por quem o meu coração chama enquanto escrevo. Todas vocês sabem que os versos que aqui deixo são lágrimas de arrependimento, saudade, ausência, e tudo relativo a uma só pessoa.
Essa pessoa poucas vezes veio ver o que minh'alma derramou por ela...
Quando veio achou que não era para ela... não sei porquê, resolveu duvidar... fiquei magoado de uma forma que pensava não conseguir mais ficar.
Aqui fica, então, sem ser em forma de verso. Tudo o que escrevo é para ti Liliane, todas as palavras que deixo aqui em forma de anjos que espero que te visitem, são para ti Liliane. Todos os segundos em que escrevo, e aqueles em que penso no que escrevo e ainda todos os outros mais que preenchem os dias, são para ti Liliane.
Tudo é para ti, todo eu sou para ti.
Mas, acho que me resta acreditar em duas coisas.... ou não tens capacidade de receber tão grande amor que transborda de mim... ou não o queres receber.... ou não sabes como.
Tudo o que fiz foi cantar-te de uma forma que espero eterna, porque, como tu dizes, as pegadas impressas na alma são indestrutíveis.... mas talvez seja hora de veres que o que deixaste em minha alma não foram pegadas, foi um trilho que eu ainda anseio que percorras! Um trilho que te vai levar directo a meu coração.... se tu quiseres....
terça-feira, julho 17, 2007
Janela
encostado à janela do parapeito da minha alma,
ouvi o que tinhas para dizer.
Esperei, sem interromper, que me desses os beijos
em formas de verbos e advérbios como só tu sabes fazer.
Sussurraste-me toda a noite.
Eu esperei.
Ouvi,
Senti
e no fim só consegui dizer, que te amo.
Que não tenho vergonha de o sentir
Que quero acima de tudo
que me embriaguies com essas palavras doces
de tão cruéis que são.
Quero até que me mintas,
que me omitas,
e me deixes adivinhar
o que realmente vai dentro desse teu labirinto de estar.
No fundo, mais não quero que ficar,
mas ficar mesmo,
apertado, apertado, apertadinho...
no colo a chorar bem de mansinho,
até ser de novo dia e tenha de novo que partir.
sexta-feira, julho 13, 2007
tudo passa, tudo passou
O nosso meio dia passou....
A nossa cumplicidade entardece
e tu teimas em não acender as candeias...
A nossa lareira arrefece
em breve as recordações serão apenas cinzas.
se tu não as ateares amor...
O pôr-do-sol está aí
acende as candeias, por favor!
terça-feira, julho 10, 2007
Sol ao sul
sigo à deriva neste mar de pastos salpicados de cor
adormeço sob o cerúleo azul
e acordo com tempestades a trovejar de amor.
Foi neste mar que me criei
Nele descobri que sempre há alguém
e que desejamos ir sempre mais além.
Foi na dor que conheci o amor
e ando agora com eles de mãos dadas.
O mundo não se revela contos de fadas,
o mundo revela-se como um planicie, ao sul, em pleno Agosto.
A vida esbofeteia-te o rosto, vezes e vezes sem conta
e está na tua mão decidir, ou não, dar a outra face.
Rumei demasiadas vezes ao sul do sul,
mas sempre me encontrei um pouco mais a norte...
Onde agora me encontro e
vou tentar, de novo, a minha sorte....
segunda-feira, julho 09, 2007
suspenso
Suspenso nesta corda que dança sob meus pés.
Aqui me encontro e espero por teu sinal,
que me faça seguir recto, sem olhar fundo no incerto.
Espero que tua mão se dê à minha,
e ligados nesse toque eterno,
percorramos o mundo terreno.
E mesmo que a morte nos leve,
continuemos amor, de mão dado paraíso fora,
fazendo inveja a anjos e santos
e a todos os que recusaram entregar-se
a sentir o verdadeiro amor que é nada ter e tudo dar!
domingo, julho 08, 2007
Lua
quantas vezes penso que és como eu!
Quantas vezes cheia a pedir desejos
quantas vezes nova a criar mistérios.
Outras minguante sempre em esperança,
e outras ainda crescente como o amor em mim.
Lua companheira
lua feiticeira.
Noite após noite sou tua,
noite após noite és minha.
Lua, minha amiga lua,
Esperança crua
de ser bela como tu... Lua!
sexta-feira, julho 06, 2007
Vou demorar-me em mim
terça-feira, julho 03, 2007
Será...
Será que é em mim que pensas,
quando me acenas?
Será,
que tremes como eu sempre que estás perto?
Será que não vês que me perco em olhares,
que me sonho contigo de mãos dadas?
Será que as noites são para ti
como para mim
prisões de beijos reprimidos.
Não vês que me roubas palavras,
que me levas nas asas de um desejo,
de um ter de ti mais que um beijo.
Porque de ti não quero ter,
quero ser,
quero amar,
e ficar bem junto do teu peito,
a sentir meu nome em teu respirar.
Impotente, luto....
Dream a Little Dream of Me
Stars shining bright above you
Night breezes seem to whisper "I love you"
Birds singin' in the sycamore trees
Dream a little dream of me
Say nighty-night and kiss me
Just hold me tight and tell me you'll miss me
While I'm alone and blue as can be
Dream a little dream of me
Stars fading but I linger on dear
Still craving your kiss
I'm longin' to linger till dawn dear
Just saying this
Sweet dreams till sunbeams find you
Sweet dreams that leave all worries behind you
But in your dreams whatever they be
Dream a little dream of me
Stars shining up above you
Night breezes seem to whisper "I love you"
Birds singin' in the sycamore trees
Dream a little dream of me
Sweet dreams till sunbeams find you
Sweet dreams that leave all worries behind you
But in your dreams whatever they be
Dream a little dream of me
Yes, dream a little dream of me
segunda-feira, julho 02, 2007
Mais logo, ao anoitecer...
quando o sol se for e a lua aparecer,
promete-me que voltas!
Vou estar sentado nesta fonte mourisca,
rodeado de luar e sombras.
Vou ser pedra antiga
sonho
cantiga
visitar-te em meus pensamentos
e recordar os momentos
em que fomos um só.
Em nós não existia noite, nem dia
só um eterno sentir...
um para sempre ser,
para sempre estar...
No granito de que sou feito
as inscrições que deixaste serão eternas...
sexta-feira, junho 29, 2007
todas as marés
todas as ondas são incertas.
Aceitei-te assim, sem saber ao que ia
Amei-te assim, na noite escura e ao raiar do dia...
Contigo só conheci longas noites
de amor,
de paixão,
de solidão,
de dor.
Em ti encontrei todo o espectro dos sentimentos.
Em ti quis viver mil anos,
por ti quis morrer.
Mas agora, a peça está a chegar ao fim,
e o teatro que protagonizei em ti,
cujo argumento não li,
vai sair de cena,
sem aplausos...
Vou rasgar da minha pele o teu cheiro,
vou secar da minha alma as lágrimas
que turvam meus dias.
Hoje condenei à morte o meu amor por ti!
quarta-feira, junho 27, 2007
terça-feira, junho 26, 2007
Minh'alma
Cobre-se de lantejoulas e espera...
Procura na berma das estradas os restos de amor de outros.
Espera na madrugada encontrar alguém que veja além do batôn,
além do infortúnio que é ter que se dar para poder sentir.
Minh'alma, dá-se ao primeiro que chega
e anseia, anseia que seja esse o verdeiro,
que não seja mais um chegar e partir.
Perdi minh'alma numa mata qualquer
onde ela se procura e se dá a quem vier.
segunda-feira, junho 25, 2007
Hoje
A minha voz embargada pelas lágrimas de sempre
tentava, em vão, gritar.
Hoje, não quis abrir a janela da vida...
Deixei-me ficar no escuro dos pensamentos.
Antecipei a dor que vou sentir e
deixei-me envolver por recordações de ser sempre o Ausente.
Hoje sinto-me ausente de ti.
Os pesadelos voltaram e,
não te amei ao acordar.
Acordei a recordar quem outrora fui.
Quando foi que morri em mim?
Porque é que ninguém me avisou da hora do funeral?
Quem sou?
Onde estou?
Alguém que me encontre....
Grandes (Álvaro de Campos)
Não são algumas toneladas de pedras ou tijolos ao alto
Que disfarçam o solo, o tal solo que é tudo.
Grandes são os desertos e as almas desertas e grandes
Desertas porque não passa por elas senão elas mesmas,
Grandes porque de ali se vê tudo, e tudo morreu.
Grandes são os desertos, minha alma!
Grandes são os desertos.
Não tirei bilhete para a vida,
Errei a porta do sentimento,
Não houve vontade ou ocasião que eu não perdesse.
Hoje não me resta, em vésperas de viagem,
Com a mala aberta esperando a arrumação adiada,
Sentado na cadeira em companhia com as camisas que não cabem,
Hoje não me resta (à parte o incômodo de estar assim sentado)
Senão saber isto:
Grandes são os desertos, e tudo é deserto.
Grande é a vida, e não vale a pena haver vida,
Arrumo melhor a mala com os olhos de pensar em arrumar
Que com arrumação das mãos factícias (e creio que digo bem)
Acendo o cigarro para adiar a viagem,
Para adiar todas as viagens.
Para adiar o universo inteiro.
Volta amanhã, realidade!
Basta por hoje, gentes!
Adia-te, presente absoluto!
Mais vale não ser que ser assim.
Comprem chocolates à criança a quem sucedi por erro,
E tirem a tabuleta porque amanhã é infinito.
Mas tenho que arrumar mala,
Tenho por força que arrumar a mala,
A mala.
Não posso levar as camisas na hipótese e a mala na razão.
Sim, toda a vida tenho tido que arrumar a mala.
Mas também, toda a vida, tenho ficado sentado sobre o canto das camisas empilhadas,
A ruminar, como um boi que não chegou a Ápis, destino.
Tenho que arrumar a mala de ser.
Tenho que existir a arrumar malas.
A cinza do cigarro cai sobre a camisa de cima do monte.
Olho para o lado, verifico que estou a dormir.
Sei só que tenho que arrumar a mala,
E que os desertos são grandes e tudo é deserto,
E qualquer parábola a respeito disto, mas dessa é que já me esqueci.
Ergo-me de repente todos os Césares.
Vou definitivamente arrumar a mala.
Arre, hei de arrumá-la e fechá-la;
Hei de vê-la levar de aqui,
Hei de existir independentemente dela.
Grandes são os desertos e tudo é deserto,
Salvo erro, naturalmente.
Pobre da alma humana com oásis só no deserto ao lado!
Mais vale arrumar a mala.
Fim.
Álvaro de Campos
quinta-feira, junho 21, 2007
O poeta um dia sonhou...
O poeta ontem acordou para a realidade.
Em forma de mail chegou a desilusão, em attach como o meu sentir permanente.
O download descompactou a espada que, sem se fazer avisar, me trespassou ao dobrar de dois clicks do rato.
1800 euros.... adeus sonho!
Um dia voltarei para ti.
quarta-feira, junho 20, 2007
Futuro
sei o meu fado.
Sei que mais não serei do que aquilo que poderia ter sido.
Sei que em ti serei eterno.
Sei que as vozes em mim são trovões, prenúncios,
são mortes!
O futuro é-me claro como este céu azul,
certo como o meu desnorte neste sul cardeal,
certo como a morte que tantas vezes me tenta,
certo como esta distância que tanto me aproxima de ti.
Deito as cartas do baralho da vida e o amanhã é hoje,
e assim será sempre
este dia a dia dormente do qual me recuso a acordar.
És
Turquesa
És-me verde
Esmeralda
És-me eterna
Lua
És-me querida
surpresa
És-me sempre
amada
Sou-me em ti...
assim.
terça-feira, junho 19, 2007
Oração
Categoria: Querubim
Génio: 15º
Anjo: Hariel
Príncipe: Raziel
Ancoragem: Doces/Crianças
Características: São sinceros, perdoam facilmente. Adoram reconciliar as pessoas. Gozam de excelente saúde. Normalmente têm revelações através dos sonhos. São bons amigos e verdadeiros nas suas atitudes e compotamento.
Países onde possivelmente já viveram: Espanha/Itália/França
Oração ao anjo Hariel:
Anjo Hariel
afasta de mim o desânimo.
Concede-me a força
que desperta um intenso interesse por tudo e por todos.
Sou um grão de trigo que pretende tornar-se pão nutritivo.
Concede-me a Graça do Fogo,
da Coragem e a Água do Amor.
Purifica a minha vontade e conduz-me ao sucesso.
Aceito comentários....
quarta-feira, junho 13, 2007
74
74 é um número místico para todos os portugueses. Foi neste ano do século XX que perdemos a grande oportunidade de sermos livres.
74 é a idade em que espero já ter a minha vida orientada.
74 é 7+4=11, o número do corno, e nesta vida tudo me faz sentir encornado.
74 é 7-4=3, o meu número preferido, eu, tu e a Inês.
74 é o número atómico do Tungsténio, um nome estranho, como eu.
74 é o número de vezes que pensei em ti, na última hora.
74 é o número de pessoas que vão achar este post idiota (mt optimista).
74 quilos é o meu peso.
74 horas são três dias, o tempo falta para o fim de semana. (sim eu so folgo ao domingo)
74 euros é o preço do bilhete de ida para te ir ver.
74 dias é um mês e meio.
74 é o número antes de 75 (75 é o departamento de Paris)
Bem... acho que não muito mais a dizer...
Peço desculpa por este momento de insanidade mental, a poesia segue dentro de momentos...
quinta-feira, junho 07, 2007
sexta-feira, junho 01, 2007
Vila Adentro
as paredes surgem-me salgadas como os rostos de quem passa.
Subo a calçada,
Soam cegonhas, eternas como como as paredes sarracenas em que me encerro.
Abro o olhar na Sé,
Celestial o canto ecoa como a fé dos homens na eternidade.
Mais cegonhas... impávidas... serenas....
Confesso-me nas pedras em busca da verdade,
mas só me chegam as memórias da imensidão de rostos que já as admiraram.
Os sinos soam...
...as cegonhas cruzam o ar e por breves intantes sinto um pouco da sua liberdade.
Nesta praça de sorrisos, encontro uma porta
Nova
Que me devolve os olhos ao cheiro da maresia.
Vejo um barco em silêncio... embalado pelo mar.
Volto ao largo,
Sigo pela Trem o trilho que me leva a outro mar, de flores...
Os sons de uma Taverna tornam este lugar ainda mais mágico,
mais humano,
e demonstram que ali os séculos pararam...
e as gentes de Hoje são como as de Ontem...
Saúdo El'Rei
e despeço-me....
Passo o Repouso e nele tento encontrar descanso na minha alma....
Não te escondas luar...
Não te escondas por detrás dessa nuvem de prata.
Leva-me a nadar no teu reflexo
desse teu imenso
amor.
Leva-me para bem longe deste tormento.
Lava-me da alma as lágrimas dos dias sem fim.
Seca-me as memórias tristes de semanas de Inverno.
Queima-me no Inferno do esquecimento,
Vem...
liquida este sentir,
e deixa-me ir
repousar onde cantam os anjos...
quarta-feira, maio 30, 2007
os dois...
Anseio a noite porque nela sou feliz. Ali estou contigo…. Como ontem em que estávamos num café em Paris. Não falávamos de nada em especial, como é normal em quem ama. Quando se ama não há a necessidade de nos tentarmos fazer algo mais do que somos… Basta ser, basta estar e tudo parece perfeito…
Nesse sonho amei-te com o mais profundo que tenho em mim. Quando acordei, estava triste. Não por esse sentimento ser exclusivo do sonho, mas por não poder estar nesse momento ao teu lado.
És parte de mim e só quando estivermos juntos me vou sentir de novo completo.
...sem ti....
É de quem sabe amar.
É de quem vive a vida num olhar.
De quem não receia o ridículo de voar
E cair…
Quando amamos, todas as quedas são amparadas
Todas as lágrimas felicidade
Todos os sonhos verdade
Todas as horas derramadas.
Porque quem ama não usa relógio!
Não sabe de tempo, vive no momento.
Viaja pelo mundo
Como um vagabundo,
Sem destino…
Todas as flores são papoilas nos campos
Como sorrisos nos lábios.
- Vermelho Paixão -
Quem ama e está longe, ama o ar.
Respira e sente a ausência na certeza que,
por momentos,
Aquele ar foi partilhado, como o leito outrora.
Estás longe,
Todos os cheiros me perseguem.
Todos os segundos são horas, que demoram e me fazer chorar.
…sem ti falta-me o sentido da vida…
Tudo
O tempo por vezes pára…
A Terra é ar, o céu mar…
Tudo se une
Tudo se transforma
Tudo é um todo!
sexta-feira, maio 25, 2007
De todas...
és a minha preferida...
De todos os sons do mundo,
és a minha sinfonia...
De todo o tempo do mundo,
és a minha eternidade...
De todos os sítios do mundo,
és o meu paraíso...
De todas as letras,
és o meu alfabeto...
De todos os números,
és o infinito...
De todos os sonhos,
és aquela com quem sonho acordado...
Amo-te
quarta-feira, maio 02, 2007
shhhhhh....
deixa-o dormir profundamente..
não acordes de novo esta dor...
deixa-me sangrar das feridas,
fazer o meu luto...
deixa-me perder esta batalha!
Homenagem
O Tempo
"Já não há tempo para nós,
O tempo perdeu-se
E nós perdemo-nos
Um do outro.
Já nem o vento vem soprar à minha porta
Palavras de amor,
Já nem chove nas manhãs de inverno,
Abandonaram-me as estações.
O velhinho que passava de manha cedo,
O da carroça dos bois,
Morreu...
Morreu de madrugada
Morreu sozinho...
Quem cuidará agora dos bois?
Já nem a solidão passa à minha porta,
Disse-me, a solidão
Que aqui já não há nada...
Nada para esquecer,
Tudo porque o tempo já passou
E até o tempo Se esqueceu de mim."
Clitie
Esta é a minha homenagem a mais uma alma sensível
terça-feira, abril 24, 2007
percorre-me...
Aqui!
De novo.
Em meu redor,
No meu suor...
Quero perder-me na noite,
acordar no travesseiro do teu peito,
percorrer as planícies dos teus beijos longos... demorados...
Sonho contigo em infernos de prazer,
mergulho nas tuas ondas paixão...
Quero pecar
sem perdão...
Quero ser,
viver,
colher em ti as flores da berma da estrada que percorro
para te encontrar.
Amor, estou a percorrer as tuas costas com a ponta dos meus dedos...
Sentes?
Amor, meus lábios chamam por ti...
Ouves?
Amor, vem acordar comigo...
vem..
segunda-feira, abril 23, 2007
O primeiro poeta
Kahlil Gibran
terça-feira, abril 17, 2007
Finalmente
Foi um sonho adiado, que demorou 4 meses a nascer...
A todos os que me lêem, a todos os amigos dos que lêem, a todas as pessoas... endereço um convite para visitarem a minha loja.
No jardim da Alagoa, ao fundo, mas em destaque!
Um espaço de artes, conversas, ideias, criatividade... um espaço diferente!
Até já.
sexta-feira, abril 13, 2007
Sempre, de sempre, para sempre, TU
a todos os abraços de despedida,
a todas as mortes,
a todos os caminhos incertos,
a todos os momentos de desnorte.
A todos dedico o meu sorriso!
Rastejei moribundo durante meses,
e às vezes estive perto, bem perto,
do desespero.
Mas acordei, uma lufada de ar fresco cresceu dentro de mim,
e assim, muito lentamente, está a dar frutos.
Tenho um sonho que se está a concretizar,
Tenho um futuro, melhor, agora consigo vê-lo...
Já não tenho medo de andar,
de correr,
de viver,
de ser!
Só me falta um beijo ao acordar!
Só me faltas TU!
terça-feira, abril 10, 2007
Saudade
Longe
Imensamente longe
Lá onde os anjos cantam e as almas choram,
Ilhas de abandono.
Amar-te-ei para sempre
Num momento presente!
E serás o meu ser, o meu estar, o meu tudo.
amo-te
segunda-feira, abril 09, 2007
Amizade
Eu tive a sorte de encontrar uma pessoa, que vinda do nada se tem mostrado um grande amiga, sempre com as palavras certas nos momentos certos.
Essa pessoa tem um blog, e nele podemos ver um sorriso lindo... e quem a conhece um pouco melhor, consegue ver também o porquê de ser tão amiga.
Lá ela mostra toda a simplicidade com que vê a vida. Mostra toda a alegria do dia a dia, mas também as coisas que a chocam.
Nesse espaço podemos encontrar o seu mundo, um mundo construído à volta de muita simplicidade, de muita boa disposição, de muita compaixão, de muitos amigos, de muitos sorrisos e, sobretudo, de muita alegria de viver.
Tenho a certeza que também na tua vida houve lágrimas... mas soubeste secá-las com um sorriso... e hoje és uma pessoa a quem posso chamar AMIGA!
Obrigado pelos conselhos...
Na minha vida amorosa, os caminhos têm sido tortuosos, mas felizmente posso contar com pessoas que são mais que amigas, são autênticas irmãs...
Obrigado a todas.
PS - vale a pena dar um saltinho www.meumundo7.blogspot.com
quinta-feira, abril 05, 2007
quarta-feira, abril 04, 2007
Praia deserta
Gosto de percorrer as praias da vida...
Nasci numa praia imensa, sem areia, sem mar...
cheia de sonhos e poemas que o vento trazia.
Fiz-me poeta sem saber porque,
perdi-me no sonho de querer ser o que nunca fui.
Quando acordei não conheci ninguém,
estava perdido num mar se fundo.
E sentia frio, muito frio...
A vida acabou por me trazer um sorriso, que trago sempre comigo.
Com ele consigo esconder-me do mundo
As Madrugadas da Vida
São noites de lágrimas feitas, de sonhos desfeitos.
Quando alguém que amamos parte, deixa-nos só o que de mau temos, porque tudo o de bom que tinhamos entregámos-lhe...
Parta quem tiver que partir, familía, amigos, amantes... quem não quer ser um pouco de mim, que vá... mas devolva-me aquilo que de melhor eu sou...
Dei-te e tu levas...
Deixa-me ao menos ficar o suficiente para eu saber quem sou...
sábado, março 31, 2007
amo-te
quinta-feira, março 29, 2007
Pequeno anjo
percorres campos de papoilas,
acaricias malqueres com as pontas dos dedos.
Tocas-me na alma,
encontras segredos e eu, sem medo,
deixo-me levar pelo teu canto de aurora.
Tua voz faz eco nos meus sonhos,
teu beijo leva-me distante,
teus olhos põem-me ausente!
Olho-me ao espelho, já não sou eu.
Todo meu ser é teu!
Todos os meus ais são desespero,
todos os meus segundos, contados,
esperam um momento
sincero
em que voltarei a sentir os teus lábios,
em que voltarei a ser eu,
em que no espelho seremos dois,
em que o teu olhar será, de novo, meu.
Este ser, este estar, esta incerteza
Este morrer bem lento,
Esta ânsia de paraíso,
levam-me o sorriso,
e deixam-me esta insustentável leveza de não ser!
segunda-feira, março 26, 2007
quinta-feira, março 22, 2007
Je suis malade
Je n'ai même plus d'histoire
Je suis sale sans toi je suis laid sans toi
Je suis comme un orphelin dans un dortoir
Je n'ai plus envie de vivre ma vie
Ma vie cesse quand tu pars
Je n'ai plus de vie et même mon lit
Se transforme en quai de gare
Quand tu t'en vas
Je suis malade complètement malade
Comme quand ma mère sortait le soir
Et qu'elle me laissait seul avec mon désespoir
Je suis malade parfaitement malade
T'arrives on ne sait jamais quand
Tu repars on ne sait jamais où
Et ça va faire bientôt deux ans
Que tu t'en fous
Comme à un rocher comme à un péché
Je suis accroché à toi
Je suis fatigué je suis épuisé
De faire semblant d'être heureux quand ils sont là
Je bois toutes les nuits mais tous les whiskies
Pour moi ont le même goût
Et tous les bateaux portent ton drapeau
Je ne sais plus où aller tu es partout
Je suis malade complètement malade
Je verse mon sang dans ton corps
Et je suis comme un oiseau mort quand toi tu dors
Je suis malade parfaitement malade
Tu m'as privé de tous mes chants
Tu m'as vidé de tous mes mots
Pourtant moi j'avais du talent avant ta peau
Cet amour me tue et si ça continue
Je crèverai seul avec moi
Près de ma radio comme un gosse idiot
Écoutant ma propre voix qui chantera
Je suis malade complètement malade
Comme quand ma mère sortait le soir
Et qu'elle me laissait seul avec mon désespoir
Je suis malade c'est ça je suis malade
Tu m'as privé de tous mes chants
Tu m'as vidé de tous mes mots
Et j'ai le cœur complètement malade
Cerné de barricades t'entends je suis malade
Serge Lama
Paixão
mergulhar em água fria,
crescer sem sorrir, brincar, nem rir.
Morar sem companhia...
Atravessar sem canoa
o rio, o leito vazio.
Seixo partido, castelo caído,
noite sem estrelas ou sem poder vê-las.
Eu sem ti, tu sem mim
eu sem voz!
Cascata gelada, água parada, vida assim....
não quero para ti!
para Vanadis
terça-feira, março 20, 2007
Amador sem coisa amada
com os olhos postos no chão.
Quem me quiser que me chame
ou que me toque com a mão.
Quando a angústia embaciar
de tédio os olhos vidrados,
olharei para os prédios altos,
para as telhas dos telhados.
Amador sem coisa amada,
aprendiz colegial.
Sou amador da existência,
não chego a profissional.
António Gedeão
sábado, março 17, 2007
Noite
com a lua por companhia,
percorro a estrada das memórias.
Invento o mundo das estórias e como um falcão,
desço na escuridão e cravo em ti minhas garras de paixão.
Acorrento-me a ti,
aprisiono todos os teus beijos, e desejos que crescem em mim!
Liberto-me e sou rio em teu peito,
desaguo e misturo-me com o suor na tua pele.
Qual lua?
Qual mar?
Qual terra?
Se tudo o que somos é feito de prazer!
Como uma luta, sou herói e depois vencido,
e acabo perdido
no teu leito de papoilas da primavera.
Vermelhas,
Frágeis,
Ternas,
Quentes,
ao som de um luar de sol, sempre presente!
domingo, março 11, 2007
A espiga e o orvalho
sou filho do frio, da água que se adensa...
formo-me em ti
e
de manhã, quando o sol rompe...
choro-me no teu corpo
e caio redondo no chão.
Bebes-me quando te toco,
vais buscar-me quando te deixo.
Bamboleias ao vento,
sorris no calor, no amor do campo de searas.
És filha da Terra, do Sol, do Vento, do Espírito.
Eu sou a Água, sem mágoa, que corre
em ti
de ti
para ti.
Sou orvalho, tu espiga.
Um pouco mais
escorrendo numa vida horizontal!
Por vezes a memória atraiçoa-me e já não sei quem sou!
Por vezes descubro-me em ti e juntos abalamos,
voando num abraço de searas ondulantes ao vento.
Sou terra, tu água
doce.... salgada....
Viramos na primeira esquina e o inesperado
sentido da vida apanha-nos.
Encontrámo-nos, demos as mãos, olhámos em frente...
sonhámos distante,
e,
caminhando juntos,
enfrentámos o deserto da solidão.
domingo, fevereiro 25, 2007
Apocalypto
sábado, fevereiro 24, 2007
Regresso
E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontro a ela.
Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me fala,
E em cada pensamento ela varia de acordo com a sua semelhança.
Amar é pensar.
E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.
Não sei bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso senão nela.
Tenho uma grande distracção animada.
Quando desejo encontrá-la
Quase que prefiro não a encontrar,
Para não ter que a deixar depois.
Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero.
Quero só Pensar nela.
Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar.